Durante muito tempo nossas espécies nativas foram renegadas a segundo plano no cultivo de peixes, principalmente pelo fato do desconhecimento de técnicas básicas para criação delas. Hoje a deficiência tecnológica continua enorme (principalmente em relação a nutrição), porém considerável avanço já foi realizado e o cenário se torna otimista.
As nossas espécies nativas são adaptadas ao nosso ambiente e por esse motivo provavelmente o cultivo das mesmas pode se tornar mais produtivo que de espécies exóticas, oriundas de outros países.
A seguir temos algumas espécies importantes para a piscicultura nacional:
- Jundiá (Rhamdia sp.): bagre de pequeno tamanho (máximo de 60 cm.), importante espécie para regiões mais frias do país (alimenta-se mesmo no inverno) além de ser apreciado na culinária e pesca;
- Pacu (Piaractus mesopotamicus): peixe de importante valor comercial para pesca do Brasil, onívoro de fácil reprodução e manejo durante fase de engorda;
- Dourado (Salminus sp.): pode ultrapassar um metro de comprimento, sendo muito apreciado na pesca esportiva, tem ampla distribuição geográfica (quase toda América do Sul), seu principal problema é durante a fase de larvicultura;
- Pintado/Surubim (Pseudoplatystoma coruscans): excelente qualidade de carne (ausência de espinhos intramusculares) porém seu cultivo sempre foi limitado pela produção de juvenis (fase da produção mais difícil), porém atualmente técnicas especiais vêm sendo desenvolvidas para este peixe;
- Tambaqui (Colossoma macropomum): pode atingir até 1 metro de comprimento e alcançar 30 Kg, durante sua fase adulta a dieta é constituída principalmente de frutas e grãos.
Conclui-se então que temos uma biodiversidade de peixes inúmera, restando o maior estudo para implementar suas técnicas de cultivo. O que percebe-se ainda, é que o maior gargalo das espécies nativas é o conhecimento de seus hábitos alimentares e a transição para alimentação artificial, ainda tendo alguns problemas quanto a reprodução de algumas espécies.
Há diversidade do mercado, sendo que o produtor pode produzir peixes para engorda, somente produzir alevinos, ou destinar ainda seus alevinos para os pesque e pagues (agrega-se maior valor).
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