A Índia, com seu extenso território, suas variadas etnias, culturas e idiomas, abriga as mais diversas expressões na dança, desde o modelo clássico, passando pelo folclórico e desembocando no contemporâneo.
O padrão clássico se desenvolveu ao longo dos séculos, nascendo entre os devadasis – bailarinos que exibiam sua arte no interior dos templos. Estes artistas, associados aos templos do hinduísmo, com suas existências dedicadas somente ao culto do deus Shiva, ingressavam nestes recintos ainda na infância, entregues pelos próprios pais. A partir de então, as bailarinas transformavam-se em esposas da divindade, contraindo matrimônio com o deus em um ritual semelhante ao do habitual casamento indiano. Elas eram preparadas para exercitar a prática desta dança nos ritos realizados no templo.
Esta dança tem que seguir as regras inscritas no Natyasastra, a ancestral obra sobre o drama, ao qual desde o início esteve ligada. Aos poucos, porém, ela foi se desligando dessa conexão, e então surgiram os mais distintos modelos clássicos, conforme os locais da Índia nos quais nasceram. Todos têm em comum os rudimentos básicos do nritta – dança pura -; o nritya – a expressão – e o natya – fator dramático. Os movimentos coreográficos clássicos incluem o tandava, energia masculina, e o lasya, o poder feminino.
Em cada região da Índia surgiram diferentes versões das danças indianas, preservando, porém os mesmos preceitos, as mesmas leis registradas no Natyasastra. Entre as que se destacam neste campo, encontramos:
Bharata natyam: nascida no interior dos templos de Tamil Nadu, no sul da Índia, é o estilo mais célebre junto ao povo indiano. Ela é embalada por intensa percussão e um suave compasso marcado pelos pés.
Kathak: muito conhecida no Norte indiano, tornando-se famosa por algum tempo nas cortes hindu e mongol; envolve um elaborado movimento dos pés e vertiginosos rodopios corporais;
Odissi: ela tem origem no leste indiano; os bailarinos assumem posturas que lembram esculturas, conferindo a esta coreografia um aspecto muito sedutor. Imagens desta dança, que constitui arqueologicamente o modelo feminino mais ancestral, estão gravadas nas paredes de determinados templos.
Manipuri: este modelo é proveniente de Manipur. Seus adeptos movem-se por meio de passos miúdos e saltitam, em torno de lendas sobre Krishna. Não é necessário, como nos outros estilos, o uso de guizos nos tornozelos.
Kathakali: esta prática enérgica e intensa está intimamente ligada ao exercício de artes marciais. Através de gestos, maquiagem e figurino próprios, esta dança retrata cenas do Mahabharata ou do Ramayana.
Mohini Attam: esta mescla do Bharata natyam e do Kathakali, somada a alguns elementos folclóricos regionais, nasceu igualmente em Kerala. As bailarinas se vestem de branco e dourado.
Kuchipudi: adotou o nome do local de onde provém, na região de Andhra Pradesh. Também tem muitos pontos em comum com o Bharata natyam, é forte e enérgica, associando danças solo e coreografias próprias do drama.
Outra modalidade é a dança folclórica, geralmente composta de bailes sociais, organizados para festejar eventos como, por exemplo, casamentos; de coreografias criadas para as mulheres e outras para os homens. As mais famosas são a bhangra do Punjab, o garba e o dandia ras, proveniente de Gujarat.
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