Exercícios sobre Pré-Modernismo

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    Márcia FernandesLicenciada em Letras

    O Pré-modernismo é um tema muito cobrado no Enem e no vestibular.

    Para ajudar você a estudar mais sobre esse período que marca a transição entre o Simbolismo e o Modernismo, o Toda Matéria selecionou para você as melhores questões que já caíram em concursos.

    Que tal fazer agora? Temos as respostas comentadas para acabar de vez com as suas dúvidas.

    Bons estudos!

    1. (PUC-RS) Na figura de ________, Monteiro Lobato criou o símbolo do brasileiro abandonado ao seu atraso e miséria pelos poderes públicos.

    a) O Cabeleira b) Jeca Tatu c) João Miramar d) Blau Nunes e) Augusto Matraga

    Alternativa b: Jeca Tatu.

    O personagem do livro Urupês, de Monteiro Lobato, é uma crítica ao Brasil. Jeca Tatu é um caipira que vive desanimado.

    Quantos às alternativas restantes:

    a) O Cabeleira: protagonista do romance homônimo, do cearense Franklin Távora. c) João Miramar: protagonista do livro Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade. d) Blau Nunes: protagonista dos Contos Gauchescos, de Simões Lopes Neto. e) Augusto Matraga: personagem do conto A Hora e a Vez de Augusto Matraga, do livro Sagarana, de João Guimarães Rosa.

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    VEJA TAMBÉM: Monteiro Lobato 2. (Enem 2014)

    Psicologia de um vencido

    Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco.

    Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância… Sobe–me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco.

    Já o verme — este operário das ruínas — Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra,

    Anda a espreitar meus olhos para roê–los, E há de deixar–me apenas os cabelos, Na frialdade ignorância da terra!

    ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

    A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição designada como pré–modernista. Com relação à poética e à abordagem temática presentes no soneto, identificam–se marcas dessa literatura de transição, como

    a) a forma do soneto, os versos metrificados, a presença de rimas e o vocabulário requintado, além do ceticismo, que antecipam conceitos estéticos vigentes no Modernismo. b) o empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em metáforas como “Monstro de escuridão e relutância" e “influência má dos signos do zodíaco". c) a seleção lexical emprestada ao cientificismo, como se lê em “carbono e amoníaco", “epigênese da infância" e “frialdade ignorância", que restitui a visão naturalista do homem. d) a manutenção de elementos formais vinculados à estética do Parnasianismo e do Simbolismo, dimensionada pela inovação na expressividade poética, e o desconcerto existencial. e) a ênfase no processo de construção de uma poesia descritiva e ao mesmo tempo filosófica, que incorpora valores morais e científicos mais tarde renovados pelos modernistas.

    Alternativa d: a manutenção de elementos formais vinculados à estética do Parnasianismo e do Simbolismo, dimensionada pela inovação na expressividade poética, e o desconcerto existencial.

    Augusto do Anjos é um autor simbolista, no entanto, há várias características do Parnasianismo presentes na sua obra, tal como preocupação estética, revelada através da métrica.

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    3. (UFR) "Crítico feroz do Modernismo, grande incentivador da disseminação da cultura, defensor dos valores e riquezas nacionais; conhecido, particularmente, pela sua grande obra infantil, em que se destacam os personagens do Sítio do Picapau Amarelo."

    O nome do autor a que se refere a afirmativa acima é:

    a) Lima Barreto b) José Lins do Rego c) Monteiro Lobato d) Mário de Andrade e) Cassiano Ricardo

    Alternativa c: Monteiro Lobato.

    Monteiro Lobato é um dos maiores autores infantis. É por isso que, em sua homenagem, o dia do seu nascimento é o Dia Nacional do Livro Infantil.

    A sua obra mais conhecida é O Sìtio do Picapau Amarelo.

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    4. (PUC-SP)

    "Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito bem, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o condenava? matando-o. E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara.

    Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois se fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas causas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas... Restava disto tudo em sua alma uma sofisticação? Nenhuma! Nenhuma!"

    (Lima Barreto)

    As obras do autor desse trecho integram o período literário chamado Pré-Modernismo. Tal designação para este período se justifica, porque ele:

    a) desenvolve temas do nacionalismo e se liga às vanguardas europeias. b) engloba toda a produção literária que se fez antes do Modernismo. c) antecipa temática e formalmente as manifestações modernistas. d) se preocupa com o estudo das raças e das culturas formadoras do nordestino brasileiro. e) prepara pela irreverência de sua linguagem as conquistas estilísticas do Modernismo.

    Alternativa c: antecipa temática e formalmente as manifestações modernistas.

