Desastres ambientais ou ecológicos são eventos catastróficos de grande impacto ao meio ambiente (em escalas regionais e globais) causados por ação humana. Além de levar a destruição de ecossistemas locais e ocasionar a morte de incontáveis seres vivos, estes desastres muitas vezes estão associados a perda de vidas humanas e ocorrência de danos socioeconômicos que causam efeitos deletérios a curto e longo prazo. A fim de melhor explicar grandes eventos de desastres ambientais, estes foram subdivididos em categorias associadas ao principal componente das camadas terrestres os quais eles afetam.
Em 1986, quando se realizou a Conferencia de Toronto, iniciativas para reduzir emissões de CO2 foram sugeridas e colocadas em pratica por alguns países. Contudo, é notável ao longo de mais de 30 anos que nosso planeta continua a sofrer efeitos associados ao Aquecimento Global, um desastre ambiental crônico, como o aumento da desertificação, dos eventos ambientais extremos, da elevação da temperatura global e do derretimento das calotas polares.
Somado às emissões industriais e veiculares, um agravante são as queimadas florestais, causadas tanto diretamente por ação humana quanto indiretamente por condições climáticas extremas. No final de 2019 e em 2020, grandes queimadas de escala continental ocorreram na Austrália, Califórnia e na Amazônia, ocasionando não somente a perda de centenas de milhares de hectares de biodiversidade como também a liberação em massa de gases do efeito estufa. Diferente dos desastres agudos, que acontecem rapidamente e causam grande comoção para a busca de uma solução, desastres ambientais crônicos que tem efeitos esparsos ao longo do tempo, como o Aquecimento Global, parecem não causar danos imediatos o suficiente para alinhar interesses políticos e econômicos para que os grandes líderes das maiores nações do mundo se unam de modo efetivo para combater esse problema.
As atividades humanas geram resíduos que, na maior parte das vezes, acabam sendo despejados em corpos d’água (parcialmente tratados ou não). Deste modo, a contaminação de rios, lagos e oceanos por diversos tipos de resíduos químicos e sólidos tem causado ainda maior pressão socioeconômica sobre os sistemas globais de tratamento e abastecimento de água. Um dos maiores desastres ambientais associados ao meio aquático foi a contaminação do Love Canal, em 1978, nos Estado Unidos. Toneladas de resíduos químicos de uma indústria abandonada foram parar em um canal, causando o primeiro grande desastre ambiental desse tipo nas Américas, o que levou a instituição de legislações de controle e tratamento de água naquele país e ao redor do mundo.
No oceano, também ocorrem esporadicamente desastres associados a acidentes de derramamento de petróleo e óleo, seja de navios cargueiros ou de refinarias offshore. Alguns casos emblemáticos são o Amoco Cadiz, em 1978, o Exxon Valdez, em 1989, e as manchas de óleo no litoral do nordeste brasileiro, em 2019. Em todos esses casos, compostos tóxicos com concentração elevada de hidrocarbonetos foram despejados nos oceanos, acarretando a contaminação temporária dos locais de derramamento e a migração das manchas de óleo, o que leva a morte de muitos dos seres marinhos que entram em contato com a mesma.
Leia também:
Atividades humanas essenciais, como a mineração e a agricultura, também precisam de regulação e controle para serem exercidas de maneira sustentável. Produtos químicos utilizados como aditivos agrícolas podem penetrar o solo e contaminar fontes de água subterrânea, além de afetar a biodiversidade do solo. No caso da mineração, os maiores problemas estão relacionados à alteração da paisagem e o manejo devido dos resíduos. Tanto em Mariana (MG) 2015 quanto em Brumadinho (MG) 2019, houve descaso com a manutenção das barragens de contenção de resíduos, uma peça chave no processo de mineração. Ambas se romperam e destruíram quilômetros de ambientes naturais e cidades, causando a morte de pessoas e da fauna e flora local. Além disso, o solo foi contaminado com os resíduos que estavam barrados, sendo um dos principais os metais pesados (como chumbo e arsênio). Em casos de desastres ambientais envolvendo empresas privadas, os governos precisam ser mais enérgicos e cobrar com rigidez atitudes de remediação, ressarcimento e auxilio às comunidades afetadas.
Na Ásia, o Mar de Aral praticamente sumiu após os governos locais drenarem a sua água para a agricultura.
Leia também:
A energia nuclear começou a ser estudada como uma promessa de um futuro limpo e renovável. Contudo, acidentes como os ocorridos em Chernobyl (1986) e Fukushima (2011), que causam a contaminação por radiação de extensas áreas que se tornam inabitáveis, mostram que ainda precisamos avançar tecnologicamente para conseguir popularizar as usinas nucleares de modo seguro.
Referências:
Bardwick, D.S., 2000. The American Tort System's Response to Environmental Disaster: The Exxon Valdez Oil Spill as a Case Study. Stan. Envtl. LJ, 19, p.259.
Gill, A.M., 2005. Landscape fires as social disasters: an overview of ‘the bushfire problem’. Global Environmental Change Part B: Environmental Hazards, 6(2), pp.65-80.
Hindmarsh, R. ed., 2013. Nuclear disaster at Fukushima Daiichi: social, political and environmental Issues. Routledge.
Torinelli, V.H., Junior, A.F.D.A.D.S., Souza, A.L.R.D., Gomes, S.M.D.S. and Andrade, J.C.S., 2020. The impacts of environmental disasters on share value and sustainability index: an analysis of Vale company facing Mariana and Brumadinho disasters-Brazil. Latin American Journal of Management for Sustainable Development, 5(1), pp.75-94.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/ecologia/desastre-ambiental/
Show life that you have a thousand reasons to smile
© Copyright 2024 ELIB.TIPS - All rights reserved.