Cobrindo aproximadamente 71% da superfície terrestre, os oceanos são considerados o ponto de partida da vida na Terra, e abrigam uma alta diversidade de espécies até os dias atuais. Estes organismos, e tantos outros ainda desconhecidos, são o foco de estudo da Biologia Marinha, ciência que compreende os seres marinhos, suas interações entre si e com o meio ambiente.
A biologia marinha consiste no estudo dos organismos que vivem em meio aquático salino, seja nos oceanos, estuários ou áreas costeiras. Para tal, esta ciência adotou o uso do método científico, a fim de reduzir possíveis erros de pesquisadores na descoberta e avaliação de padrões naturais. Este método consiste basicamente de três etapas: a primeira baseia-se na caracterização de um problema, por meio de repetidas observações na natureza; a segunda, consiste na formulação de uma hipótese, ou seja, uma explicação teórica sobre o padrão observado; por fim, a terceira etapa consiste no teste de hipótese, determinando, em um grau de confiança estipulado, se esta é válida ou não (i.e. se o padrão analisado é o mais comum na natureza). Além dessas etapas, o método científico também possibilita predições, ou seja, inferências sobre possíveis desdobramentos futuros, produzidas a partir das observações em meio natural. Tais predições geralmente são reproduzidas em ambiente controlado (i.e. laboratório), para que ocorra o teste de hipótese.
A observação da vida marinha ocorre por meio de diferentes metodologias, que devem ser adequadas ao grupo que se pretende estudar. Entre os métodos mais recorrentes, pode-se citar o uso de redes de arrasto para captura de peixes; redes manuais e cilindros para a coleta de plâncton; a realização de censos visuais por mergulhadores para investigação da flora e fauna subaquática; e, mais recentemente, a utilização de veículos operados remotamente (em inglês, ROV) e imagens de satélite, para mapear e rastrear os diferentes ambientes marinhos e os organismos que nestes habitam.
Englobando uma variedade de seres vivos, que vão desde o microscópico plâncton até as magníficas baleias azuis, os maiores animais do planeta, a biologia marinha consiste em um extenso campo de estudo, dentro do qual foram criadas várias subáreas. Dentre estas, pode-se destacar a Microbiologia Marinha, que tem foco nas bactérias, protozoários e pequenas algas, organismos críticos para os processos biológicos que ocorrem nos oceanos, especialmente para a produtividade; Recursos pesqueiros e Aquicultura, que correspondem à criação e uso sustentável dos peixes pela população humana; Ecologia Marinha, que estuda as relações dos organismos marinhos entre si e com o ambiente em que habitam; Etologia Marinha, que estuda o comportamento dos animais em seu ambiente natural; entre outros inúmeros campos de pesquisa, todos com contribuição significativa para a compreensão desta ciência.
Devido a recente atenção concedida às mudanças climáticas globais, a biologia marinha encontra-se em expansão, visto que é cada vez mais urgente compreender os processos que regem os oceanos e seus organismos, devido ao impacto direto que estes possuem na sobrevivência humana. A qualidade do ar que respiramos, a disponibilidade de recursos alimentares e a produção de compostos farmacêuticos, são apenas alguns exemplos dos benefícios provenientes do estudo desta ciência.
Referências:
Biologia Marinha. Pereira, R. C., & Soares-Gomes, A. (2002). Rio de Janeiro: Interciência, 2, 608.
MarineBio: http://marinebio.org/oceans/marine-biology/
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