Cromatóforos, ou cromatócitos, são células que contém moléculas de pigmentos e são dotadas da capacidade de refletir a luz. Estas células são encontradas em variados grupos animais, como peixes, crustáceos, cefalópodes, anfíbios e répteis (em aves e mamíferos as células dotadas de pigmentação são os melanócitos). Durante o processo embrionário, os cromatóforos são gerados na crista neural, sendo posteriormente responsáveis pela coloração da pele e dos olhos do animal.
Os cromatóforos são agrupados de acordo com os pigmentos que eles contem, definindo a sua coloração dominante. Os xantóforos são cromatóforos preenchidos por pigmentos amarelos, encontrados em muitos animais como a cobra-do-milharal amarela (Pantherophis obsoletus quadrivittata) e a rã dourada venenosa (Phyllobates terribilis) na qual a coloração amarela serve como aviso para potenciais predadores (coloração aposemática), já que ela é um dos vertebrados mais venenosos do planeta. Existem animais não venenosos que desenvolvem colorações chamativas similares àqueles que são genuinamente perigosos através do chamado mimetismo Batesiano. Esta é uma estratégia para evitar predadores empregada por muitos animais, como a falsa cobra coral.
Os cromatóforos com pigmentos vermelhos são conhecidos como eritróforos, e ocorrem em muitos animais, como na lula-de-Humboldt vermelha (Dosidicus gigas), em salamandras, cobras, peixes e sapos. Os cianóforos são células azuis e, assim como os eritróforos, muitas vezes estão relacionados a características aposemáticas (de alerta). O polvo-de-anéis-azuis (Hapalochlaena sp.), altamente venenoso, possui cianóforos em porções circulares (anéis) ao longo de todo o corpo que brilham com a cor azul quando estes animais são ameaçados. Também existem sapos, enguias e peixes azuis. Outro subgrupo de cromatóforo são os leucóforos, células que possuem cristais de purina que reduzem a difração da luz concedendo a coloração branca ou prateada a muitas espécies de peixes. Os melanóforos possuem pigmentos marrons ou pretos e estão presentes em grupos de répteis (como as serpentes do gênero Pseudechis) e muitas espécies de peixes. Por fim, os iridóforos são células refletivas ou iridescentes que concedem a habilidade de camuflagem, observada em diferentes grupos animais.
O camaleão, um animal pertencente à família Chamaeleonidae, é um exemplo clássico de animal com a capacidade de camuflagem. Eles possuem uma grande quantidade de iridóforos na segunda camada superficial da pele, que são constituídos de nanocristais de guanina, refletindo e absorvendo a luz em comprimentos de onda específicos. Quando a camada mais externa da pele é excitada, a distância entre ela e os iridóforos aumenta, permitindo que a pele reflita comprimentos de onda maiores, como o amarelo, laranja e vermelho. Em um estado relaxado, a pele reflete os comprimentos de onda mais curtos (o azul e o verde), que são as cores comuns dos camaleões. O peixe zebra e várias espécies de lulas também são dotados de iridóforos, lhes permitindo manipular o espectro de luz e refletir muitas cores diferentes.
Outro processo fisiológico que permite a mudança de cor em animais é a translocação de pigmentos. Neste caso, os vacúolos que contém os pigmentos se movem no interior do citoplasma dos cromatóforos. Quando dispersos pelo citosol, eles concedem a cor associada ao seu pigmento característico, porém em algumas circunstâncias eles podem se concentrar somente na região central do cromatóforo, dando a impressão de que a pele do animal é mais clara ou esbranquiçada. Observa-se este processo em peixes, anfíbios e répteis, ocorrendo como uma consequência de estimulação hormonal ou neural. Em estudos com peixes, também foi notado que fatores ambientais (como pH e temperatura) podem causar esta alteração na coloração.
Referências:
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Maan, M. E., & Cummings, M. E. 2008. Female preferences for aposematic signal components in a polymorphic poison frog. Evolution, 62(9), 2334-2345.
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