A pressão arterial é a pressão provocada na parede das artérias pela passagem do sangue. A manutenção desta pressão é essencial para a vida, pois ela é indicativo de que o sangue está com força para sair do coração e alcançar todos os demais órgãos. A medida da pressão arterial é considerada um dos sinais vitais.
A cada batimento cardíaco é bombeado através da artéria aorta um pulso de sangue. Quando este pulso passa pela artéria gera uma pressão máxima, chamada de pressão sistólica (a popular “máxima”, quando se refere à medida de pressão arterial). Após a passagem do pulso, resta dentro do vaso uma quantidade considerável de sangue, que exerce ainda uma pressão, porém menor. A esta pressão chamamos de pressão diastólica (a popular “mínima”).
Vários fatores podem influenciar o valor da pressão arterial, mas de regra ela é determinada pela relação PA = DC x RP, onde DC é o débito cardíaco, RP significa resistência periférica e PA significa pressão arterial. Cada um destes fatores sofre ainda influência de vários outros.
O débito cardíaco é resultante do volume sistólico (VS) multiplicado pela freqüência cardíaca (FC), sendo que o volume sistólico é a quantidade de sangue que é expelida do ventrículo cardíaco em cada sístole (contração); as variações do débito cardíaco são grandes, sendo em média de 5 a 6 litros por minuto, podendo chegar a 30 litros por minuto durante um exercício físico.
A resistência periférica é a dificuldade que o sangue encontra em passar pela rede de vasos. Ela é representada pela vasocontratilidade da rede arteriolar especificamente, sendo este fator importante na regulação da pressão arterial diastólica. A resistência é dependente das fibras musculares na camada média dos vasos, dos esfíncteres pré-capilares e de substâncias reguladoras da pressão como a angiotensina e catecolamina.
Outros fatores que influenciam são a distensibilidade dos vasos, ou seja, a capacidade elástica de dilatação; a volemia, que é o volume de sangue circulante; e também a viscosidade, que reflete a facilidade com que o sangue escoa pelos vasos.
A distensibilidade é uma característica dos grandes vasos, principalmente da aorta, que possuem grande quantidade de fibras elásticas. Em cada sístole o sangue é impulsionado para a aorta, acompanhado de uma apreciável energia cinética, que é em parte absorvida pela parede do vaso, fazendo com que a corrente sanguínea progrida de maneira contínua. A diminuição da elasticidade da aorta, como ocorre em pessoas idosas, resulta de aumento da pressão sistólica sem elevação da diastólica.
A volemia interfere de maneira direta e significativa nos níveis da pressão arterial sistólica e diastólica; com a redução da volemia, que ocorre na desidratação e hemorragias, ocorre uma diminuição da pressão arterial.
A viscosidade sangüínea também é um fator determinante, porém de menor importância; nas anemias graves, podemos encontrar níveis mais baixos de pressão arterial, podendo estar elevados na poliglobulia, que é o aumento de hemácias no sangue.
Os valores máximos estabelecidos pelo Consenso Brasileiro da Sociedade Brasileira de Cardiologia para indivíduos acima de 18 anos é de 140/90 mmHg, tendo como média 120/80 mmHg. Tanto a pressão arterial sistólica como a diastólica podem estar alteradas isolada ou conjuntamente, tendo significados clínicos diferentes.
Diversos fatores podem ainda alterar a pressão arterial, dentro de uma margem aceitável, por exemplo:
Idade - em crianças é nitidamente mais baixa do que em adultos
Sexo - na mulher é pouco mais baixa do que no homem, porém na
prática adotam-se os mesmos valores
Raça - as diferenças em grupos étnicos muito distintos talvez se deva à
condições culturais e de alimentação.
Sono - durante o sono ocorre uma diminuição de cerca de 10% tanto na
sistólica como na diastólica
Emoções - há uma elevação principalmente da sistólica
Exercício físico - provoca intensa elevação, devido ao aumento do
débito cardíaco, existindo curvas normais da elevação da pressão arterial durante o esforço físico (testes ergométricos).
Alimentação - após as refeições, há discreta elevação, porém sem
significado prático.
Mudança de posição - a resposta normal quando uma pessoa fica em pé ou sai da posição deitada (chamada decúbito), inclui uma queda da pressão sistólica de até 15 mmHg e uma leve queda ou aumento da diastólica de 5 a 10 mmHg. Pode ocorrer hipotensão postural (ortostática), que se acompanha de tontura ou síncope (desmaio).
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