A pesca de camarões é uma atividade de grande valor em quase todo o mundo, porém a criação de camarões (carcinicultura) é uma atividade relativamente nova e no Brasil ainda de pouca expressão econômica. O principal mercado para a produção de camarões é a exportação.
No início a maioria dos cultivos de camarões eram extensivos e geralmente consorciados com algumas espécies de peixe (geralmente milkfish). O marco para a criação de camarões foi o processo de larvicultura em laboratórios. A evolução das tecnologias de reprodução foi essencial para a evolução os cultivos em grandes escalas nos mais variados países. Atualmente pode se dizer que quase 30% de todo camarão comercializado no mundo é oriundo de cultivo.
As principais vantagens para o produtor de camarão são: curta duração dos cultivos, altos preços do produto no mercado e condições climáticas favoráveis para o cultivo. Hoje a principal região produtora do Brasil é o Rio Grande do Norte.
Existem dois tipos de camarões os de água doce e água salgada. A principal espécie cultivada de água doce é a Macrobrachium rosenbergii (introduzida no Brasil em 1977 pela Universidade Federal de Pernambuco) e para água salgada o L. vannamei.
Existem três tipos de sistemas de produção para o cultivo do camarão, a saber:
- Sistema extensivo: caracterizado principalmente pela baixa densidade de estocagem de camarões (0,5 – 4,0 camarões/m²), a produção nesse sistema fica em torno de 450 Kg/ha/ano. A principal vantagem desse sistema é que ele demanda baixo investimento por não usar alimentação artificial e nem aeradores.
- Sistema semi-intensivo: sistema de maior aporte de camarões/m² (6-20 camarões/m²), a produção é muito variável podendo chegar a 10 toneladas/ha/ano. A alimentação artificial neste sistema é fundamental, porém o uso de alimento natural (zooplâncton) ainda é tem importante papel.
- Sistema intensivo: Utiliza pequenos tanques com altas taxas de estocagem (20-100 camarões/m²), utiliza-se alimento de alta qualidade e o alimento natural é de pequena importância, ainda utiliza-se altas taxas de renovação de água (50-100%/dia). Este é o sistema de cultivo de custo de produção mais caro e por isso o de maior risco, um controle dos custos é essencial para a viabilidade econômica da atividade.
Pode-se concluir que a criação de camarão é uma atividade de alto retorno econômico, porém é essencial (como em qualquer outra criação) os rígidos controle de custos e decisões técnicas de qual melhor sistema de produção de acordo com cada propriedade.
Fontes http://www.abccam.com.br/ POLI, C. R.; ARANA, L. V. (Org.). Aqüicultura: Experiências Brasileiras. 1º ed. Florianópolis-SC: Multitarefa, 2004. p. 45-72.
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