A definição das regiões do Brasil vista como é hoje teve seu início de discussão desde a década de 1940, quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) desenvolveu a primeira divisão regional brasileira para a divulgação dos dados estatísticos do país. Era dividida entre Norte, Nordeste, Este, Centro e Sul, e a disposição das unidades de federação estavam diferentes, assim como algumas ainda não existiam até então.
Em 1945 houve uma divisão com o intuito de agrupar as regiões de acordo com fatores naturais como vegetação, clima, relevo e econômicos. As alterações foram feitas e as regiões se dividiam entre Norte, Nordeste Ocidental, Nordeste Oriental, Leste Setentrional, Leste Meridional, Centro-Oeste e Sul. Ainda não haviam surgido todas as unidades de federação, e essa divisão em maior número de regiões era voltada mais as características naturais e não se relacionava com a real vivencia da economia do país naquele momento.
Na década de 1960 há uma nova formulação de divisões, seguido os parâmetros naturais e socioeconômicos, mas com o surgimento de novas regiões como a solidificação da região Nordeste e o surgimento da Sudeste, bem próximo ao que se encontra atualmente, mas as unidades de federação de Tocantins e Mato Grosso do Sul ainda não haviam se fragmentado.
O território brasileiro passou por mudanças durante esse período, com a criação de novos estados, novos estudos sobre as características naturais do país, aumento da industrialização, entre outros fatores, que fizeram com que houvesse uma nova divisão territorial. Em 1970 constituiu-se a divisão regional como é encontrada nos dias atuais, entre Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul, com a atual disposição das unidades de federação. Os principais fatores utilizados para a atual divisão foram as características naturais, sociais e econômicas, mesmo não sendo os condicionantes específicos para limitar essas regiões, foram levados em consideração a divisão político-administrativa, de modo que nenhuma unidade de federação está presente em mais de uma região. São chamadas de macrorregiões ou de regiões homogêneas.
A Região Norte é formada por 7 unidades de federação, sendo elas Acre (AC), Amapá (AP), Amazonas (AM), Pará (PA), Rondônia (RO), Roraima (RR) e Tocantins (TO), é a maior região em dimensão territorial, com aproximadamente 3.870.000 km², porém sua população possui cerca de 17.800.000 habitantes (expectativa para 2016), tendo a menor densidade demográfica do país, com cerca de 4,5 habitantes/km². É a região com o maior número de população que se identifica como indígena. É composta pela floresta amazônica, maior floresta pluvial, também pela maior bacia hidrográfica, que recebe o nome de seu rio principal, a bacia do amazonas. Possui clima equatorial, responsável por altas temperaturas e chuvas intensas por todo o ano.
A Região Nordeste é formada por 9 unidades de federação, sendo, Alagoas (AL), Bahia (BA), Ceará (CE), Maranhão (MA), Paraíba (PB), Pernambuco (PE), Piauí (PI), Rio Grande do Norte (RN) e Sergipe (SE). Possui a segunda maior população do país, com cerca de 56.900.00 habitantes (expectativa para 2016) distribuídos em um território de aproximadamente 1.561.177,8 km², gerando uma densidade demográfica de 36,4 habitantes/km². Essa região é marcada pela forte presença do clima semiárido, característico do sertão nordestino, dificultando o desenvolvimento econômico a partir da agropecuária nessa sub-região, um dos motivos de uma grande migração dos habitantes para as demais regiões em busca de melhores qualidades de vida. A formação vegetal do Nordeste é a caatinga, com características próprias para o clima seco da região. Suas outras sub-regiões são divididas entre zona da mata, agreste e meio norte, cada um com características específicas e transitórias.
A Região Centro-Oeste é formada por 4 unidades de federação, sendo, o Distrito Federal (DF), Goiás (GO), Mato Grosso (MT) e Mato Grosso do Sul (MS). Possui aproximadamente 1.612.000 km² e uma população com cerca de 15.700.000 habitantes (expectativa para 2016), o que proporciona uma densidade demográfica de 9,7 habitantes/km². É a região em que se encontra o Distrito Federal, capital do país, onde se encontram os três poderes federais (executivo, judiciário e legislativo). Possui uma das maiores expansões agropecuárias do país, principalmente as voltadas a monoculturas, esse fator é um dos agravantes da diminuição da vegetação local que é o cerrado, que possui características de vegetação morta e seca no período de escassez, mas durante as chuvas sua coloração volta ao verde. Seu clima é o tropical de altitude, pois se encontra no planalto central do país.
A Região Sudeste é formada por 4 unidades de federação, sendo. Espirito Santo (ES), Minas Gerais (MG), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). A região brasileira com o maior número absoluto de pessoas e de densidade demografia, pois há cerca de 86.400.00 habitantes (expectativa para 2016) divididos em um território de aproximadamente 927.286km², o que resulta em uma densidade demográfica de 92,7 habitantes/km². É a região com maior industrialização, centros urbanos e consequentemente graves problemas sociais ligados ao desordenado e acelerado crescimento das cidades. A grande expansão das cidades foi um dos fatores que levaram ao desmatamento em massa da Mata Atlântica, vegetação nativa presente em maior parte na região. Seu clima está entre Tropical Úmido e Tropical de Altitude, sendo o primeiro nas áreas litorâneas.
A Região Sul é formada por 3 unidades de federação, sendo, Paraná (PR), Rio Grande do Sul (RS) e Santa Catarina (SC). Com população aproximada de 29.500.000 habitantes (expectativa para 2016) e área com cerca de 576.773,368 km², possui uma densidade demográfica de 51,1 habitantes/km². É a menor das regiões e com o menor número de unidades de federação, sua economia se destaca com as atividades agrícolas, já que os campos sulinos, vegetação da região, permite uma ampliação do uso de máquinas. Diferente das demais regiões brasileiras, se encontra geograficamente abaixo do trópico de capricórnio, o que resulta em ter um clima subtropical.
Contudo a atual divisão regional do Brasil está classificada pelo IBGE com o intuito de compreender os fatores socioeconômicos, mas ainda possui caráter demonstrativo a partir dos censos que o instituto realiza frequentemente para apresentar os dados de cada região e compreender suas separações socioeconômicas.
Bibliografia:
http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geografia/default_div_int.shtm?c=1
http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geografia/default_divisao_urbano_regional.shtm
http://www.sudene.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/area-de-atuacao-da-sudene/regiao-nordeste
BOLIGIAN, Levon – Geografia: Espaço e Vivência – São Paulo: Atual, 2004;
TAMDJIAN, James Onnig – Geografia: Estudos para a compreensão do espaço. 1 Ed – São Paulo: FTD, 2012
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