Censos demográficos no Brasil

Censo demográfico ou recenseamento populacional é uma pesquisa realizada com o intuito de conhecer a população de um país e seus modos de vida. Tem como principais objetivos subsidiar políticas públicas, orientar investimentos e fornecer informações para estudos e pesquisas.

Para coletar informações da população brasileira, os censos demográficos são realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Na atualidade é uma pesquisa realizada de dez em dez anos e que pretende visitar todos os domicílios brasileiros em todos os mais de cinco mil e quinhentos municípios.

No Brasil, a primeira contagem da população aconteceu ainda antes do país se tornar uma república. Em 1872, ainda no período do Primeiro Reinado, foi realizado o chamado Censo Geral do Império. O primeiro Censo revelou um país com 10.112.061 habitantes, desses 51,67% eram homens e 48,33% eram mulheres. As informações deste levantamento, no entanto, foram obtidas de forma descentralizada e sem critérios uniformes, o que deixava espaço para a dúvida em relação à veracidade e a qualidade dos dados obtidos. Em 1880, porém, não foi realizado recenseamento no país.

Em 1890, foi realizado o primeiro Censo da República. No entanto, a coleta de informações não ocorreu apenas em visitas aos domicílios como acontece na atualidade. Uma comissão, coletava dados específicos de boletins e listas familiares fornecidas por repartições públicas e especialmente paróquias onde os cidadãos eram batizados e casados. Os resultados desse censo demoraram muito tempo para serem divulgados, em virtude da dificuldade de compilação dos dados.

A primeira Constituição da República, promulgada em 1891, já previa a determinação de que deveria ser realizado de dez em dez anos, o recenseamento da população. E em 1900 foi empreendido o Censo que levantou dados sobre a população. Este Censo ficou marcado pelos protestos e polêmicas em torno da divulgação e das dúvidas em relação à confiabilidade dos dados referentes ao Rio de Janeiro, que era o Distrito Federal à época, e abrigava a capital do país. Após um período de análise, o censo foi invalidado nesta localidade e o levantamento teve que ser refeito depois.

Em virtude de adversidades de ordem política, os censos de 1910 e 1930 não foram realizados, assim comprometendo a continuidade da obtenção de informações sobre a população do país.

Já a operação censitária realizada em 1920, encontrou um Brasil com 30.635.605 pessoas, e um grande percentual de estrangeiros. O Censo de 1920, comparado aos anteriores, era rico em detalhes e foi produzido de forma mais organizada e centralizada.

O primeiro censo realizado pelo IBGE, que foi criado em 1938, foi o recenseamento de 1940 e assim como o censo de 1950, contou pela primeira vez com proposta de adequar a pesquisa aos padrões internacionais. O censo de 1950 subsidiou o país com informações para os grandes projetos de planejamento econômico de um país em transformação para um perfil urbano e industrial.

Em razão do aumento das despesas de custeio do censo, ocasionadas pelo grande aumento da população, o censo 1960, trouxe uma inovação para baratear a pesquisa. Começaram a ser aplicados dois tipos de questionário, um básico para toda a população e outro mais amplo, que era aplicado há apenas uma amostra.

O Censo de 1970 representou um divisor de águas nos recenseamentos do país. Pela primeira vez foi realizado com um nível de organização e riqueza de detalhes que contribuíram de sobremaneira para um grande volume de pesquisas institucionais e acadêmicas, sobre o modo de vida da população. As novas e em fase de consolidação, ciências sociais, experimentaram uma grande evolução, graças à confiabilidade do Censo de 1970.

Os censos de 1980 e 1991, seguindo uma tendência de evolução técnica da coleta e tratamento dos dados estatísticos, promovida pelo IBGE, expandiu as possibilidades de utilização dos dados fornecidos pelo recenseamento. O censo de 1991, foi realizado em um intervalo atípico de 11 anos, em razão de uma crise econômica severa que o país enfrentou e impossibilitou sua realização decenal. O contingente de mais de 180 mil recenseadores provocou grande impacto às finanças públicas.

O Censo de 2000 passou por uma reformulação importante. Tanto no que diz respeito ao questionário de coleta de dados, quanto na organização e logística do processo censitário. Foi marcado pelo uso da tecnologia para a pesquisa e para o tratamento dos dados.

O 12° Censo brasileiro, de 2010, foi o primeiro em que os questionários deixaram de ser realizados em papel e foram totalmente substituídos pelo modelo eletrônico, que era equipado com GPS. Nesse levantamento a população brasileira era de 190.755.799 pessoas.

Logotipo do Censo 2020.

Fontes:

OLIVEIRA, Luiz Antonio Pinto de; SIMÕES, Celso Cardoso da Silva. O IBGE e as pesquisas populacionais. Revista Brasileira de Estudos da População, São Paulo, vol 22., n. 2, p. 291-302, jul./dez. 2005. Disponível em: .

https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv34956.pdf

https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/22827-censo-2020-censo4.html?=&t=o-que-e

https://memoria.ibge.gov.br/sinteses-historicas/historicos-dos-censos/censos-demograficos.html

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