O querosene foi destilado pela primeira vez por Abraham Gesner. Gesner nasceu em maio de 1797, no município de Cornwallis, Nova Escócia. Apesar do seu grande fascínio pela geologia, também se dedicou à medicina. Através de suas viagens às Índias Ocidentais, teve o contato com o betume, um material que mudaria o modo de vida da época.
Por intermédio de um recipiente especialmente projetado, conseguiu destilar o betume e obter, entre outros produtos, um óleo leve que poderia ser usado muito mais efetivamente do que o óleo de beterraba nas lâmpadas de Argand. Essas lâmpadas eram o de mais moderno na época, sendo as mais utilizadas até o surgimento de um novo modelo proveniente do petróleo.
Em 1846, em uma de suas palestras na cidade de Charlottetown no Canadá, Gesner realizou a primeira demonstração pública da destilação do querosene a partir do betume, que se tornou uma inovação como combustível para lâmpadas e um dos primeiros passos para o surgimento da indústria de refino. A cera era o único resíduo da destilação. Com isso, o nome querosene surgiu a partir da combinação dos nomes cera e óleo, surgindo os primeiros nomes keroselai e keroselene, logo em seguida o kerosene.
O querosene é um hidrocarboneto líquido obtido a partir da destilação do petróleo. É fabricado da 3º fração do petróleo, sendo um intermediário entre a gasolina e o óleo diesel. Com 12 a 16 átomos de carbono, pode ser formado por hidrocarbonetos alifáticos e naftênicos, apresenta um grande poder de solvência e ponto de ebulição entre 150 e 275 ºC.
É um insumo com propriedades que permitem uma ampla aplicação na área de iluminação (lampiões e lamparinas). É utilizado para aquecimento doméstico, como solvente na indústria (pinturas e resinas), desengordurante de couros, limpeza e combustível. Pode ser de dois tipos: querosene iluminante (QI) ou querosene de aviação (QAV). Esse último sendo utilizado nas turbinas de aviões a jato.
O QI apresenta uma viscosidade apropriada para o seu uso, teor de enxofre baixo, ponto de fulgor de aproximadamente 40 ºC e quando queimado é isento de odor e fumaça. O QAV contém alto poder calorífero, grande eficiência de combustão, baixa pressão de vapor, baixo ponto de congelamento, pouca tendência de formar resíduos e ausência de corrosividade. Propriedades importantes para a sua aplicação.
Com a preocupação de diminuir os gases do efeito estufa, já existem tecnologias que utilizam a cana-de-açúcar para produzir o bioquerosene. No Brasil é conhecido como QAV e pode ser adicionado na proporção de até 10% no querosene de origem fóssil. É um combustível inovador que se utilizado nas frotas de aviões comerciais pode diminuir em até 80% as emissões. Todavia, o seu custo de produção continua sendo uma barreira para a sua produção em larga escala.
Com a possibilidade de substituição parcial e até total do querosene de origem fóssil, o bioquerosene é uma alternativa no uso de frações hidrocraqueadas de resíduos asfálticos ou betuminosos. No entanto, até que essas perspectivas se concretizem, o querosene de origem fóssil continua sendo um material amplamente empregado no mercado.
Bibliografia:
http://www.bevcline.com/kerosene.pdf
http://www.canadianpetroleumhalloffame.ca/abraham-gesner.html
http://petroleo.50webs.com/querosene.htm
https://www.novacana.com/n/industria/tecnologia/bioquerosene-cana-realidade-deve-ajudar-aviacao-270614/
https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/plano-de-voo/noticia/custo-e-barreira-para-uso-do-bioquerosene-de-cana-em-avioes-diz-especialista.ghtml
http://www.ubrabio.com.br/1891/noticias/bioqueroseneparaaviacao_232010/
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