Drenagem linfática

A drenagem linfática foi desenvolvida em meados de 1936 por Emil Vodder, em Cannes, enquanto buscava através de manobras de massagem, o tratamento de uma sinusite. Conforme as pesquisas sobre a técnica foram se desenvolvendo, percebeu-se que através de movimentos suaves sobre a pele estimulavam a circulação, fazendo assim a maior eliminação de líquidos. Com base nesses resultados, percebeu-se que a drenagem linfática manual pode ser utilizada para favorecer a circulação e melhorar o retorno venoso. Para que possa ser melhor compreendida, devemos entender como funciona o sistema circulatório.

O sistema circulatório é composto por vasos e capilares sanguíneos e linfáticos, além de possuir uma bomba propulsora (coração). As trocas entre o sangue e tecidos ocorrem em extensas redes de capilares, onde incluem-se as trocas nutritivas e gasosas, assim como os restos metabólicos passam dos tecidos para os capilares afim de auxiliar na manutenção da temperatura corporal. Nesse sistema, possuímos dois circuitos, são eles:

  • Circuito pulmonar: carrega o sangue pobre em oxigênio do coração – ventrículo direito- para as superfícies respiratórias – alvéolos- trazendo sangue oxigenado novamente ao coração – átrio esquerdo;
  • Circuito sistêmico: carrega o sangue rico em oxigênio do coração – ventrículo esquerdo- para as demais regiões corporais, exceto aos pulmões, e traz o sangue pobre em oxigênio novamente ao coração – átrio direito.

Já o sistema linfático possui uma intima ligação ao sistema sanguíneo, pois os fluidos corporais serão absorvidos e transportados em uma extensa região de capilares, até chegar ao coletor principal. Esse processo de eliminação tem como objetivo eliminar as proteínas plasmáticas e restos metabólicos, que podem acarretar no aumento de volume de fluidos corporais, além de fazer a manutenção do sistema imunológico. Esse sistema é composto por capilares linfáticos, vasos pré-coletores, vasos coletores e gânglios linfáticos (também chamados de linfonodos).

Como o fluxo da linfa é relativamente lento (três litros penetram no sistema cardiovascular em 24 horas), depende de forças externas (gravidade, movimentos manuais) e contração muscular, pulsação de artérias, peristaltismo visceral e movimentos respiratórios para que a linfa se desloque com mais agilidade.

As manobras da drenagem linfática se resumem a 3 movimentos principais:

  • Evacuação: estimula-se os gânglios linfáticos com os dedos, fazendo uma leve pressão sobre a região, afim de provocar o esvaziamento do gânglio para receber a linfa durante a drenagem. Realiza-se no começo e no fim da drenagem.
  • Movimentos circulares: podem ser realizados com os dedos, polegar ou ambos, para que a linfa seja direcionada ao gânglio, afim de promover a eliminação do fluido presente em excesso na região trabalhada.
  • Captação: realiza-se com ambas as mãos, formando um bracelete na região a ser trabalhada. Faz-se uma leve pressão, semelhante ao bombeamento cardíaco, direcionando os restos metabólicos em direção aos gânglios, após a estimulação com os movimentos circulares.

Entre os benefícios da drenagem, vale salientar a importância da mesma em procedimentos pré e pós operatórios, afim de melhorar e acelerar a recuperação, melhora na circulação, promovendo o redirecionamento do infiltrado líquido presente no interior dos tecidos e células agredidos durante o procedimento cirúrgico. Através desses benefícios, facilita-se a eficiência no aporte de oxigênio, nutriente, leucócitos e anticorpos no local.

Sendo essa uma técnica de massagem manual, pode-se utilizar recursos como creme, pó, óleo ou gel para facilitar o deslizamento, ou apenas o toque da mão feito diretamente na pele. Deve-se ter o cuidado de realizá-la de maneira lenta, rítmica e delicada, para que os objetivos possam ser alcançados com maior eficácia. Ao final, a principal característica observada ao final da drenagem é a eliminação acentuada através da diurese, melhora na função intestinal e principalmente a redução do edema local.

Bibliografia:

http://www.drenagemlinfatica.com.br/pdfs/publicacoes/29ei6rqoxzxza8cz.pdf

GB Milani, SMA João, EA Farah – Fundamentos da Fisioterapia dermato-funcional: revisão de literatura. Fisioterapia e Pesquisa, 2006 – resvistas.usp.br.

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