    O Pré-Modernismo não é considerado uma escola literária, mas um período de transição entre o Simbolismo e o Modernismo, período esse que está envolto no espírito de renovação artística. No Modernismo, há o rompimento com o tradicionalismo (libertação estética, valorização do cotidiano, linguagem com humor).

    Nas suas obras, caracterizadas pelo teor satírico e humorístico, Lima Barreto aborda a temática social.

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    VEJA TAMBÉM: Características do Pré-Modernismo 5. (FCC-BA) Fazendo um paralelo entre Os Sertões, de Euclides da Cunha, e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, pode-se afirmar:

    a) Em ambas as obras predomina o espírito científico, sendo analisados aspectos da realidade brasileira. b) Ambas têm por cenário o sertão do Brasil setentrional, sendo numerosas as referências à flora e à fauna. c) Ambas as obras, criações de autores dotados de gênio, muito enriqueceram a nossa literatura regional de ficção. d) Ambas têm como principal objetivo denunciar o nosso subdesenvolvimento, revelando a miséria física e moral do homem do sertão. e) Tendo cada uma suas peculiaridades estilísticas, são ambas produto de intensa elaboração de linguagem.

    Alternativa e: Tendo cada uma suas peculiaridades estilísticas, são ambas produto de intensa elaboração de linguagem.

    No que respeita a essas obras, é importante frisar:

    Os Sertões é um relato histórico referente à Guerra de Canudos. Obra mais emblemática de Euclides da Cunha, ela critica o nacionalismo através do uso de linguagem cientificista.

    É dividida em três partes: A Terra, O Homem e A Luta. Na primeira parte, é feito um estudo geográfico, donde se descreve aspectos da fauna e da flora, entre outros.

    Por sua vez, Grande Sertão: Veredas, principal obra de João Guimarães Rosa, e vencedora de vários prêmios, é um romance narrado em linguagem coloquial. Nela, o protagonista reflete sobre a sua vida.

    A obra é dividida em dois volumes e tem mais de 600 páginas.

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    VEJA TAMBÉM: Grande Sertão: Veredas de Guimarães Rosa 6. (UEL) Assinale a alternativa incorreta sobre o Pré-Modernismo:

    a) Não se caracterizou como uma escola literária com princípios estéticos bem delimitados, mas como um período de prefiguração das inovações temáticas e linguísticas do Modernismo. b) Algumas correntes de vanguarda do início do século XX, como o Futurismo e o Cubismo, exerceram grande influência sobre nossos escritores pré-modernistas, sobretudo na poesia. c) Tanto Lima Barreto quanto Monteiro Lobato são nomes significativos da literatura pré-modernista produzida nos primeiros anos do século XX, pois problematizam a realidade cultural e social do Brasil. d) Euclides da Cunha, com a obra "Os Sertões", ultrapassa o relato meramente documental da batalha de Canudos para fixar-se em problemas humanos e revelar a face trágica da nação brasileira. e) Nos romances de Lima Barreto observa-se, além da crítica social, a crítica ao academicismo e à linguagem empolada e vazia dos parnasianos, traço que revela a postura moderna do escritor.

    Alternativa b: Algumas correntes de vanguarda do início do século XX, como o Futurismo e o Cubismo, exerceram grande influência sobre nossos escritores pré-modernistas, sobretudo na poesia.

    As vanguardas europeias influenciaram diretamente o Modernismo, com início em 1922. O período marcado pelo Pré-Modernismo compreende os ano 1910 - 1922.

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    VEJA TAMBÉM: Vanguardas Europeias 7. (Fatec-SP) Assinale a alternativa incorreta.

    a) Nos primeiros vinte anos deste século, a produção literária brasileira é marcada por diversidades, abrangendo, ao mesmo tempo, obras que questionam a realidade social e obras voltadas para os lugares-comuns herdados de autores anteriores. b) Pode-se afirmar que um dos traços modernos de Euclides da Cunha é o compromisso com os problemas de seu tempo. c) A importância da obra de Lima Barreto situa-se no plano do conteúdo, a partir do qual se revela seu caráter polêmico; a linguagem descuidada, porém, revela pouca consciência estética, em virtude de sua formação literária precária. d) O estilo parnasiano permanece influenciando autores e caracterizando boa parte da obra poética escrita durante o período pré-modernista. e) Graça Aranha faz parte do conjunto mais significativo de escritores do Pré-Modernismo. Nos anos anteriores à Semana de Arte Moderna, Graça Aranha interveio a favor da renovação artística a que se propunham os escritores modernistas.

    Alternativa c: A importância da obra de Lima Barreto situa-se no plano do conteúdo, a partir do qual se revela seu caráter polêmico; a linguagem descuidada, porém, revela pouca consciência estética, em virtude de sua formação literária precária.

    Lima Barreto ficou órfão aos 6 anos, tendo sido apadrinhado pelo Visconde de Ouro Preto, que lhe proporcionou boas condições de estudo.

