Nos anos que antecederam o início da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha esteve à frente nas pesquisas referentes à energia atômica. Nos anos 1920 e início dos anos 1930, a Alemanha era destaque no campo da Física, mas a ascensão dos nazistas ao poder e a perseguição a diferentes grupos, sobretudo aos judeus, fez com que muitos pesquisadores deixassem o país. Em novembro de 1945, a Academia Real das Ciências da Suécia conferiu o Prêmio Nobel de Química de 1944 a Otto Hahn, químico alemão que, junto com a física Lise Meitner, foi responsável pela descoberta da fissão nuclear. Meitner, por ser judia, deixou a Alemanha para fugir da perseguição nazista e não teve sua participação na descoberta reconhecida por Otto Hahn ou pelo comitê responsável pelo Prêmio Nobel. Hahn publicou os resultados de sua pesquisa com Fritz Strassmann em janeiro de 1939, e Lise Meitner foi a primeira pessoa a interpretá-los teoricamente em um artigo enviado à Nature, revista científica de grande importância internacional, apenas 10 dias depois da publicação dos colegas alemães. Tal descoberta colocou a Alemanha à frente de outros países na busca pelo desenvolvimento de armas nucleares.
Outro nome importante no desenvolvimento do programa nuclear nazista foi Werner Heisenberg, ganhador do Prêmio Nobel de 1932. A relação de Heisenberg com o nazismo foi ambígua pois ainda que fizesse parte do projeto para o desenvolvimento da bomba atômica, foi um dos poucos professores universitários da Alemanha a não assinar um manifesto elaborado em apoio a Hitler. Antes da eclosão da guerra, foi acusado pela Schutzstaffel (SS) de ensinar “física judaica”, porém foi salvo da perseguição nazista por causa das relações próximas entre sua avó e a de Heinrich Himmler, líder da própria SS e um dos principais nomes do Partido Nacional-Socialista. Durante a guerra, era considerado o mais importante físico da Alemanha pelo Terceiro Reich.
Em 1941, durante a guerra, o projeto para o desenvolvimento de armas nucleares alemão (Uranprojekt) era composto por 22 institutos de pesquisa distribuídos por 12 cidades alemãs e austríacas. Em dezembro daquele ano, o exército alemão optou por abandonar o programa de fissão nuclear a fim de que seus cientistas pudessem dedicar seus esforços ao desenvolvimento de novas tecnologias de aviação que, entendiam, seria mais eficiente naquele momento.
Dentre os fatores pelos quais a Alemanha não chegou ao desenvolvimento da bomba atômica, três se destacam: a falta de físicos nucleares, as limitações industriais do país durante a guerra e o desejo de alcançar resultados imediatos.
Referência:
http://large.stanford.edu/courses/2014/ph241/wendorff2/
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