A linguagem coloquial é aquela própria do dia a dia, isto é, mais espontânea. Isso significa que esse tipo de linguagem não se preocupa em seguir as regras gramaticais da língua. Os contextos informais exigem o uso da linguagem coloquial. Vamos analisar a coloquialidade nesta tira do Amadinho? Então, leia-a:
No diálogo de Armandinho com o pai, há marcas da linguagem coloquial também conhecida como linguagem informal. Primeiramente, podemos observar, na pergunta do menino, a preposição “pra” (redução de “para”). Em seguida, notamos uma locução verbal no lugar de um verbo para exprimir uma ação futura (“Vou fazer” no lugar de “Farei”). Já em “Você sabia que teve gente presa por causa disso?), o verbo “teve” substitui o verbo “houve” e a palavra “gente” para se referir a um conjunto de pessoas. Todos esses elementos citados compõem a linguagem coloquial. Ela é empregada em ambientes mais familiares e, por isso mesmo, mais informais. Desse modo, a linguagem coloquial foi usada corretamente na tira, visto que se trata de um diálogo do cotidiano entre pai e filho.
Confira mais exemplos de linguagem coloquial (expressões sublinhadas). Nos parênteses, encontram-se as referidas expressões em consonância com a norma culta:
Fui na missa ontem. (“à”)
Eu tô atrasada demais! (“estou”)
Aonde está o meu livro? (“Onde”).
Não vi ele quando cheguei. (“o vi”)
Corre porque seu pai já chegou! (“Corra”)
Eu assisti o jogo naquele bar. (“assistir a”)
Este é o lugar que fomos. (“a que fomos”)
Senti tanta dó daquela criança... (“tanto dó”)
Foi eu que fiz o bolo da festa! (“Fui eu que fiz”)
E agora? Ela não devia ter feito isso. (“deveria”)
O jovem passu rápido perto de mim. (“rapidamente”)
Me apresentou aos seus pais hoje. (“Apresentou-me”)
Ele tava no telefone e não viu. (“estava” e “ao telefone”)
Já é onze horas e ele ainda não chegou... (“são onze horas”)
Eles assustaram quando viram a conta de luz... (“se assustaram”)
O óculos do meu pai quebrou. (“Os óculos do meu pai quebraram.”)
Coloquial ou culta? Depende do contexto comunicativo. Em outras palavras, há situações em que devemos empregar a linguagem coloquial e há outras em que devemos empregar a linguagem culta. Os conhecimentos de mundo, partilhados pelos indivíduos, orientam as práticas sociais de uso da linguagem. Desse modo, a pessoa sabe que a linguagem a ser adotada em uma entrevista de emprego ou em uma apresentação de um trabalho, por exemplo, deve ser diferente daquela adotada em um bate-papo com o amigo.
Referências:
BECK, Alexandre. Tira do Armandinho. Disponível em:
SILVA, Taís Cristófaro. Fonética e Fonologia do português: roteiro de estudos e guia de exercícios. 2.ed. São Paulo: Contexto, 1999. p.11-47.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/linguistica/linguagem-coloquial/
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