Crise dos mísseis de 1962

O episódio chamado de Crise dos Mísseis de 1962 refere-se aos treze dias de impasse entre Estados Unidos e União Soviética, em outubro de 1962, devido à instalação de mísseis nucleares soviéticos na ilha caribenha de Cuba. No ano de 1959, um movimento revolucionário derrubou o ditador cubano Fulgêncio Batista, instalando no país um governo socialista liderado por Fidel Castro. O mundo vivia então a polarização entre os blocos comunista e capitalista, liderados, respectivamente, por União Soviética (URSS) e Estados Unidos (EUA). Era a chamada Guerra Fria.

O novo governo de Cuba alinhou-se a URSS e se tornou dependente economicamente desse país. O líder soviético, Nikita Khrushchev, a fim de provar a capacidade bélica e nuclear de seu país, aproveitou-se da influência que exercia no governo cubano e da relação hostil que este mantinha com os Estados Unidos, que por anos haviam apoiado o governo de Fulgêncio Batista, e instalou mísseis na ilha direcionados ao território estadunidense.

Em 22 de outubro, o então presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, comunicou a população, em rede nacional de TV, sobre a presença dos mísseis na ilha, a uma distância de apenas 140 km do território estadunidense. Kennedy anunciou ainda que os Estados Unidos procederiam com um bloqueio naval à ilha e que o país estava preparado para usar sua força militar caso fosse necessário à segurança nacional. Após a transmissão do comunicado do presidente, instalou-se um clima de tensão e medo de que as duas grandes potências (EUA e URSS) iniciassem de fato um conflito armado, sobretudo porque ambos os países detinham tecnologia nuclear.

Um momento crucial nos rumos da tensão entre as duas potências foi a aproximação de uma frota naval soviética aos navios dos Estados Unidos que faziam o bloqueio à ilha. Diante do crescimento da tensão, Nikita Khrushchev, dispôs-se a retirar os mísseis de Cuba em troca da promessa de Kennedy de que os Estados Unidos não invadiriam a ilha. Secretamente, o governo estadunidense se comprometeu ainda a retirar mísseis que havia instalado na Turquia, fronteira com a URSS, em junho de 1961. Os países chegaram ao acordo que colocou fim à Crise dos Mísseis em 28 de outubro de 1962.

Depois desse episódio, estabeleceu-se um canal de comunicação direta entre os governos de Washington e Moscou a fim de resolver hostilidades como essa. A possibilidade de um conflito armado direto preocupara as duas potências e ambas aceitaram assinar acordos quanto ao uso de armas nucleares. Mas a Guerra Fria estava longe do fim, e o episódio incentivou os soviéticos a investir em tecnologias que permitissem que mísseis balísticos fossem capazes de atingir os Estados Unidos a partir da Europa.

Referências bibliográficas:

http://www.history.com/topics/cold-war/cuban-missile-crisis

https://history.state.gov/milestones/1961-1968/cuban-missile-crisis

http://www.cubanmissilecrisis.org/background/

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