    É um dos principais autores do Pré-Modernismo. Sua obra apresenta linguagem coloquial e fluida, donde tem destaque o clássico Triste Fim de Policarpo Quaresma.

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    VEJA TAMBÉM: Pré-Modernismo 8. (UFRGS-RS) Lima Barreto é um autor que se caracteriza por criar tipos:

    a) rústicos, ligados ao campo. b) aristocratas, ligados ao campo. c) aristocratas, ligados à cidade. d) burgueses, ligados à cidade. e) populares, ligados ao subúrbio.

    Alternativa e: populares, ligados ao subúrbio.

    A linguagem coloquial utilizada por Lima Barreto é consequência da galeria de personagens populares criados por ele. Policarpo Quaresma e Isaías Caminha são exemplos disso.

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    VEJA TAMBÉM: Lima Barreto 9. (Enem 2009)

    O falecimento de uma criança é um dia de festa. Ressoam as violas na cabana dos pobres pais, jubilosos entre as lágrimas; referve o samba turbulento; vibram nos ares, fortes, as coplas dos desafios, enquanto, a uma banda, entre duas velas de carnaúba, coroado de flores, o anjinho exposto espelha, no último sorriso paralisado, a felicidade suprema da volta para os céus, para a felicidade eterna — que é a preocupação dominadora daquelas almas ingênuas e primitivas.

    CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição comemorativa do 90.º ano do lançamento. Rio de Janeiro: Ediouro, 1992, p. 78.

    Nessa descrição de costume regional, é empregada

    a) variante linguística que retrata a fala típica do povo sertanejo. b) a linguagem científica, por meio da qual o autor denuncia a realidade brasileira. c) a modalidade coloquial da linguagem, ressaltando–se expressões que traduzem o falar de tipos humanos marginalizados. d) linguagem literária, na modalidade padrão da língua, por meio da qual é mostrado o Brasil não–oficial dos caboclos e do sertão. e) variedade linguística típica da fala doméstica, por meio de palavras e expressões que recriam, com realismo, a atmosfera familiar.

    Alternativa d: linguagem literária, na modalidade padrão da língua, por meio da qual é mostrado o Brasil não–oficial dos caboclos e do sertão.

    Quantos às alternativas restantes:

    a) Não se verifica qualquer característica de dialeto sertanejo. "Guri" ou "guria" são exemplos de vocábulos que demonstrariam a utilização de vocábulo local.

    b) Apesar de a linguagem cientificista ter sido utilizada nessa obra por Euclides da Cunha, também não se verifica linguagem científica na descrição em questão.

    c) e e) Quanto à modalidade coloquial ou linguagem típica da fala doméstica, também não há quaisquer indício da sua utilização no que respeita ao trecho acima.

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    VEJA TAMBÉM: A Linguagem do Pré-Modernismo 10. (UNITAU-SP)

    "Só ele não fala, não canta, não ri, não ama. Só ele, no meio de tanta vida, não vive."

    Os comentários acima são endereçados por Monteiro Lobato:

    a) ao nordestino. b) ao menor. c) ao sertão. d) ao caboclo. e) ao paulistano.

    Alternativa d: ao caboclo.

    É assim que termina a obra Urupês, de Monteiro Lobato, a qual trata do caboclo brasileiro.

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    11. (Vunesp) Volume contendo doze histórias tiradas do sertão paulista, foi citado por Rui Barbosa, em discurso no Senado, apontando o personagem Jeca Tatu como o protótipo do camponês brasileiro. Aponte o autor e sua obra:

    a) Monteiro Lobato - Urupês b) Lima Barreto - Cemitério dos vivos c) Monteiro Lobato - Cidades mortas d) Coelho Neto - Fogo-fátuo e) Euclides da Cunha - Contrastes e confrontos

    Alternativa a: Monteiro Lobato - Urupês.

    Jeca Tatu é um dos personagens mais populares de Monteiro Lobato. Através dele, o autor denuncia problemas de saúde pública, tal como o amarelão, doença de que sofre o personagem.

    Assim, anos depois do lançamento de Urupês (1918), Jeca Tatuzinho passa a ser utilizado para ensinar noções de higiene às crianças.

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    12. (Cesmac) Engenheiro e ensaísta social, Euclides da Cunha (1866-1909) é autor de uma das obras clássicas da interpretação social do Brasil: Os sertões (1902). Sobre essa obra é correto afirmar o que segue.

    a) Os sertões encerra uma prosa coloquial, clara e denotativa. b) Os sertões aborda a Guerra de Canudos, na Bahia. c) Os sertões trata da Guerra do Contestado, em Alagoas. d) Os sertões narra a vida do Conselheiro e de Lampião. e) Os sertões é um livro que faz a defesa veemente da Monarquia.

