Função apelativa ou conativa

A função apelativa ou conativa centra-se no destinatário para influenciar o seu comportamento, persuadindo-o a fazer algo. Desse modo, espera-se a resposta dele, isto é, espera-se que ele tome determinada atitude, que ele aja de determinada forma. Para entendermos melhor esse tipo de função da linguagem, leia esta propaganda de uma ONG fictícia chamada “Amigos do Cão”:

(Propaganda criada pela autora deste artigo para a abordagem da função apelativa/conativa da linguagem)

Qual o objetivo de quem produziu o texto acima? Persuadir o destinatário a doar para a ONG “Amigos do cão”. Então, espera-se que ele se sinta sensibilizado, que ele tome a atitude de doar. Para tal, algumas estratégias foram adotadas. Primeiramente, cabe destacar que o verbal e o não verbal se fundem na composição do texto. A foto do cãozinho (com um olhar bem comovente) e as palavras escolhidas atuam no processo de convencimento.

Observe que o termo “você” se repete em uma sequência “Você pode ajudar a gente a cuidar deste cãozinho...” e “Você pode ajudar a gente a dar outro destino a este cãozinho...”, a fim de manter um diálogo direto com o destinatário. Note que o advérbio “Como” sugere uma pergunta feita por aquele em resposta à mensagem anterior (“Como eu posso ajudar este cãozinho?”). Os verbos no modo imperativo “Seja”, “Doe”, “Saiba” e “ligue” evidenciam o tom de apelo, o tom de persuasão. Na esperança de que o apelo seja atendido, a propaganda encerra-se com um agradecimento criativo em nome do beneficiado com a doação “Ele auauagradece!”.

A função apelativa tem presença marcante nos textos publicitários, mas aparecem em outros textos também. Veja:

A vida é feita de sonhos. Por isso, amigo, não desista dos seus! Acredite e persista!

(Máxima criada pela autora deste artigo para a abordagem da função apelativa/conativa da linguagem.)

A máxima acima intenciona convencer o destinatário, chamado de “amigo”, a tomar a atitude de não desistir dos seus sonhos, já que “a vida é feita de sonhos”. Dessa maneira, foi empregado o vocativo “amigo”, assinalado entre vírgulas. Vale elucidar também a presença dos verbos no modo imperativo (no imperativo negativo “não desista” e no imperativo afirmativo “Acredite” e “persista”).

Para concluir

Quando desejamos convencer ou persuadir alguém a agir de determinado modo, usamos a função apelativa ou conativa da linguagem. Nesse contexto, esperamos que ele responda ao nosso apelo. É importante reforçar que lançamos mão de diferentes recursos (vocativo, verbos no imperativo, o termo “você”, palavras e imagens persuasivas) na interação com o destinatário.

Leia também:

  • Funções da linguagem

Referência:

BARROS, Diana Pessoa de. A comunicação humana. In: FIORIN, José Luiz. (org.) et al. Introdução à Linguística. 6.ed. 7ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2019. p. 25-53.

Imagens da propaganda. Disponíveis em: .

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