A Baleia Branca (Delphinapterus leucas), ou Beluga, é um mamífero marinho da ordem dos cetáceos, subordem Odontoceti. Assim como outros representantes deste grupo, estes animais possuem apenas um orifício respiratório, ao contrário do par exibido pelos Mysticeti; dentes cônicos, que são utilizados para capturar e segurar suas presas; e um sistema sonoro de localização (ecolocalização). Este último, facilita a busca de presas como pequenos peixes e lulas na coluna d’água e no sedimento marinho, auxiliando em sua captura através da emissão de sons de alta frequência que provocam o atordoamento desses animais. Tais estratégias são fundamentais para a Baleia Branca, que realiza mergulhos a altas profundidades em busca de alimento (até 350 metros), onde as condições luminosas são precárias para a caça.
Habitando as águas frias do hemisfério Norte, as Belugas são encontradas em altas latitudes, em torno do círculo polar Ártico, distribuindo-se desde a costa da Groenlândia até a região da Noruega. Populações residentes destes mamíferos são observadas na costa do Alasca e Canadá, porém tratam-se de uma exceção, visto que esta espécie geralmente realiza migrações sazonais em grupos de 30 a 100 indivíduos. Tais movimentos ocorrem em resposta à formação de blocos de gelo no Ártico, a qual se inicia durante o outono, levando estes cetáceos a migrarem para o sul. Na primavera, após a ruptura do gelo, a Baleia Branca retorna às áreas de alimentação no extremo Norte, onde ocorre o acasalamento. As fêmeas fecundadas carregam seu filhote por 14 meses, e, após o nascimento, alimentam-nos com leite composto por 30% de gordura. Durante o verão, algumas populações de Baleia Branca podem ser encontradas próximas à desembocadura de rios, onde alimentam-se de salmões que regressam para o mar após a desova em água doce.
Alguns atributos físicos das Belugas podem ser relacionados ao ambiente em que habitam, isto é, o círculo polar Ártico. Sua coloração branca, a qual conferiu o nome à espécie; a ausência de barbatana dorsal, que permite sua livre movimentação embaixo do gelo; e sua grossa camada de gordura, são algumas características que maximizam a sobrevivência destes cetáceos nas águas do Ártico. Estas baleias podem alcançar até 5 metros de comprimento, pesando em média 1,5 toneladas, e apresentam corpo com extremidades cônicas, além de uma cabeça pequena e arredondada com bico curto e testa proeminente, onde encontra-se o melão, órgão que auxilia o sistema de ecolocalização. O pescoço destes cetáceos também consiste em uma de suas peculiaridades, pois apresenta vértebras livres ao invés de fundidas, como é observado em outras espécies de baleia. Isto, por sua vez, permite que as Belugas façam movimentos como assentir e virar a cabeça para os lados.
Conhecidas como os “canários do mar” pelos diversos sons que produzem, as Baleias Beluga encontram-se classificadas como ‘quase ameaçadas de extinção’ pela Lista Vermelha da IUCN. Embora a caça destes animais seja permitida apenas para nativos que habitam o Ártico, é possível que a recente exploração da área por navios petroleiros esteja afetando as populações desta espécie. Além disso, a predação por orcas e ursos polares, e o aprisionamento destes animais no gelo, constituem outros fatores reguladores desta espécie.
Referências:
American Cetacean Society: https://acsonline.org/fact-sheets/beluga-whale/
Biologia Marinha. Pereira, R. C., & Soares-Gomes, A. (2002). Rio de Janeiro: Interciência, 2, 608.
The IUCN Red List of Threatened Species: http://www.iucnredlist.org/details/6335/0
WWF Global: http://wwf.panda.org/what_we_do/where_we_work/arctic/wildlife/whales/beluga/
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