    Alternativa b: Os sertões aborda a Guerra de Canudos, na Bahia.

    Trata-se de um relato histórico que Euclides da Cunha escreveu na sequência do convite do Jornal Estado de São Paulo para cobertura da Guerra de Canudos ocorrida entre 1893 e 1897.

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    VEJA TAMBÉM: Os Sertões, de Euclides da Cunha 13. (Enem 2010)

    Negrinha

    Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados.

    Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças.

    Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu.

    Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo.

    Ótima, a dona Inácia.

    Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva.

    [...]

    A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo essa indecência de negro igual.

    LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento).

    A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa contradição infere-se, no contexto, pela

    a) falta de aproximação entre a menina e a senhora, preocupada com as amigas. b) receptividade da senhora para com os padres, mas deselegante para com as beatas. c) ironia do padre a respeito da senhora, que era perversa com as crianças. d) resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto. e) rejeição aos criados por parte da senhora, que preferia tratá-los com castigos.

    Alternativa d: resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto.

    A resistência em aceitar o fim da escravidão é atestada na seguinte frase: "Nunca se afizera ao regime novo essa indecência de negro igual." Essa atitude contradiz o fato de ser considerada "dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral".

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    14. (Enem 2012)

    Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Oue lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem... Em que lhe contribuía para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante e que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das coisas do tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma!

    O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções.

    A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete.

    BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: www.dominiopubIico.gov.br. Acesso em: 8 nov. 2011.

    O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911. No fragmento destacado, a reação do personagem aos desdobramentos de suas iniciativas patrióticas evidencia que

    a) A dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento da natureza brasileira levou-o a estudar inutilidades, mas possibilitou-lhe uma visão mais ampla do país. b) A curiosidade em relação aos heróis da pátria levou-o ao ideal de prosperidade e democracia que o personagem encontra no contexto republicano. c) A construção de uma pátria a partir de elementos míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do solo e a pureza linguística, conduz à frustração ideológica. d) A propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, justifica a reação de decepção e desistência de Policarpo Quaresma, que prefere resguardar-se em seu gabinete. e) A certeza da fertilidade da terra e da produção agrícola incondicional faz parte de um projeto ideológico salvacionista, tal como foi difundido na época do autor.

    Alternativa c: A construção de uma pátria a partir de elementos míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do solo e a pureza linguística, conduz à frustração ideológica.

    A frustração de Policarpo, um forte nacionalista, é demonstrada em várias momentos do trecho acima: "Em nada", "Não", "Nenhuma", respostas dadas às suas próprias indagações.

    O segundo parágrafo repete várias vezes a palavra "decepção", até que a frase final confirma que a sua postura mítica do Brasil era agora frustrante: "A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete.".

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    VEJA TAMBÉM: Triste Fim de Policarpo Quaresma 15 . (UPF 2012)

    Em Triste fim de Policarpo Quaresma, a personagem principal, nos instantes que antecedem sua morte, conclui que todos os seus projetos haviam resultado em sucessivas decepções e que a pátria que idealizara não existia. Nesses momentos, ________ do protagonista e ________ do narrador é que propiciam ao leitor a possibilidade de tomar conhecimento de tais conclusões.

    A alternativa que completa corretamente as lacunas do texto anterior é:

    a) o ufanismo - a onisciência b) o patriotismo - a onisciência c) a tristeza - o ufanismo d) a tristeza - o patriotismo e) a reflexão - a onisciência

    Alternativa e: a reflexão - a onisciência.

    Este trecho nos mostra a reflexão de Quaresma: "E, bem pensando, mesmo na sua pureza, o que vinha a ser a Pátria? Não teria levado toda a sua vida norteado por uma ilusão, por uma idéia a menos, sem base, sem apoio, por um Deus ou uma deusa cujo império se esvaía?"

    Triste Fim de Policarpo Quaresma é narrado em terceira pessoa. O narrador é onisciente, conhecendo deste modo, todos os detalhes da trama, tal como se pode verificar neste trecho: "E era assim todos os dias, há quase trinta anos. Vivendo em casa própria e tendo outros rendimentos além do seu ordenado, o Major Quaresma podia levar um trem de vida superior aos seus recursos burocráticos, gozando, por parte da vizinhança, da consideração e respeito de homem abastado."

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    VEJA TAMBÉM: Narrador Onisciente 16. (Mackenzie 2015)

    O planalto central do Brasil desce, nos litorais do Sul, em escarpas inteiriças, altas e abruptas. Assoberba os mares; e desata-se em chapadões nivelados pelos visos das cordilheiras marítimas, distendidas do Rio Grande a Minas. Mas ao derivar para as terras setentrionais diminui gradualmente de altitude, ao mesmo tempo que descamba para a costa oriental em andares, ou repetidos socalcos, que o despem da primitiva grandeza afastando-o consideravelmente para o interior.

