O aquecimento global é um processo de aumento da temperatura do planeta causado por ações humanas que elevaram a concentração de gases do efeito estufa na atmosfera. Apesar de ainda ser debatido, contestado e negado por uma pequena parcela da população e de líderes políticos, a grande maioria da comunidade científica e da sociedade compreende a importância de monitorarmos e agirmos contra o agravamento deste cenário. Leia abaixo as principais evidências do aquecimento global.
Desde 1958, pesquisadores americanos passaram a monitorar a concentração do gás dióxido de carbono na atmosfera. Desde então, os valores (que são medidos em partes por milhão – ppm) só vem aumentando. Em 1958 o valor registrado foi de 315 ppm. Trinta e um anos depois, em 1989, foi registrado 355 ppm. Em 2020, foi registrado o maior valor desde o início das medições, 416 ppm. Esse aumento de mais de 100 ppm de CO2 em pouco mais de 60 anos não possui precedente histórico segundo as modelagens baseadas nas concentrações atmosféricas do passado, sendo o valor mais elevado dos últimos 800 mil anos do planeta Terra.
A temperatura média global atual já é maior do que as estimativas e medições dos últimos 500 anos. Desde 1960 até 2020 houve o aumento de 450% nas temperaturas terrestres e oceânicas do planeta. Apesar de representar um acréscimo efetivo de um pouco mais que 1ºC, este dado é relevante pois intensifica outros efeitos catastróficos, como a destruição de habitat e aumento do estresse térmico sobre espécies da fauna e flora. Além disso, oceanos mais quentes aceleram o derretimento do gelo polar. E mesmo que toda a emissão de gases do efeito estufa parasse por completo, levaria muitos anos até que os oceanos conseguissem estabilizar seu equilíbrio calorifico, o que aponta para o continuo agravamento deste cenário.
Com o aquecimento oceânico e atmosférico, o gelo continental e dos polos tem sofrido uma elevada taxa de derretimento. Desde de 2012, a Antártida perdeu 76 bilhões de toneladas de gelo ao ano. Somado a perda média de 30 centímetros de área total por ano nos últimos 65 anos observada no Ártico, conseguimos compreender a elevação de quase 20 cm do nível do mar global que ocorreu no último século. As projeções mais otimistas apontam para um agravamento rápido deste cenário, o que causaria uma ameaça direta à vida de bilhões de pessoas que vivem em áreas sujeitas à alagamento caso os oceanos subam mais de 1 metro nas próximas décadas.
Com a intensificação da temperatura global, a formação de massas de ar e o fluxo de calor pelas correntes oceânicas tem sofrido alterações em seus padrões globais. Isso é evidenciado pela ocorrência de eventos de El Niño e La Niña mais intensos nos últimos 10 anos. Estes fenômenos têm relação direta com a temperatura da água do oceano Pacífico e afetam os índices pluviométricos globais. Assim, eventos de seca, enchentes, ciclones e tornados podem passar a ocorrer com maior frequência e intensidade, até mesmo em áreas que anteriormente não eram afetadas por tais problemas.
Muitas espécies de plantas e animais são extremamente sensíveis a grandes variações térmicas em seus habitats, lutando através de migrações e adaptações para sobreviver. Contudo, as estimativas apontam para grandes eventos de extinção e diminuição da biodiversidade nos próximos anos atrelados ao agravamento das condições climáticas. Para a vida marinha, esse efeito já tem sido amplamente documentado através do branqueamento dos recifes de corais, que são biomas altamente diversos e extremamente sensíveis às condições físico-químicas da água.
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Referências:
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Sperry, J.S., Venturas, M.D., Todd, H.N., Trugman, A.T., Anderegg, W.R., Wang, Y. and Tai, X., 2019. The impact of rising CO2 and acclimation on the response of US forests to global warming. Proceedings of the National Academy of Sciences, 116(51), pp.25734-25744.
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https://www.noaa.gov/news/global-carbon-dioxide-growth-in-2018-reached-4th-highest-on-record
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/ecologia/evidencias-do-aquecimento-global/
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