Compreende-se por “Morfologia”, a ciência linguística que se ocupa de estudar os constituintes de uma palavra, dissecando-a, ou seja, realizando a “análise morfológica”. A palavra se compõe de um “radical” [elemento que contém a ideia básica] e dos chamados “afixos”, morfemas que se unem àquele, visando à formação de novas palavras. Quanto à colocação em relação ao “radical”, os afixos dividem-se em:
Vale ressaltar que a formação de uma nova palavra ocorre por meio de diferentes processos. Tratar-se-á, aqui, dos principais deles:
Observe como a presença de um prefixo, por exemplo, pode influenciar no significado de um texto [no caso, uma piada, extraída do livro Os humores da língua], tendo em vista o efeito de sentido que se deseja alcançar:
Duas mulheres conversando: — Graças a mim, o meu marido ficou milionário! — Ué! — estranhou a outra. — Quando vocês se casaram ele já não era milionário? — Não, quando nos casamos ele era multimilionário!
Perceba que o humor gerado pela piada reside no acréscimo do prefixo “multi” (indicador de uma quantidade significativamente mais superior) à palavra “milionário”.
Para comparar: Ao contrário da derivação prefixal e sufixal, a parassintética não admite a presença independente do prefixo ou do sufixo ao se ligar ao radical. Afinal, inexistem as formas “entarde” e “tardecer”.
Formação de uma palavra em determinada classe gramatical, tomando como referência um vocábulo de outra classe. Por exemplo, a formação de substantivos a partir de verbos:
Mudança na classe da palavra sem transformação na forma original:
Observe estes vocábulos que, dependendo do contexto, se inserem em outras classes de palavras:
A composição tem a finalidade de unir elementos pré-existentes, alterando-os ou não, conforme exemplos, formando uma única palavra:
Para concluir: A análise morfológica visa identificar a composição da palavra, esmiuçando os seus constituintes. Os afixos, por exemplo, denotam determinados sentidos que permitem compreender o significado da palavra. O estudo dos prefixos e sufixos possibilita perceber a enormidade de novos vocábulos que pode ser formada. Nesse contexto, o repertório vocabular pode ser ampliado.
Referências: BASÍLIO, Margarida. Formação e classe de palavras no português do Brasil. São Paulo: Contexto, 2004.
CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Derivação e Composição. In: ___ Nova gramática do português contemporâneo. 5.ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008, p. 97-131.
POSSENTI, Sírio. Os humores da língua. Agenda 2003. Campinas: Mercado de Letras, 2003.
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