Hiperônimo e hipônimo

Hiperônimo e Hipônimo! Num primeiro momento, esses termos podem parecer um pouco complexos, mas na verdade não são! Para começar, vamos analisar os prefixos que os compõem e, desse modo, teremos uma noção do que significam. O prefixo “hiper” vem do grego e quer dizer “posição superior” ou “excesso”. Já “hipo” vem do grego e quer dizer “posição inferior” ou “escassez”. Muitos elementos linguísticos estabelecem com outros uma relação de superioridade ou de inferioridade. Quando isso acontece? Quando um elemento faz parte do conjunto expresso por outro. Para entender melhor esse assunto, sugiro a leitura deste interessante texto:

CURIOSIDADE – A faca é o mais antigo dos talheres

O Homo erectus, que surgiu na Terra há 1,5 milhões de anos, criou o primeiro objeto cortante semelhante a uma faca, feito de pedra e utilizado para caça e defesa.

Por volta de 3000 a.C., na Idade do Bronze, o utensílio passou a ser produzido a partir desse metal e servia tanto para matar quanto para descascar frutas.

De acordo com relatos, o garfo surgiu no século XI quando um membro da corte de Veneza (Itália) se casou com uma princesa de Bizâncio (Grécia Antiga).

No enxoval, ela trouxe um objeto pontudo com dois dentes, que usava para espetar os alimentos.

Aos poucos, os membros da nobreza e do clero começaram a adotar o talher, mas somente no século XIX o garfo se tornou popular. Já a história da colher mostra registros arqueológicos de artefatos semelhantes com mais de 20 mil anos, feitos de madeira, pedra e marfim. No início, era parecida com uma concha e de uso coletivo.

Disponível em: . (Com cortes).

Releia o título do texto:

CURIOSIDADE – A faca é o mais antigo dos talheres

No título, uma palavra representa um elemento do conjunto representado por outro vocábulo. Qual palavra? A palavra “faca” representa um elemento do conjunto expresso por “talheres”. Em outras palavras, “faca” compõe o grupo dos “talheres”. Por isso, este elemento assume um papel superior, posto que mais abrangente, em relação àquele. Assim, podemos afirmar que “talheres” é o hiperônimo de “faca” e “faca” é hipônimo de “talheres”.

O hiperônimo e o hipônimo na coesão textual

Você sabia que o hiperônimo e o hipônimo desempenham papel importante na coesão textual, isto é, na ligação harmônica das ideias do texto? Confira:

Por volta de 3000 a.C., na Idade do Bronze, o utensílio passou a ser produzido a partir desse metal e servia tanto para matar quanto para descascar frutas.

Note que a expressão “desse metal” foi empregada para retomar “o Bronze”, evitando a repetição desnecessária deste elemento. Nesse caso, estabeleceu-se uma relação hiponímica (do menor para o maior). Isso porque “Bronze” é um elemento que compõe o grupo dos metais.

Agora, observe a expressão destacada neste segmento do texto.

Aos poucos, os membros da nobreza e do clero começaram a adotar o talher [...]

A que elemento se refere a expressão destacada?

(   ) à faca. (   ) ao garfo. (   ) à colher.

No segmento acima, “o talher” refere-se ao garfo:

Aos poucos, os membros da nobreza e do clero começaram a adotar o talher, mas somente no século XIX o garfo se tornou popular.

Repare que “o talher” retoma “o garfo”, escrito anteriormente (3º parágrafo do texto). Mas, no período acima, “o garfo” retoma “o talher”. Nesse contexto, estabelece-se uma relação hiperonímica (do maior para o menor), visto que “o garfo” é um elemento que compõe o grupo dos talheres.

Mais exemplos de hiperônimo e hipônimo

• Não fez a revisão do carro e acabou tendo problemas com o veículo. (“carro” – hipônimo e “veículo” – hiperônimo).

• Sempre gostou muito de flores, mas as margaridas eram as suas preferidas. (“flores” – hiperônimo” e “margaridas” – hipônimo”).

• Cenoura faz muito bem aos olhos! Por isso, não abro mão de comer esse legume. (“cenoura” – hipônimo e “legume” - “hiperônimo”).

• Estudou todos os sinais de pontuação e teve algumas dúvidas quanto à vírgula. (“sinais de pontuação” – hiperônimo e “vírgula” – hipônimo).

• Compramos lençóis, colchas, cobertores... Mas, ainda falta muita coisa para o nosso enxoval. (“lençóis”, “colchas” e “cobertores” – hipônimos e “enxoval” – hiperônimo”).

• O quarto era rosa, a sala azul, a cozinha branca, o banheiro verde... Enfim, cada cômodo tinha uma cor! (“quarto”, “sala”, “cozinha”, “banheiro” – hipônimos e “cômodo” – hiperônimo; “rosa”, “azul”, “branca” e “verde” – hipônimos e “cor” – hiperônimo).

Para concluir

O hiperônimo é o termo que exprime um conjunto de elementos. Por isso, tem o sentido mais abrangente. Já o hipônimo é o termo que representa um elemento de um conjunto. Desse modo, representa uma parte de um todo.

Referências:

COSTA VAL, Maria da Graça. Texto, Textualidade de Textualização. In: CECCANTINI, J. L. Tápias; PEREIRA, Rony F; ZANCHETTA JR., Juvenal. Pedagogia Cidadã: cadernos de formação: Língua Portuguesa. v.1. São Paulo: UNESP, Pró-Reitoria de Graduação, 2004, p.113-128.

CURIOSIDADE – A faca é o mais antigo dos talheres. Disponível em: . Acesso em: 13 de outubro de 2019.

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