    De sorte que quem o contorna, seguindo para o norte, observa notáveis mudanças de relevos: a princípio o traço contínuo e dominante das montanhas, precintando-o, com destaque saliente, sobre a linha projetante das praias, depois, no segmento de orla marítima entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, um aparelho litoral revolto, feito da envergadura desarticulada das serras, riçado de cumeadas e corroído de angras, e escancelando-se em baías, e repartindo-se em ilhas, e desagregando-se em recifes desnudos, à maneira de escombros do conflito secular que ali se trava entre os mares e a terra; em seguida, transposto o 15º paralelo, a atenuação de todos os acidentes — serranias que se arredondam e suavizam as linhas dos taludes, fracionadas em morros de encostas indistintas no horizonte que se amplia; até que em plena faixa costeira da Bahia, o olhar, livre dos anteparos de serras que até lá o repulsam e abreviam, se dilata em cheio para o ocidente, mergulhando no âmago da terra amplíssima lentamente emergindo num ondear longínquo de chapadas...

    Este facies geográfico resume a morfogenia do grande maciço continental.

    Euclides da Cunha, Os Sertões.

    Assinale a alternativa INCORRETA sobre o contexto histórico e literário da prosa pré-modernista a que pertence o fragmento de Os Sertões.

    a) Os prosadores pré-modernistas produziram uma literatura problematizadora da realidade brasileira de sua época. b) Entre os temas pré-modernistas, está o subdesenvolvimento do sertão nordestino. c) A investigação social presente na prosa pré-modernista colabora para o aprofundamento do sentimento ufanista nacional. d) A prosa da época é marcada por obras de análise e interpretação social significativas para a literatura brasileira. e) O pré-modernismo antecipou formal ou tematicamente práticas e ideias que foram desenvolvidas pelos modernistas.

    Alternativa c: A investigação social presente na prosa pré-modernista colabora para o aprofundamento do sentimento ufanista nacional.

    Uma das características mais marcantes do Pré-Modernismo é a exposição e a denúncia da realidade social brasileira, contemporaneidade, temas históricos e nacionalistas.

    O Triste de Fim de Policarpo Quaresma é um bom exemplo disso, uma vez que nele é feito uma análise da nossa sociedade. Lima Barreto faz denúncias sociais mediante o patriotismo excessivo do seu protagonista.

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    17. (ITA-2002) Assinale a alternativa que rotula adequadamente o tratamento dado ao elemento indígena, nos romances O Guarani, de José de Alencar, e Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, respectivamente:

    a) Nacionalismo exaltado, nacionalismo caricatural. b) Idolatria nacionalista, derrotismo nacional. c) Aversão ao colonizador, aversão ao progresso. d) Aversão ao colonizador, derrotismo nacional. e) Nacionalismo exaltado, aversão ao progresso.

    Alternativa a: Nacionalismo exaltado, nacionalismo caricatural.

    O Guarani, de José de Alencar, é uma obra situada na primeira fase do Romantismo. Nesse momento, o nacionalismo traz como característica o tom romântico, donde resulta o fato de o índio ser visto como um herói nacional.

    O Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é uma obra do Pré-Modernismo. Nela, é fácil identificar o tom irônico utilizado pelo autor no que respeita ao nacionalismo exacerbado.

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    18. (UNIFESP-2007) Durante os lazeres burocráticos, estudou, mas estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política. Quaresma sabia as espécies de minerais, vegetais e animais que o Brasil continha; sabia o valor do ouro, dos diamantes exportados por Minas, as guerras holandesas, as batalhas do Paraguai, as nascentes e o curso de todos os rios.

    (...)

    Havia um ano a esta parte que se dedicava ao tupi-guarani. Todas as manhãs, antes que a “Aurora com seus dedos rosados abrisse caminho ao louro Febo”, ele se atracava até ao almoço com o Montoya, Arte y diccionario de la lengua guarani ó más bien tupi, e estudava o jargão caboclo com afinco e paixão. Na repartição, os pequenos empregados, amanuenses e escreventes, tendo notícia desse seu estudo do idioma tupiniquim, deram não se sabe por que em chamá-lo – Ubirajara. Certa vez, o escrevente Azevedo, ao assinar o ponto, distraído, sem reparar quem lhe estava às costas, disse em tom chocarreiro: “Você já viu que hoje o Ubirajara está tardando?” Quaresma era considerado no Arsenal: a sua idade, a sua ilustração, a modéstia e honestidade do seu viver impunham-no ao respeito de todos. Sentindo que a alcunha lhe era dirigida, não perdeu a dignidade, não prorrompeu em doestos e insultos. Endireitou-se, consertou o seu pince-nez, levantou o dedo indicador no ar e respondeu:

    — Senhor Azevedo, não seja leviano. Não queira levar ao ridículo aqueles que trabalham em silêncio, para a grandeza e a emancipação da Pátria.

