As células eucarióticas possuem lipídios como principal constituinte da sua estrutura. Existe um grupo de lipídios de membrana que tem como característica um núcleo heterocíclico, com três anéis de seis carbonos e um de cinco, fusionados entre si, implicando em uma estrutura quase rígida, que é o núcleo esteroide dos lipídios que chamamos de esteroides. O principal esteroide dos tecidos de animais é o colesterol. É produzido também, em pequenas quantidades, em fungos e plantas. Estas produzem um composto parecido que é o fitosterol.
O colesterol é anfipático, com um grupo hidroxila (OH) ligado ao C3 da cabeça polar e uma “corpo” apolar que é o núcleo esteroide junto à cadeia lateral que está ligada ao C17 do anel de cinco carbonos, formando uma estrutura em bastão.
É sintetizado nas células de mamíferos como parte estrutural da membrana celular, mas atuam ainda em muitos processos bioquímicos no corpo, como na biossíntese de esteroides do tipo hormônios e sais biliares que eles atuam como precursores; ou no crescimento humano, na produção de vitamina D e na reprodução. Se não ingerirmos colesterol, haverá um nível praticamente estável em nosso sangue, já que ele é sintetizado pelo nosso organismo, em quase todos os tecidos, no retículo endoplasmático (sua hidrólise ocorre nos lisossomos). Encontramos maior produção na medula espinhal, cérebro, fígado e tecidos reprodutivos.
Uma pequena parte dele é adquirida através da dieta. Os alimentos em que encontramos o colesterol são os de origem animal: carnes de peixe, frango, bovinos, caprinos, suínos, manteiga, queijos amarelos, ovos e leite integral. Após a digestão, ele não consegue se dissolver no sangue, por ser pouco solúvel em água. Então, ele é transportado na corrente sanguínea por lipoproteínas. As principais são: LDL (low density lipoprotein - lipoproteínas de baixa densidade) e HDL (high density lipoprotein - lipoproteínas de alta densidade).
É a classe menos benéfica ao ser humano, chamada de “colesterol ruim”, por se acreditar que sua ingestão em excesso leva à formação de uma placa aterosclerótica (placa de gordura) nas veias e artérias sanguíneas, comprometendo-as. É composta por ácidos graxos saturados e levam o colesterol do fígado para outros tecidos do corpo.
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É a classe chamada de “colesterol bom”, por acreditar-se que é capaz de absorver os cristais de colesterol formados nas vias sanguíneas. É composta por ácidos graxos insaturados, protegendo as artérias do coração. Sua falta no organismo traz danos.
Níveis de colesterol sempre elevados implicam em uma doença cardiovascular chamada de aterosclerose, que é o depósito de gordura nas paredes das artérias, impedindo ou dificultando o fluxo sanguíneo, podendo ocasionar infarto e AVC. O alto nível de triglicérides também está associado com doenças cardiovasculares.
Quando não é um distúrbio de metabolismo, o excesso de colesterol no sangue está vinculado à alta ingestão de alimentos que o contenham. Carnes com gorduras, como a bovina e a suína, ovos, leite integral e seus derivados são os principais alimentos ricos no colesterol que faz mal. Incluir na dieta alimentos ricos em fibras, como frutas, legumes, saladas, aveia, quinoa (grãos integrais); azeite de oliva extra virgem, óleo de coco e evitar alimentos gordurosos como bacon, queijos amarelos, sorvetes, entre outros, pode ajudar na diminuição do índice de colesterol sanguíneo. Melhor ainda se junto a uma dieta balanceada houver a prática de atividades físicas.
Referências: Nelson, D. L; Cox, M. M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 5o ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 349-357 p. https://pt.wikipedia.org/wiki/Colesterol https://pt.slideshare.net/mombacca/lipdios-bioqumica https://www.natue.com.br/natuelife/colesterol-entenda-a-sua-importancia.html
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