Cogumelo

Cogumelo é um termo popular para indicar o basidioma ou ascoma (antigamente referido como corpo de frutificação) de fungos, que são as estruturas de reprodução sexuada e que pertencem ao grupo dos basidiomicetos ou ascomicetos, respectivamente. As referências feitas aos cogumelos pertencem em sua maioria aos basidiomicetos e para ascomicetos, o cogumelo mais conhecido é uma espécie comestível, Morchella sp. (Figura 1).

Figura 1: Morchella sp., um ascomiceto. Foto: Andrew S Phelps / Shutterstock.com

Os fungos são formados por células conhecidas como hifas e o conjunto destas hifas forma o micélio. A partir do micélio ocorre diferenciação celular que originará estruturas de reprodução sexuada (ascomas e basidiomas) ou assexuada (conidiomas). Para basidiomicetos as estruturas de reprodução sexuada (basidiomas) são macroscópicas e observadas como cogumelos, orelhas de pau e os pouco conhecidos, fungos gelatinosos, gasteromicetos, ferrugens e carvões, os dois últimos patógenos devastadores de plantações importantes economicamente.

Como características gerais entre os fungos, os cogumelos são organismos heterótrofos, ou seja, dependem de outros seres vivos para a nutrição. O modo como obtém nutrientes acontece quando liberam enzimas no ambiente, que degradarão a matéria orgânica e também inorgânica para posterior absorção através da parede celular das hifas. Quando decompõem restos de matéria orgânica são referidos como sapróbios e quando degradam restos de material vegetal são saprófitos. A grande produção e variedade de substâncias permitem que os cogumelos se desenvolvam em ambientes onde a degradação é complexa, como tronco de árvores e até mesmo solos contaminados.

Assim como os outros fungos os cogumelos produzem esporos, que são referidos como basidiósporos para os basidiomicetos; estruturas microscópicas que se dispersam no ambiente pelo ar, água, ou com auxílio de animais ao se alimentarem, ou simplesmente carregarem estes esporos presos aos corpos. Os esporos são células haplóides (n) que germinam formando o micélio, que por sua vez se diferencia na estrutura de reprodução às vezes macroscópica como os cogumelos (basidiomas). Os basidiomas apresentam diferentes formas (figura 2). No entanto, para melhor compreensão e estudos, os especialistas dividiram os cogumelos em partes mencionadas como: píleo ou chapéu; himênio, a parte inferior do píleo onde se formam basídios e basidiósporos; o estipe ou pé, que pode ter a presença de um anel localizado na porção superior do estipe e a volva na base (figura 3). A origem do anel e da volva acontece quando algumas espécies de cogumelo, ainda jovens, estão cobertas por uma membrana que se rompe durante o crescimento formando então estas estruturas.

Figura 2. Diversidade de basidiomas. Foto: Potapov Alexander / Shutterstock.com

O clima tropical favorece o desenvolvimento dos cogumelos, o que indica grande diversidade quando comparado a regiões de clima é temperado.

Em um sistema de classificação biológica, os cogumelos estão no domínio: Eukarya, reino: Fungi e filo: Basidiomycota. Na Europa, os cogumelos (os basidiomas) comestíveis são cultivados desde o século XVII e no Brasil os mais conhecidos são o champignon (Agaricus bisporus), shiitake (Lentinulus edodes) e o shimeji (Pleurotus sp.). Em inglês, os cogumelos comestíveis são designados como mushroom, enquanto que os não comestíveis e muitas vezes tóxicos são referidos como tooadstool. Dentre os cogumelos venenosos, o mais conhecido pertence ao gênero Amanita, onde o menor consumo pode ser fatal; existem também outros tipos que causam alucinações em seres humanos.

Figura 3. Partes de um cogumelo. Ilustração: Kallayanee Naloka / Shutterstock.com [adaptado~]

Bibliografia recomendada:

http://tolweb.org/Basidiomycota (consultado em maio de 2018)

Kirk, P.M., Cannon, P.F., Minter, D.W. & Stalpers, J.A. 2008. Dictionary of the Fungi. 10th ed. CAB International, Wallingford.

Evert, R.F. & Eichhirn, S.E. 2014. Raven/ Biologia Vegetal. 8ª edição, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, pp.278-316

Terçaroli, G.R., Paleari, L.M. & Bagagli, E.2010. O incrível mundo dos fungos. São Paulo, Ed. Unesp, 125p.

Bononi, V.L. (org.). 1998. Zigomicetos, Basidiomicetos e Deuteromicetos. São Paulo: Instituto de Botânica, Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 181p.

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