    Vocabulário: amanuenses: escreventes; doestos: injúrias.

    (Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto)

    Examine a frase: Havia um ano a esta parte que se dedicava ao tupi-guarani.

    a) No conjunto da obra, que relação há entre nacionalismo e o estudo de tupi-guarani?

    Policarpo Quaresma é o retrato de um nacionalista exacerbado. Assim, ele chega a fazer um requerimento ao Congresso Nacional pedindo que o tupi-guarani fosse decretado língua oficial e nacional:

    "Demais, Senhores Congressistas, o tupi-guarani, língua originalíssima, aglutinante, é a única capaz de traduzir as nossas belezas, de pôr-nos em relação com a nossa natureza e adaptar-se perfeitamente aos nossos órgãos vocais e cerebrais, por ser criação de povos que aqui viveram e ainda vivem, portanto possuidores da organização fisiológica e psicológica para que tendemos, evitando-se dessa forma as estéreis controvérsias gramaticais, oriundas de uma difícil adaptação de uma língua de outra região à nossa organização cerebral e ao nosso aparelho vocal - controvérsias que tanto empecem o progresso da nossa cultura científica e filosófica."

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    b) Quanto ao sentido, explique o emprego da forma verbal dedicava e justifique sua resposta com uma expressão presente no texto.

    "Dedicava" está no pretérito imperfeito do indicativo, tempo que indica algo inacabado. Isso quer dizer que Policarpo Quaresma começou os estudos do tupi, mas não tinha terminado:

    "Todas as manhãs, antes que a "Aurora, com seus dedos rosados abrisse caminho ao louro Febo", ele se atracava até ao almoço com o Montoya, Arte y diccionario de la lengua guaraní ó más bien tupí, e estudava o jargão caboclo com afinco e paixão."

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    19. (Mackenzie-2004) Havia bem dez dias que o Major Quaresma não saía de casa. Estudava os índios. Não fica bem dizer “estudava”, porque já o fizera há tempos (...). Recordava (é melhor dizer assim), afirmava certas noções dos seus estudos anteriores, visto estar organizando um sistema de cerimônias e festas que se baseasse nos costumes dos nossos silvícolas e abrangesse todas as relações sociais. (...) A convicção que sempre tivera de ser o Brasil o primeiro país do mundo e o seu grande amor à pátria eram agora ativos e impeliram-no a grandes cometimentos.

    Lima Barreto

    No fragmento anterior,

    a) o protagonista, tecendo comentários livremente, apresenta ao leitor ações e intenções da personagem quixotesca. b) o narrador revela-se preocupado com a precisão ao relatar as ações do protagonista idealizador. c) o narrador manifesta suas dúvidas quanto aos fatos ocorridos, em virtude de seu desconhecimento do universo focalizado. d) o narrador-personagem, ao estabelecer paralelo entre o passado e o presente do Major, manifesta sua decepção pela ingenuidade do sonhador. e) o narrador-personagem anuncia o fim trágico do protagonista e ironiza seu perfil fantasioso e idealista.

    Alternativa b: o narrador revela-se preocupado com a precisão ao relatar as ações do protagonista idealizador.

    A preocupação do narrador é atestada nas suas explicações ou correções daquilo que relata "Estudava os índios. Não fica bem dizer “estudava”, porque já o fizera há tempos (...). Recordava (é melhor dizer assim)".

    A obra em questão é narrada na terceira pessoa, sendo que o narrador, onisciente, conhece todos os seus detalhes.

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    20. (UFSC-2006) TEXTO 1 “Não lhes bastavam seis mil mannlichers e seis mil sabres; e o golpear de doze mil braços, e o acalcanhar de doze mil coturnos; e seis mil revólveres; e vinte canhões, e milhares de granadas, e milhares de schrapnells, e os degolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede; e dez meses de combates, e cem dias de canhoneio contínuo; e o esmagamento das ruínas; e o quadro indefinível dos templos derrocados; e, por fim, na ciscalhagem das imagens rotas, dos altares abatidos, dos santos em pedaços - sob a impassibilidade dos céus tranqüilos e claros - a queda de um ideal ardente, a extinção absoluta de uma crença consoladora e forte…

    Impunham-se outras medidas. Ao adversário irresignável as forças máximas da natureza, engenhadas à destruição e aos estragos. Tinha-as, previdentes. Havia-se prefigurado aquele epílogo assombroso do drama. Um tenente, ajudante-de-ordens do comandante geral, fez conduzir do acampamento dezenas de bombas de dinamite. Era justo; era absolutamente imprescindível. Os sertanejos invertiam toda a psicologia da guerra: enrijavam-nos os reveses, robustecia-os a fome, empedernia-os a derrota.”

