A origem da palavra “sertão” é controvertida. Alguns afirmam ser derivada de um vocábulo de origem angolana: “muceltão”, que quereria dizer “lugar interior”, “terra entre terras”, “local distante do mar”. O vocábulo angolano teria sido alterado para “celtão” e depois “certão” até adquirir a forma atual “sertão”.
Outra versão, mais aceita, atribui a palavra “sertão” ao étimo latino “desertanu”, utilizado para designar regiões interioranas, longe do litoral porém não necessariamente de clima árido e que teria sido modificado para “desertão” e depois, apenas “sertão”.
Seja qual for sua origem, a verdade é que a palavra “sertão” pode adquirir significados bastante distintos, porém é sempre empregada para designar locais pouco habitados ou onde predominam costumes antigos em contraposição às regiões desenvolvidas.
No período colonial brasileiro, “sertão” era freqüentemente empregado para designar as terras ainda não exploradas do interior do país, pouco habitadas, de difícil aceso e, por isso, pouco desenvolvidas. Com o tempo, e a colonização de grande parte dos “sertões”, a definição mais comum ficou atrelada às regiões que compõem o semi-árido brasileiro, mas também são chamados de “sertão” os interiores de Mato Grosso, Goiás, e até mesmo do Amazonas no sentido de regiões pouco povoadas.
De qualquer forma, a palavra “sertão” está intimamente relacionada com a história e a identidade social e cultural, principalmente das regiões nordeste do Brasil e norte de Minas Gerais.
Isso se deve, em grande parte, aos trabalhos de escritores como Guimarães Rosa (“Grande Sertão: Veredas”), Euclides da Cunha (“Os Sertões”), Graciliano Ramos (“Vidas Secas”) e Afonso Arinos (“Os Jagunços” e “Pelo Sertão”), que tiveram no sertão nordestino e mineiro o cenário ideal de seus contos, contribuindo para criar no imaginário popular um conceito um tanto quanto romantizado da vida e do homem do sertão.
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