A Escola de Bauhaus teve sua origem na Alemanha pós Primeira Guerra Mundial e perdurou durante o período de 1919 a 1933, quando foi fechada pelo governo nazista. A escola era aberta para todos, homens, mulheres, alemães e estrangeiros. Isso demonstrava os valores democráticos e socialistas que ela defendia.
Sua importância para a história da arte reside no fato de que foi percussora dos ideais modernistas ao criar uma tendência artística: o movimento Bauhaus. Ele foi uma renovação cultural ao defender uma arte funcional, simplista e de fácil disseminação.
A escola surgiu durante a era industrial alemã, logo, foi um forte meio de ligação entre a indústria e os grandes artistas ao colaborar com a produção de um design artístico em massa.
A grade curricular era ampla e contava com cursos como arquitetura, decoração, pintura, escultura, cinema, fotografia, balé, design industrial, cerâmica, trabalhos em metal, publicidade, entre outras.
Paul Klee, um dos docentes da escola, esquematizou um diagrama acerca do currículo de Bauhaus, cada etapa que o estudante passaria ao longo dos anos. Ele foi publicado no estatuto da Bauhaus em 1923.
Nos dois primeiros anos o aluno teria um curso básico, estudaria as formas e teria um primeiro contato com os tipos de materiais.
Já no terceiro ano, o curso começa a se aprofundar e novas disciplinas passam a compor o currículo. Um estudo aprofundado dos materiais e ferramentas, da natureza, do espaço, das cores, da composição, da construção e representação passa a acontecer. Além disso, os alunos tinham a oportunidade de entrar em contato com diferentes materiais como pedra, madeira, metal, tecidos, vidro e argila.
A conclusão do currículo se dá com técnicas de construção, design, engenharia e ciência. Assim, os alunos entendem por completo o processo de produção desde a concepção da peça, passando por sua testagem e de fato a produção em massa.
Os valores da simplicidade e funcionalismo também são vistos nos projetos arquitetônicos de Bauhaus. A estrutura em si é o que deve ser o ponto focal da obra, dessa forma, grande parte das obras são pintadas de branco e sem textura nas paredes.
Uma característica marcante das construções é a presença de pilares, os pilotis, além contornos geométricos. Outro detalhe comum é a existência de muitas janelas.
A região Cidade Branca, em Tel Aviv, Israel, é uma referência da construção estilo Bauhaus. Lá existe uma grande concentração de edifícios brancos, construídos segundo a tendência artística da escola, o que dá origem ao nome do local. Devido a sua importância, em 2003, foi tombada pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade.
Não somente na arquitetura e nas artes plásticas, a Escola Bauhaus também deixou sua marca na confecção de mobiliário e objetos. Todos eles seguiam os princípios artísticos do movimento sendo acessíveis para a maior parte da população. Alguns exemplos são: mesas aninhadas de Breuer, poltrona Wassily, berço de Peter Keler, abajur Bauhaus-Leuchte, chaleira Marianne Brandt, entre outros.
Referências Bibliográficas:
MCGINITY, Lary. “Bauhaus”. In: FARTHING, Stephen. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.
VICENTE, Álex. Movimento Bauhaus, a escola que mudou a arte (e o mundo), completa 100 anos. El País, 2019. Disponível em:
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/artes/escola-de-bauhaus/
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