    CUNHA, Euclides da. Os sertões. São Paulo: Martin Claret, 2003, p. 520-521

    Com base no TEXTO 1, e na obra de Euclides da Cunha, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).

    01. O Texto 1 é exemplo de como o sertanejo é descrito também em outras passagens do livro Os sertões e confirma a consagrada frase de Euclides da Cunha: “O sertanejo é antes de tudo um forte”, p. 115.

    02. A narrativa de Euclides da Cunha propõe uma antítese entre a força física ou material do exército e a força do sertanejo, adaptado às condições de seu lugar e amparado pela crença religiosa.

    04. Quando afirma que “Impunham-se outras medidas” (linha 17), pois todo aquele arsenal não lhes bastava, o narrador quer dizer que os soldados apelaram para os “céus tranqüilos e claros” (linha 14).

    08. Há dois planos opostos que descrevem os dois lados desiguais da luta em Canudos. De um lado, o exército de São Sebastião e, de outro, os sertanejos com suas ruínas, na ciscalhagem das imagens rotas e em pedaços.

    16. A construção do texto por meio de paradoxos como “enrijavam-nos os reveses, robustecia-os a fome, empedernia-os a derrota” (linhas 27-29) confirma uma das características da obra: a presença de elementos contrastantes como resultado de idéias antagônicas.

    32. A correta “psicologia da guerra” (linha 27), aplicada pelo exército, não foi suficiente para a tomada de Canudos, já que os sertanejos a invertiam.

    As proposições corretas são 01, 02, 16 e 32 (abaixo), cuja soma é 51:

    01. O Texto 1 é exemplo de como o sertanejo é descrito também em outras passagens do livro Os sertões e confirma a consagrada frase de Euclides da Cunha: “O sertanejo é antes de tudo um forte”, p. 115.

    02. A narrativa de Euclides da Cunha propõe uma antítese entre a força física ou material do exército e a força do sertanejo, adaptado às condições de seu lugar e amparado pela crença religiosa.

    16. A construção do texto por meio de paradoxos como “enrijavam-nos os reveses, robustecia-os a fome, empedernia-os a derrota” (linhas 27-29) confirma uma das características da obra: a presença de elementos contrastantes como resultado de idéias antagônicas.

    32. A correta “psicologia da guerra” (linha 27), aplicada pelo exército, não foi suficiente para a tomada de Canudos, já que os sertanejos a invertiam.

    A frase de Euclides da Cunha atesta a veracidade da proposição 1.

    O beato Antônio Conselheiro foi o líder do Arraial de Canudos, a comunidade que foi destruída na Guerra. Através da religião, ele representou a esperança para os sertanejos.

    A presença de ideias antagônicas é uma constante nessa obra de Euclides da Cunha. Verifica-se, por exemplo, na comparação feita entre sertanejos e jagunços.

    A única proposição errada é a 8.

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    VEJA TAMBÉM: Euclides da Cunha 21. (Mackenzie-2004) Euclides da Cunha morreu, aos 43 anos de idade, em 15 de agosto de 1909, por volta das dez e meia de uma manhã chuvosa de domingo, em tiroteio com os cadetes Dinorá e Dilermando Cândido de Assis, amante de sua mulher. Saía no mesmo dia a entrevista que dera para Viriato Corrêa, da Ilustração Brasileira, em sua casa na Rua Nossa Senhora de Copacabana. A entrevista foi dada em um domingo, Viriato e Euclides conversaram, almoçaram e passearam descalços na praia. Era sol e era azul.

    O texto

    a) é contraditório ao descrever as condições climáticas do dia da morte de Euclides da Cunha (uma manhã chuvosa/era sol e era azul) b) opõe uma série de fatos pessoais negativos a condições climáticas positivas. c) descreve três acontecimentos importantes (morte, publicação e entrevista) que têm a mesma duração temporal. d) narra, em ordem cronológica, eventos relevantes da biografia de Euclides da Cunha. e) recupera elementos da organização de Os Sertões, ao relacionar fatos referentes ao homem e condições ambientais.

    Alternativa e: recupera elementos da organização de Os Sertões, ao relacionar fatos referentes ao homem e condições ambientais.

    Em Os Sertões, as condições ambientais determinam o homem. Da mesma forma, o texto fala da morte, da publicação e da entrevista mencionando os aspectos climáticos dessas ocasiões: "manhã chuvosa de domingo", "domingo", "Era sol e era azul".

