A Medicina Tradicional Chinesa é uma das ciências mais respeitada e estudada no decorrer da história da humanidade. Sendo ela escrita e desenvolvida ao longo do tempo, possui mais de 4500 anos de utilização das mais diversas técnicas, dentre elas destacando-se a acupuntura.
Acupuntura. Foto: Andrey Popov / Shutterstock.com
Para que a acupuntura seja melhor compreendida em sua totalidade, utilizam-se teorias básicas para a compreensão da medicina tradicional chinesa.
- Teoria do Yin-Yang: parte do raciocínio de que a estrutura humana é a mesma do universo, por isso divide-se em dois pólos (Yin – negativo e Yang – positivo). Quando ambos encontram-se em harmonia, apresentam sinais de tranquilidade; já quando apresentam desequilíbrio, apresentam agitação. Tais formas de energia podem modificar-se dependendo das circunstâncias, podendo acontecer repentinamente.
- Teoria dos cinco elementos: interpretado através da relação entre os cinco elementos da natureza (madeira, fogo, terra, metal e água), podendo apresentar manifestações em tecidos e órgãos, na fisiologia ou na patologia manifestada pelo organismo.
- Teoria dos meridianos: possui os primeiros registros junto ao livro mais antigo da medicina chinesa (Hwang Ti Nei Jing – Imperador Amarelo), porém se desconhece a sua origem. Sabe-se que, ao estimular determinados pontos, o paciente pode relatar a sensação de calor ou parestesia, atribuído à energia circulante nesses vasos.
Quanto ao diagnóstico, o mesmo pode ser realizado através de recursos como:
- Inspeção: observa-se o corpo como um todo ou regiões específicas, levando em consideração ânimo, locomoção, estado físico, coloração da pele, estado dos órgãos sensoriais, observação da língua (cor, morfologia e movimentação);
- Questionamento de dados: busca-se informações quanto à apresentação dos sintomas, período de duração dos mesmos e apresentação de sinais relacionados ao frio e calor, suor, aspecto das fezes, urina, alimentos ingeridos pelo paciente, sensação tóraco-abdominal e ciclos naturais (menstruação).
- Exame físico: semelhante ao mesmo procedimento da medicina moderna;
- Pulsologia: localizam-se seis pontos de análise para que sejam sentidas as ondas que cada órgão e víscera emitem, apresentando assim suas possíveis deficiências, caracterizando os desequilíbrios presentes no paciente.
Através desses aspectos, classificam-se as síndromes apresentadas pelo paciente com base em oito critérios, sendo eles: fator exógeno (superficial) e endógeno (profundo), frio e calor, deficiência e excesso, Yin (negativo) e Yang (positivo).
Para que tais síndromes possam ser tratadas com maior eficácia, utilizam-se os meridianos e os pontos neles localizados. Esses meridianos são canais onde circulam a energia de cada órgão ou víscera. Através de seus pontos, com a localização específica, tratam-se as mais diversas patologias, buscando o equilíbrio do organismo em sua totalidade. Os meridianos ordinários, que possuem o fluxo energético com maior percepção, são:
- Meridiano do pulmão;
- Meridiano do intestino grosso;
- Meridiano estômago;
- Meridiano baço-pâncreas;
- Meridiano do coração;
- Meridiano do intestino delgado;
- Meridiano da bexiga;
- Meridiano dos rins;
- Meridiano do pericárdio;
- Meridiano do triplo-aquecedor;
- Meridiano da vesícula biliar;
- Meridiano do fígado;
Os meridianos extraordinários, também chamados de vasos maravilhosos, são:
- Du Mai (meridiano do governador);
- Ren Mai (meridiano da vasoconcepção);
- Chong Mai (meridiano da vitalidade);
- Dai Mai (meridiano da cintura);
- Yinchiao Mai (meridiano da motilidade de Yin);
- Yangchiao Mai (meridiano da motilidade de Yang);
- Yinwei Mai (meridiano regular do Yin);
- Yangwei Mai (meridiano regular do Yang);
Além dos meridianos descritos acima, existem os meridianos distintos (que percorrem as cavidades do tronco do corpo, quinze meridianos que servem de conexão aos meridianos distintos, doze meridianos tendinosos e mais doze meridianos superficiais; no entanto existem pontos que são considerados “extra-meridianos”, localizados e microssistemas muito utilizados durante os tratamentos baseados na MTC. Esses microssistemas são: auricular, craniano, tóraco-abdominal, dorso-lombar, mão e pé.
Bibliografia:
WEN, T.S. Acupuntura clássica chinesa. 3ª ed. Cultrix. São Paulo. 2009.
UNSCHULD, P.U. Huang Di Nei Jing Su Wen. 1ª ed. California Universit. USA. 2003.