Verbo é a classe gramatical com maior necessidade de flexões, as quais acontecem de acordo com pessoa, número, tempo, modo e voz; a última é o foco deste artigo.
Assim, quando se trata de flexão de voz considera-se a situação do sujeito da oração, verificando-se se este é agente ou paciente da ação designada pelo verbo. As vozes verbais podem se manifestar de três maneiras: ativa, passiva e reflexiva. Aqui trataremos do terceiro caso.
A voz reflexiva ocorre quando o sujeito recebe e pratica a ação expressa pelo verbo e, nesse caso, o verbo é sempre transitivo direto e/ou indireto (necessita de um complemento verbal para completar o seu sentido) e seu objeto (elemento capaz de completar o sentido do verbo transitivo) é um dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, vos).
Vejamos alguns exemplos da ocorrência da voz reflexiva:
Bruno, ao tentar ir o mais alto que podia, machucou-se ao cair do balanço.
Maria queria impressionar o amigos, então arrumou-se o melhor que pôde para a festa.
Helena penteou-se pacientemente para tirar a tão sonhada foto.
Depois do nascimento dos gêmeos Roberto percebeu que seria impossível ficar ali, por isso mudou-se para uma casa mais ampla.
Cristina estava muito atrasada naquele dia, por culpa do nervosismo cortou-se com a faca e precisou ser levada ao pronto atendimento.
Suzana molhou-se inteira tentando dar banho no cachorro.
A voz reflexiva recíproca denota ação mútua ou correspondida. Ocorre quando o sujeito é composto (quando possui mais de um núcleo, ou seja, mais de um elemento praticando e/ou recebendo a ação) e cada um dos elementos pratica a ação expressa pelo verbo, estando este, geralmente, no plural. Nesse caso, o pronome oblíquo transmite o sentido de “um ao outro”, trazendo à ação expressa pelo verbo a ideia de reciprocidade que é característica a essa voz.
Vejamos alguns exemplos de sua ocorrência:
Naquela noite, sob o céu estrelado e ao som de Cazuza, Fernanda e Bento se beijaram.
Nos encontraremos amanhã, às 19h, em frente à lanchonete da dona Claudia.
Assim que eu tiver um tempinho nós nos veremos, então poderemos conversar sobre o que aconteceu.
Referências Bibliográficas:
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 6ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2013. 800 p.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. Companhia Editora Nacional. 695 p.
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