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    22. (UFPB-2006)

    Astrologia

    Minha estrela não é a de Belém: A que, parada, aguarda o peregrino. Sem importar-se com qualquer destino A minha estrela vai seguindo além…

    - Meu Deus, o que é que esse menino tem? - Já suspeitavam desde eu pequenino. O que eu tenho? É uma estrela em desatino… E nos desentendemos muito bem!

    E quando tudo parecia a esmo E nesses descaminhos me perdia Encontrei muitas vezes a mim mesmo…

    Eu temo é uma traição do instinto Que me liberte, por acaso, um dia Deste velho e encantado Labirinto

    (QUINTANA, Mario. Quintana de bolso. Porto Alegre: L&P, 1997, p. 102).

    A influência dos astros na vida dos homens faz-se presente, também, nos seguintes versos do poeta Augusto dos Anjos:

    “Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco.”

    (Psicologia de um vencido. In: ANJOS, Augusto dos. Os melhores poemas de Augusto dos Anjos. São Paulo: Global, 1997, p. 51).

    Comparando o poema Astrologia, de Mario Quintana, com os versos de Augusto dos Anjos, considere as afirmativas:

    I. Nos versos de Augusto dos Anjos e no poema de Mario Quintana, há uma visão pessimista da matéria, da vida e do cosmo. II. No poema de Mario Quintana a inquietação em relação ao destino não assume um tom angustiado, como se observa nos versos de Augusto dos Anjos. III. O poema de Mario Quintana e os versos de Augusto dos Anjos expressam a dor de existir e uma profunda descrença na vida humana.

    Está(ão) correta(s):

    a) todas b) nenhuma c) apenas I e II d) apenas I e III e) apenas II e III f) apenas II

    VEJA TAMBÉM: Mario Quintana

    Alternativa f: apenas II.

    Mario Quinta, autor modernista, é o "poeta das coisas simples" porque amor, natureza, coisas consideradas simples, são os temas preferidos do poeta.

    Por sua vez, Augusto dos Anjos, autor simbolista, é conhecido como o "poeta da morte" em decorrência do seu pessimismo e dos temas sombrios que aborda.

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    VEJA TAMBÉM: Augusto dos Anjos 23. (Fuvest) No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, o nacionalismo exaltado e delirante da personagem principal motiva seu engajamento em três diferentes projetos, que objetivam “reformar” o país. Esses projetos visam, sucessivamente, aos seguintes setores da vida nacional:

    a) escolar, agrícola e militar; b) linguístico, industrial, e militar; c) cultural, agrícola e político; d) linguístico, político e militar; e) cultura, industrial e político.

    Alternativa c: cultural, agrícola e político.

    Na questão cultural, Quaresma preocupa-se com o tupi e almeja o seu reconhecimento como língua oficial:

    "usando do direito que lhe confere a Constituição, vem pedir que o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani como língua oficial e nacional do povo brasileiro."

    Quantos aos projetos agrícola e políticos, o personagem almeja pela reforma de ambos:

    "Vou fazer o que tu dizes: plantar, criar, cultivar o milho, o feijão, a batata-inglesa... Tu irás ver as minhas culturas, a minha horta, e meu pomar - então é que te convencerás como são fecundas as nossas terras!"

    Homem sério e honesto, Policarpo reconhece que o problema da política é a corrupção:

    "Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. Nada de ambições políticas ou administrativas; o que Quaresma pensou, ou melhor: o que o patriotismo o fez pensar foi num conhecimento inteiro do Brasil, levando-o a meditações sobre os seus recursos, para depois então apontar os remédios, as medidas progressivas, com pleno conhecimento de causa."

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    24. (FEI) Uma das obras citadas abaixo foi escrita por Lima Barreto. Assinale-a:

    a) Canaã b) Os sertões c) Triste fim de Policarpo Quaresma d) Eu e) Urupês

    Alternativa c: Triste fim de Policarpo Quaresma.

    Quantos às alternativas restantes:

    a) Canaã, escrita por Graça Aranha. b) Os sertões, escrita por Euclides da Cunha. d) Eu, escrita por Augusto dos Anjos. e) Urupês, escrita por Monteiro Lobato.

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    25. (UEL-PR) Nas duas primeiras décadas de nosso século, as obras de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, tão diferentes entre si, têm como elemento comum:

    a) a intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante. b) a adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão. c) a expressão de aspectos até então negligenciados da realidade brasileira. d) a prática de um experimentalismo lingüístico radical. e) o estilo conservador do antigo regionalismo romântico.

    Alternativa c: a expressão de aspectos até então negligenciados da realidade brasileira.

    Exemplos disso são Os Sertões, de Euclides da Cunha, e Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto.

    Ver Resposta Márcia FernandesProfessora, pesquisadora, produtora e gestora de conteúdos on-line. Licenciada em Letras pela Universidade Católica de Santos.
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