A Espanha da década de 1930 passava por dificuldades econômicas decorrentes da Crise de 1929 e de disputas políticas internas. Em 1936, a Frente Popular, ligada ao Partido Republicano e a grupos comunistas, socialistas e anarquistas, ganhou as eleições. Essa vitória instalou medo nos setores conservadores da sociedade espanhola, que viam na mesma uma ameaça de revolução socialista. Os conservadores estavam reunidos na Frente Nacionalista, que tinha os generais Franco e Sanjurjo como líderes.
Tinha-se assim dois grupos com projetos muito distintos dividindo a sociedade espanhola: de um lado os Nacionalistas, formada por monarquistas que queriam o retorno do rei Alfonso XIII, proprietários de terras, Exército e Igreja Católica; do outro lado, trabalhadores urbanos e camponeses, organizações sindicais e diferentes grupos políticos de esquerda formavam o grupo dos Republicanos. É de se destacar ainda a participação da Falange Espanhola ao lado dos Nacionalistas. Tal grupo tinha ideais fascistas e desejava instalar na Espanha um Estado aos moldes da Itália de Mussolini. O líder da Falange era José Antonio Primo de Rivera, filho de Miguel Primo de Rivera, ditador que governou o país entre 1923 e janeiro de 1930, quando, enfraquecido física e politicamente, renunciou.
As reformas sociais prometidas pela Frente Popular demoravam a acontecer e a população que a apoiara, impaciente, começou a se organizar em milícias a fim de coletivizar terras e fábricas. Em 12 de julho de 1936, José Castillo, membro da Guarda de Assalto, uma força policial para manutenção da segurança urbana, foi assassinado por falangistas. Na madrugada seguinte, o deputado e monarquista José Calvo Sotelo foi morto em uma operação de retaliação. Diante das tensões criadas com as mortes em ambos os lados, o golpe de Estado que vinha sendo organizado pelos Nacionalistas foi antecipado e em 17 de julho setores do Exército se declararam rebeldes e Franco, general do exército assumiu a liderança de tropas espanholas no Marrocos. O golpe fracassou, mas tinha início a Guerra Civil espanhola, que só terminaria em 1939 com a vitória dos Nacionalistas e a instalação da ditadura franquista, que durou até a morte do general em 1975.
O país ficou dividido em duas zonas comandadas pelas diferentes forças envolvidas no conflito. Republicanos mantiveram o domínio de Madri, Valencia e Barcelona, regiões mais ricas e industrializadas; Nacionalistas ficaram com Navarra, Castilha, Galícia, partes da Andalucía e Aragon. O mais importante, no entanto, era o domínio das Forças Armadas, e aí Nacionalistas estavam em vantagem: tinham a maior parte do Exército e do Exército Africano, as tropas que mantinham o Marrocos sob controle espanhol, enquanto Republicanos tinham boa parte da Marinha, porém sem seus oficiais.
Na Europa da década de 1930, a Guerra Civil espanhola não significava apenas disputa de poder entre espanhóis, mas era também uma guerra ideológica. A Alemanha nazista enviou parte de sua Força Aérea (Luftwaffe), a Legião Condor, e Mussolini mandou cerca 50.000 homens para combater ao lado dos Nacionalistas. Do outro lado, ainda que tenham recebido ajuda da União Soviética, o grande reforço às tropas republicanas veio da formação de grupos de voluntários em diferentes lugares do mundo, juntando-se aos espanhóis e formando as chamadas Brigadas Internacionais. Assim, a Guerra Civil espanhola é compreendida como um prelúdio à Segunda Guerra Mundial, pois as potências nazifascistas aproveitaram-se do conflito para testar seu poder bélico. Os mais famosos dos experimentos feitos pelos nazistas é o bombardeio e destruição da cidade de Guernica, retratado pelo pintor Pablo Picasso e sua mais famosa obra.
Referências: http://www.spanishwars.net/20th-century-spanish-civil-war.html http://eurochannel.com/pt/A-Guerra-Civil-Espanhola-1936-1939.html http://www.bbc.co.uk/bitesize/higher/history/roadwar/spancivil/revision/1/
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