Enxertia é um método utilizado por especialistas que trabalham com plantas (como botânicos ou agrônomos) e consiste na união de duas espécies diferentes. O processo acontece entre uma parte da planta denominada enxerto (ou cavaleiro), que é inserida em outra parte de outra planta (ou outro indivíduo de mesma espécie), que pode ser o sistema radicular ou o caule conhecida como porta-enxerto (ou cavalo). O porta-enxerto é responsável por conduzir minerais pela planta, enquanto que o enxerto é a parte de interesse da planta para continuar o desenvolvimento, sendo também responsável pela condução de substâncias orgânicas produzidas pela fotossíntese à planta enxertada. Os enxertos são oriundos de partes da planta principal que se deseja propagar, enquanto que o porta-enxerto, geralmente, utiliza sementes.
Em um enxerto cada planta conserva suas características e os tecidos não são unidos por completo. Porém, a condução de água e minerais pelo xilema e das substâncias orgânicas originadas pela fotossíntese e transportadas pelo floema acontecem normalmente.
Em 2010, o artigo publicado por K. Silberschmidt registrou a possibilidade de enxertia entre plantas de diferentes famílias (categoria taxonômica), demonstrada por diversos especialistas. Neste trabalho o autor relata que a técnica de enxertia é feita desde a idade média, como o enxerto de macieiras sobre plátanos. Além disso, confirma o quanto importante são os enxertos para a investigação de assuntos em áreas de estudo como anatomia, bioquímica e fitopatologia.
Um grupo de engenheiros da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) de Rondônia publicou um trabalho com recomendações técnicas sobre enxertia em plantas frutíferas. O trabalho define o termo enxertia, além de fornecer explicações de como a técnica é realizada e as vantagens e desvantagens (insucesso de enxertos) que podem acontecer. Os engenheiros apontam como vantagens da enxertia em fruticultura: a recuperação de pomares; preservação e multiplicação de variedades nobres; a viabilidade de cultivar espécies com problemas fitossanitários, etc. Diferente de Silberschmidt, estes autores sugerem que os enxertos devem ser realizados por plantas afins, ou seja, aquelas que possuem semelhanças morfológicas e fisiológicas. Mas nada têm contra o enxerto de espécies diferentes. Dentre os insucessos, os engenheiros relatam que pode ser ocasionado pela falta do cumprimento das regras básicas durante a realização da técnica, como os ramos do enxerto devem ser utilizados no mesmo dia em que se destacaram das plantas matrizes; devem-se desprezar as folhas; o contato entre os tecidos do câmbio das plantas devem estar justapostos; deve-se ter assepsia de materiais utilizados durante o processo.
Existem métodos de enxertia mais utilizados, como a borbulhia, que consiste em se destacar a gema vegetativa (ou borbulha) da planta matriz, aquela selecionada para propagação e introduzi-la no porta-enxerto, que pode ser de uma espécie próxima, ou a mesma. A garfagem é outro método, onde se destaca parte do ramo (enxerto) que será inserido no caule de outro (porta-enxerto). Dentre estes métodos são classificados alguns tipos, onde são selecionados aqueles que garantem maiores chances de sucesso.
Bibliografia recomendada:
https://www.ibflorestas.org.br/component/tags/tag/plantas-frutiferas-enxertadas.html (consultado em setembro de 2018)
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/pessego/arvore/CONT000gjpsmkd002wx5ok06wjwcxvccwdk1.html (consultado em setembro de 2018)
Ribeiro, G.D., Costa, J.N.M., Vieira, A.H. & Santos, M.R.A. 2005. Recomendações Técnicas: Enxertia em fruteiras. EMBRAPA. (disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/859550/1/rt92enxertiadefruteiras.pdf)
Silberschmidt, K. 2010. Enxertias entre plantas de diferentes famílias. Ciência e Cultura, vol. 62, n.1-2. (disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252010000500005)
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