Carimbó é uma dança de roda típica do Pará e popular entre os nordestinos. Marcada por movimentos giratórios, é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil desde 2014.
O próprio nome indica sua origem, que é indígena. Do tupi korimbó, seu significado “pau que produz som" resulta da junção dos elementos curi, que significa “pau”, e mbó, que significa “furado”.
O nome faz referência ao curimbó, o principal instrumento musical utilizado nessa manifestação folclórica, o qual era feito com um tronco escavado de forma manual.
O carimbó surgiu com o hábito dos agricultores e dos pescadores que, ao fim dos trabalhos diários, dançavam ao ritmo do tambor.
Com o passar do tempo, a dança foi recebendo influência das tradições europeias, bem como africanas.
Imagem de dançarinos em posição para executar a dança do carimbó
Os tipos de carimbó surgem em decorrência da ocupação profissional desenvolvida pelos participantes, as quais podem variam conforme a localização no estado. São essas atividades que dão origem à letra das músicas cantadas no carimbó, pois nelas constam o seu cotidiano.
Tendo em conta a dimensão do Pará, surgem, pelo menos, os seguintes tipos: carimbó praieiro, carimbó pastoril e carimbó rural.
Dois tambores, que nesse ritmo recebe o nome de curimbó são os instrumentos indispensáveis na execução do carimbó do Pará.
Além dele, afochê, banjo, flauta, ganzá, maracá, pandeiro e reco-reco também são utilizados.
As vestimentas utilizadas no carimbó são outra característica de destaque. As saias das mulheres são muito coloridas e bastante volumosas para garantir um efeito mais bonito ao movimento da dança.
As suas blusas são de uma cor só e as dançarinas não usam qualquer calçado e utilizam adornos no pescoço, nos pulsos e, nos cabelos, flores.
A roupa dos dançarinos, por sua vez, é simples e lembra a veste de certos trabalhadores que usam as calças curtas ou dobradas. Tal como as mulheres, os homens também dançam descalços.
A dança é feita em pares, os quais formam uma roda. O rapaz convida a moça para a dança batendo palmas na frente dela.
Com as saias, as mulheres executam movimentos tentando cobrir a cabeça dos seus pares.
Há passos que imitam movimento de animais. É o caso da dança do peru, ou carimbó do peru, que é executado quando um casal vai para o centro da roda.
Nesse momento da coreografia, a dançarina deixa um lenço no chão, que deve ser apanhado pelo dançarino usando apenas a boca, ao som de:
"O peru da Atalaia, xô, peru, O peru e a perua, xô, peru, O peru está na roda, xô, peru, O peru é uma besta, xô, Peru, O peru e a perua, xô, peru, Apanha o lenço peru xô, peru. O peru pegou o lenço xô, peru."
Se consegue, o dançarino é aplaudido e permanece na dança. Caso contrário, abandona a dança sob vaias.
Dança do peru: dançarino tentando apanhar lenço deixado pelo seu par com a boca
Nascido em 1937, Pinduca canta carimbó desde os 14 anos. É natural do Pará e, além de cantor, também é compositor.
Confira a letra de Carimbó do Macaco:
“Eu quero ver, ô, menina eu quero ver Eu quero ver, você agora embolar Eu quero ver, ô, menina eu quero ver O carimbó do macaco Que eu fiz pra você cantar
É macaco caco macaco Macaco, macaco au O macaco ó do macaco O macaco do macacal Eu conheço um macaquinho Que é filho do macacão Neto do macaco velho Que mora lá no sertão.”
No Pará, 26 de agosto é o Dia Municipal do Carimbó. Essa é a data de nascimento do Mestre Verequete, músico que ficou conhecido como o rei do Carimbó.
Leia Danças Folclóricas no Brasil e Cultura do Norte.
Márcia FernandesProfessora, pesquisadora, produtora e gestora de conteúdos on-line. Licenciada em Letras pela Universidade Católica de Santos.Show life that you have a thousand reasons to smile
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