O carvão mineral é uma pedra composta basicamente por carbono e magnésio na forma de betumes, que apresenta uma cor preta ou marrom escuro e, acredita-se, seja o combustível natural mais abundante do planeta.
No Brasil, a mineração do carvão concentra-se praticamente na região sul do país, com algumas minerações pouco produtivas na região sudeste. Porém o carvão brasileiro, em sua maior parte, possui qualidade de pobre a média devido às condições geográficas responsáveis pela sua formação.
Há reservas de carvão no Brasil nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, em grande quantidade e também, nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Piauí, Maranhão, Pará, Amazonas e Acre, sendo que, nestes últimos, a quantidade é economicamente pouco relevante. Motivo pelo qual se considera apenas a região sul na produção de carvão brasileiro.
O carvão presente na região sul difere do restante também pela qualidade que, mesmo que baixa para padrões mundiais é melhor que no restante do país. O carvão da região sul é em sua maioria do tipo sub-betuminoso e betuminoso, com ocorrência também em São Paulo. E no restante do país predominam as reservas de carvão do tipo linhito e sub-betuminoso. (A qualidade do carvão é definida, dentre outro métodos, pelo estágio de desenvolvimento do mineral que evolui da seguinte forma: turfa à sapropelito à linhito à carvão sub-betuminoso à carvão betuminoso à antracito, que é o último estágio e, portanto o de melhor qualidade. Cada estágio é chamado de rank: quanto maior o rank melhor o carvão)
As minas da região sul do Brasil são responsáveis por 99,98% das reservas de carvão mineral brasileiras, sendo os outros 0,02% em São Paulo. A maior jazida de carvão mineral do país é a jazida de Candiota, no Rio Grande do Sul que responde por 23% das reservas oficiais do país (que chegam a 7 bilhões de toneladas) e também é a melhor em rentabilidade uma vez que suas reservas apresentam-se em camadas bastante espessas e de grande continuidade.
Em segundo lugar estão as jazidas do Baixo Jacuí, a oeste de Porto Alegre: Capané, São Sepé, Iruí, Leão, Sul do Leão, Pântano Grande, Água Boa, Faxinal, Arroio dos Ratos e Charqueadas.
A mineração do carvão no Brasil teve seu início em 1855 quando foi aberta a primeira mina de carvão em Arroio dos Ratos por ordem do então presidente provincial Luiz Vieira Sinimbu. Em 1863 inciou-se a exploração nas regiões de Candiota e Hulha Negra. Porém, desde 1827 já se tinha notícias de reservas de carvão em Santa Catarina, que foram explotadas por uma companhia inglesa no município de Lauro Müller. Mas, como o carvão fosse de baixa qualidade logo a companhia inglesa se desinteressou e o carvão só veio a ser explotado novamente em 1855.
Em 1904 foi criada, pelo governo, a Comissão do Carvão para avaliar o potencial de ocorrência do mineral brasileiro, o que resultou no “Relatório Final – Comissão de Estudos das Minas de Carvão de Pedra no Brazil”, de 1908.
Após este período, a mineração do carvão no Brasil passa por dois surtos de exploração, ambos relacionados com a crise de outros combustíveis e a utilização do carvão como forma de compensação do déficit destes combustíveis: durante a I Guerra Mundial, quando foram criadas diversas indústrias carvoeiras; e durante o governo de Getúlio Vargas, quando foi baixado um decreto obrigando as indústrias nacionais a usar 20% de carvão nacional para produzir o coque (matéria-prima na produção do ferro-gusa) e também, quando foi criada a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em 1946.
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