Gênero narrativo

Falamos em “gênero narrativo” quando temos a intenção de apresentar a estrutura de história em um texto. Normalmente, é necessário considerar um narrador ou narradora, personagem, enredo, tempo e espaço.

Nessa conjuntura, é importante ter em mente que o narrador da história pode ou não fazer parte da narrativa, o que configura na escolha do autor por um discurso direto, indireto ou indireto livre.

Ademais, há que se considerar as partes do texto escrito em forma de prosa, que divide-se em introdução, desenvolvimento e conclusão.

Dessa forma, existem alguns modos de exemplificar os temas de uma história:

  • Ensaio - algo breve, impessoal. Tem como principal finalidade apresentar críticas, ideias ou um determinado ponto de vista sobre algo. Costuma possuir um cunho mais didático;
  • Crônica - é apresentado em prosa, de forma informal, abordando temas simples, do cotidiano. Seu principal objetivo é analisar e criticar a realidade social, cultural e política. É o texto que mais se aproxima do jornalismo;
  • Fábula - vista em forma de prosas e versos. Seja sobre personagens ou fatos fantásticos. Suas duas principais características são ter um animal como protagonista e a presença de um lição moral, com cunho educativo;
  • Epopeia ou poesia épica - é apresentada em versos, de forma bem extensa e complexa. Normalmente mostra a história de heróis ou algum personagem (ou um conjunto de personagens) que realizam atos heroicos, extraordinários, que poderão ser lembrados eternamente;
  • Romance - muito comum e famoso, esse subgênero é bastante apresentado em forma de prosa, extensa e complexamente. Os personagens tendem a ser fictícios, onde vivenciam algum enredo dentro de um espaço e tempo. Os romances vivem de relatar aventuras, criar perfis psicológicos para os personagens e ligações entre eles e criar críticas entre suas culturas e costumes sociais;
  • Novela - vem em forma de prosa, mais curta que o romance, porém mais extensa que um conto. Tende a ser uma narrativa mais dinâmica, com fatos interligados e que vão sendo sequenciados com o passar da história;
  • Conto - conhecido por ser apresentado de forma sucinta e rápida. Muito mais breve do que a novela e o romance. Os personagens tendem a ter poucas ações em um curto espaço de tempo. Poucas características são apresentadas neste subgênero.

Os tipos de discurso

Discurso direto

É a fala do personagem ou personagens. Veja um exemplo neste diálogo do livro Dom Casmurro, de 1899:

"— Medroso! — Eu? Mas… — Não é nada, Bentinho. Pois quem é que há de dar pancada ao prender você? Desculpe, que eu hoje estou meia maluca; quero brincar, e… — Não, Capitu; você não está brincando; nesta ocasião, nenhum de nós tem vontade de brincar."

Discurso indireto

Quando o narrador conta algo pelo personagem. Veja outro exemplo, desta vez presente no livro de Machado de Assis, Quincas Borba (1891):

“Rubião ordenou a um escravo que levasse o cachorro de presente à comadre Angélica, dizendo-lhe que, como gostava de bichos, lá ia mais um.”

Discurso indireto livre

Nesse discurso, o narrador caracteriza um pensamento do personagem. Como podemos ver em Vidas Secas (1938), de Graciliano Ramos:

"Seu Tomé da bolandeira falava bem, estragava os olhos em cima de jornais e livros, mas não sabia mandar: pedia. Esquisitice de um homem remediado ser cortês. Até o povo censurava aquelas maneiras. Mas todos obedeciam a ele. Ah! Quem disse que não obedeciam?"

Classificação dos textos

Os textos também podem ser classificados da seguinte forma:

  • Monofônicos - quando são focados em apenas um personagem/protagonista;
  • Polifônicos - focados em vários personagens;
  • Fechados - voltados para a ação;
  • Abertos - focados na reflexão;
  • Lineares ou progressivos - advém de uma sequência cronológica, onde fatos e acontecimentos são mais importantes que a reflexão;
  • Verticais ou analíticos - existe uma reflexão por trás dos fatos;
  • Psicológicos - voltados para o funcionamento da mente humana.

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