O Brasil foi regionalizado em diversas situações no decorrer de sua história e com distintas finalidades. No entanto, convencionamos para fins de estudos e atuação de políticas públicas, privilegiar a utilização da divisão proposta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que classifica o Brasil em cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul.
O Brasil, em razão de sua formação territorial e histórica, é um país de grandes desigualdades, sejam elas de etnia, cor, gênero, religião, sociais ou econômicas. Essas disparidades podem também ser notadas quando comparamos os dados referentes às regiões brasileiras.
A Organização das Nações Unidas (ONU) classifica o Brasil entre os dez países mais desiguais do mundo, no que diz respeito às condições socioeconômicas. Ao mesmo tempo em que o país possui cidades e regiões bastante desenvolvidas como é o caso das regiões Sul e Sudeste, é possível encontrar outras que têm índices de desenvolvimento bem menores, como as regiões Norte e Nordeste.
Essas desigualdades vão muito além da renda das pessoas e passa por questões de acesso a saúde, saneamento básico, transporte e infraestrutura. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que leva em conta a qualidade de vida da população, demonstra que no Brasil, a Região Sudeste conta com a as melhores condições de vida, seguidas pela Região Centro-Oeste, Sul, Norte e Nordeste. Esta última concentra os piores indicadores relacionados à educação, saúde e renda.
Alguns fatores históricos e geográficos contribuíram para concretização dessa realidade:
A partir desses fatores, as regiões que possuem estados nas porções oeste e norte do Brasil tiveram uma ocupação e industrialização bem mais tardias. Essas características impactaram negativamente no desenvolvimento dos estados, dessa porção do país.
As desigualdades regionais se espacializam de diferentes formas, e isso pode ser percebido observando diferentes referenciais. Se observarmos a taxa de analfabetismo, por exemplo, veremos que a Região Sul conta com os menores índices: 3,6% de sua população é analfabeta, em seguida, a Região Sudeste quase empata com 3,8%, já a Região Centro-oeste tem 5,7 % de analfabetos, a Região Norte com 8 % e por fim, a Região Nordeste conta com 14,5 % de analfabetos. Um percentual altíssimo, que reflete na qualidade do trabalho e na obtenção de renda.
Em relação à renda per capita (média da renda por habitante em um ano), é nítida a disparidade entre as regiões brasileiras:
Políticas públicas com a finalidade de melhorar a distribuição de renda no Brasil passaram a ser a principal, nos últimos anos, alvo de investimentos expressivos a fim de reverter as desigualdades regionais. Em relatório do Banco Mundial (BM), entre 1990 e 2009 cerca de 60% das pessoas saíram do limiar da linha da pobreza, totalizando 25 milhões de pessoas. Já entre 2001 e 2013 o percentual de pessoas vivendo na extrema pobreza baixou de 10% para cerca de 4%.
Nos últimos anos, o Brasil apresenta um retrocesso no combate à pobreza. Segundo o Banco Mundial, entre 2014 e 2017 o número de pessoas na pobreza aumentou em 7,3 milhões, para 43,5 milhões de pessoas (21% da população brasileira). As desigualdades no Brasil não foram solucionadas e esse processo está distante de uma solução.
Fontes:
Banco Mundial - https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/04/05/banco-mundial-alerta-para-aumento-da-pobreza-no-brasil.ghtml
Desigualdades de renda - https://nacoesunidas.org/relatorio-banco-mundial-afirma-que-brasil-conseguiu-praticamente-erradicar-extrema-pobreza/
Participação no PIB - https://www.hojeemdia.com.br/primeiro-plano/desigualdade-regional-cai-no-brasil-mas-ainda-%C3%A9-desafio-a-desenvolvimento-1.292677
Programas sociais - https://www12.senado.leg.br/emdiscussao/edicoes/pacto-federativo/partilha-dos-tributos/desigualdades-ainda-resistem-as-mudancas
Poder de compra - http://mercadopopular.org/economia/desigualdade-regional-brasil/
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