O Aquecimento Global é um fenômeno climático em escala mundial ocasionado pelo acumulo de gases do efeito estufa na atmosfera do planeta. De maneira simplista, podemos compreender que esse acumulo causa a retenção de calor no interior da atmosfera, aquecendo o planeta. De modo mais abrangente, existem efeitos do aquecimento global e mudanças climáticas que a curto, médio e longo prazos podem inviabilizar a ocorrência de vida no planeta Terra.
O principal e mais direto efeito do aquecimento global é a elevação da temperatura média do planeta. A Terra se encontra em uma posição privilegiada na Via Láctea chamada de zona habitável. Esta possui uma distância ideal do sol, induzindo a formação de atmosferas planetárias que não sejam nem muito quentes, como a de Vênus, e nem muito frias, como a de Marte e Júpiter. A fim de utilizar outro planeta como exemplo do que podemos enfrentar em um futuro sombrio, projeções da NASA supõem que Vênus sofreu um efeito intenso de aquecimento global, que hoje o torna inabitável. A elevação da temperatura afeta todos os sistemas globais, alguns mais intensamente que outros. Embora em um deserto alguns graus acima possam não representar grande coisa, nos oceanos (que são sistemas em equilíbrio físico-químico dinâmico), um ou dois graus podem modificar a biodisponibilidade ou a solubilidade de diversos compostos, alterando as condições essenciais de vida.
Muitas manchetes de jornal ao redor do mundo têm mostrado ao longo da última década “o verão mais quente de todos os tempos” assim como “o inverno mais frio já registrado”. Com mudanças na atmosfera que carreiam massas de ar quente ou frio de maneira diferente, o clima vai se modificando ao longo do tempo. Por isso pessoas de mais idade conseguem reconhecer que, no passado, o clima era mais estável do que hoje em dia. Além disso, a ocorrência de tornados e furacões vem se tornando mais frequente. Segundo mostram algumas pesquisas, esses eventos tendem a ser mais intensos no futuro, uma vez que a diferença de temperatura entre zonas é o que concede a energia dos tornados. Com o aumento da temperatura atmosférica também se espera o aumento de ocorrência de relâmpagos. Chuvas torrenciais, nevascas e secas tem ocorrido com maior potência e frequência nos últimos 40 anos, outra evidencia de que o aquecimento global está afetando diversos efeitos climáticos.
Com o aumento da temperatura, o gelo (tanto continental quanto polar) tende a derreter, liberando milhões de metros cúbicos de água na hidrosfera e atmosfera. Essa adição de volume pode causar efeitos drásticos nas áreas litorâneas de todo o mundo. Adicionalmente, o dióxido de carbono tem sido mais absorvido pelos oceanos, causando uma alteração do pH. Esse gás se transforma em ácido carbônico na água, acidificando os oceanos, o que pode levar a dissolução de estruturas feitas de carbonato (todas as conchas e criaturas marinhas são feitas de carbonato de cálcio). O branqueamento em massa dos corais Australianos revela que o problema pode estar em estágios mais avançados e preocupantes do que imaginamos.
Segundo a Academia Nacional de Ciências americana, muitas espécies animais tem migrado cada vez mais para o norte no hemisfério norte, buscando regiões menos quentes. Contudo, em seu caminho elas podem encontrar grandes obstáculos naturais ou humanos, o que às expõe ao risco direto de morte. As migrações anuais de aves e insetos tem ocorrido de maneira adiantada, uma vez que os sinais utilizados por estes animais para migrar são as temperaturas atmosféricas. No entanto, se o evento migratório ocorre sem o devido preparo, muitos destes animais podem perecer na jornada. O aquecimento dos ecossistemas também tem permitido a expansão da ocorrência de patógenos (bactérias, vírus e seus vetores), o que ameaça a vida de animais, plantas e seres humanos.
Em relação aos efeitos diretos sobre a vida humana, podemos listar a perda de segurança alimentar da população global (pela queda drástica da produção de alimentos), a intensificação da crise hídrica, a expansão de epidemias como a dengue e a Zika, maior exposição a desastres naturais e maior ocorrência de doenças respiratórias como a asma.
Leia também:
Referências:
https://climate.nasa.gov/
Mapes, B., 2015. Storm Surge: Hurricane Sandy, Our Changing Climate, and Extreme Weather of the Past and Future. Bulletin of the American Meteorological Society, 96(5), pp.823-825.
Warren, R., VanDerWal, J., Price, J., Welbergen, J.A., Atkinson, I., Ramirez-Villegas, J., Osborn, T.J., Jarvis, A., Shoo, L.P., Williams, S.E. and Lowe, J., 2013. Quantifying the benefit of early climate change mitigation in avoiding biodiversity loss. Nature Climate Change, 3(7), pp.678-682.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/efeitos-do-aquecimento-global/
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