A paisagem é um conceito utilizado em várias áreas de estudo e ciências. É possível encontrar distintas abordagens para a noção de paisagem, na Biologia, Agronomia, Arte, Arquitetura e Ecologia. No entanto, na Geografia, o conceito de paisagem é mais que um simples elemento desta ciência. É considerada uma categoria de análise do espaço geográfico. Ou seja, é uma lente para analisar e compreender os fenômenos espaciais.
Uma concepção de tamanha importância, é claro, foi e é muito debatida e estudada no meio científico. E dessas discussões surgiram várias maneiras de entender a paisagem, que podemos considerar como tipos de paisagem.
Essas duas classificações devem ser as mais comumente encontradas, em razão de ainda serem muito utilizadas nos livros didáticos de Geografia. Vamos tentar entender melhor essa classificação?
Este conceito leva em conta os componentes físico naturais da paisagem observada, como a vegetação, o solo, o relevo, os aspectos do clima e a hidrografia. Uma concepção derivada de uma corrente de pensamento (escola alemã) com uma visão descritiva do espaço em que os elementos físicos eram privilegiados.
Paisagem do senso comum: Este entendimento da paisagem composta por elementos da natureza, teve e tem grande impacto na concepção de paisagem pelo senso comum. As pessoas, associam erroneamente, de forma geral, a palavra paisagem há uma imagem esteticamente agradável, que possui muitos elementos naturais, como cachoeiras, árvores, sol no horizonte.
Em oposição à ideia de paisagem natural intocada, surge um conceito de paisagem cultural – também chamada de paisagem humanizada, geográfica ou modificada. Esta concepção leva em conta os elementos visíveis da paisagem que sofreram transformação antrópica. São priorizadas nessa análise, componentes como estradas, pontes, redes de iluminação e telefonia, prédios, casas e outros, desde que sejam frutos do trabalho humano. Por essa concepção, uma favela, um lixão ou uma lavoura, são exemplos de paisagens.
A concepção mais moderna de paisagem entende que todo espaço, já sofreu a interferência humana, sejam transformações no espaço natural, realizadas in loco (como desmatamento, construções), ou interferências indiretas, como a demarcação, representação cartográfica, registro fotográfico ou imagens de satélite. Nem nos rincões mais profundos da Amazônia é possível dizer que o ser humano não está de alguma forma, participando da formação da paisagem. Até porque não conhecemos ainda as dimensões do impacto das mudanças climáticas nesse bioma.
O Geógrafo Milton Santos é responsável por formular um dos conceitos de paisagem mais utilizados até hoje na Geografia brasileira e internacional. Ele entende a paisagem como uma unidade visível do espaço geográfico. Ou seja, é tudo aquilo que a nossa vista alcança em um determinado momento. No entanto, essa paisagem não é só um “retrato”, que deve ser analisado apenas em seu aspecto visual. A paisagem tem movimento, fluxos, sons e cheiros. É tudo o que a percepção abarca. E deve ser considerada em sua dinâmica, em seu processo e na interação de elementos naturais e culturais.
Alguns autores, em especial os que pesquisam temáticas relacionadas aos aspectos físicos da Geografia, manifestam a necessidade de análise de uma paisagem estática. Para eles, considerar os elementos estáticos de uma paisagem é premissa para realizar trabalhos que visem realizar registros e produzir representações desse fragmento do espaço geográfico. Por exemplo, uma paisagem entendida em seu aspecto visual e descritivo é útil para a confecção de alguns tipos de mapas ou para estudos de caráter quantitativo.
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Fontes:
Análise de Paisagem: Fragmentação e Mudanças – Britaldo Silveira Soares Filho – UFMG - https://www2.unifap.br/herondino/files/2014/03/8-apostila.pdf
A Paisagem na Ciência Geográfica – Prof. Dr. José Falcão Sobrinho – UVA. http://www.uvanet.br/rhet/index.php/rhet/article/download/77/64
Paisagem: Um Conceito Chave na Geografia – Emerson Lizandro Dias Silveira - http://www.observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal12/Teoriaymetodo/Conceptuales/23.pdf
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