Os campos soviéticos de trabalho forçado foram criados em 1919, mas foi a partir da década de 1930, sob o comando de Joseph Stalin, que a população dos campos tornou-se significativa numericamente, chegando a ter milhões de prisioneiros. É do período também a criação do Gulag, anacronismo para Glavnoe Upravlenie ispravitel’no-trudovykh LAGerei, isto é, Administração Central de Campos de Trabalho Corretivo. No entanto, o termo gulag passou a ser usado para fazer referência aos próprios campos e não somente à administração do sistema.
Parte das pessoas levadas para o gulag era de presos comuns, ou seja, aqueles acusados de cometer crimes como assassinato e roubo. Outra parcela dos prisioneiros dos campos era de acusados de cometerem crimes políticos contra o regime, isto é, aqueles que discordavam ou combatiam as medidas tomadas pelo Partido Comunista e seu líder Stalin. O objetivo era que as pessoas fossem reeducadas, ou seja, aceitassem as medidas tomadas pelo governo.
A maioria dos campos estava localizada na Sibéria, região norte da Rússia pouco habitada devido às difíceis condições climáticas. Grandes obras soviéticas foram feitas por prisioneiros, como o canal do Mar-Branco Báltico, o canal Moscou-Volga e outras como estradas, estações hidrelétricas e ferrovias. Além dessas obras, prisioneiros foram responsáveis por boa parte da mineração de carvão, cobre e ouro.
As condições a que estavam submetidos os prisioneiros eram péssimas: comida insuficiente e de má qualidade, falta de aquecimento e de roupas adequadas para suportar o frio, longas jornadas de trabalho e abusos físicos por parte dos guardas. Como resultado dessa situação, o número de suicídios e de mortes por exaustão e doenças era bastante alto. Segundo dados do próprio regime, 1.053.829 pessoas morreram entre 1934 e 1953.
O Gulag permaneceu desconhecido no mundo ocidental e por boa parte dos habitantes da própria União Soviética até 1973, quando Alexander Soljenítsin, um ex-prisioneiro, conseguiu que seu livro, Arquipélago Gulag, fosse publicado no exterior. A obra denunciava o sistema a partir da experiência do próprio autor e de outros 237 prisioneiros que, através de cartas, relataram suas experiências para ele. A partir daí, passou a representar o autoritarismo e a violência do regime soviético, tornando-se um prato cheio para os opositores do comunismo, que associavam a brutalidade dos campos ao sistema econômico. Do outro lado, partidos comunistas do mundo todo foram atingidos pelas informações, levando a perda de membros e de defensores dos ideais comunistas.
Após a morte de Stalin, em 1953, a população do Gulag, que chegou perto de 2,5 milhões sob seu comando, foi reduzida significativamente, mas os campos de trabalho forçado continuaram a existir até 1960.
Referências bibliográficas: https://www.loc.gov/exhibits/archives/gula.html http://gulaghistory.org/nps/onlineexhibit/stalin/
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