Memórias Póstumas de Brás Cubas é o romance que inaugura o Realismo no Brasil. Foi publicado em 1881 e está dividido em 160 capítulos.
Dentre as diversas obras, é a prosa de Machado de Assis - um dos maiores representantes da literatura brasileira - que mais se destaca.
O protagonista narra o seu falecimento “Um solteirão que expira aos sessenta e quatro anos” vítima de uma pneumonia ou, como ele afirmava de “uma ideia grandiosa e útil”.
Brás fala sobre o emplasto - "a invenção de um medicamento sublime" - a tal ideia que o teria levado à morte.
É feito um “curto esboço genealógico”.
Com mostras da intelectualidade - e da ironia - do autor, esse capítulo fala que o emplasto se tornou uma ideia fixa.
Brás Cubas fala do surgimento da doença e da visita que está prestes a receber: Virgília.
Virgília visita o já bastante doente Brás Cubas. Dois dias depois regressa com seu filho.
Narra um episódio de delírio, que assim termina: “um nevoeiro cobriu tudo, — menos o hipopótamo que ali me trouxera, e que aliás começou a diminuir, a diminuir, a diminuir, até ficar do tamanho de um gato. Era efetivamente um gato. Encarei-o bem; era o meu gato Sultão, que brincava à porta da alcova, com uma bola de papel…”.
Descreve um diálogo cujos interlocutores são a Razão e a Sandice (o mesmo que tolice ou loucura).
Reflete sobre o seu “grão pecado da juventude” - o caso com Virgília e anuncia a narração sobre o seu nascimento.
Narra o seu nascimento, as reações da família, as visitas e faz breve referência ao seu batizado.
Fala sobre as travessuras da sua infância, o “menino diabo”, bem como da educação que lhe foi dada: “De manhã, antes do mingau, e de noite, antes da cama, pedia a Deus que me perdoasse, assim como eu perdoava aos meus devedores; mas entre a manhã e a noite fazia uma grande maldade, e meu pai, passado o alvoroço, dava-me pancadinhas na cara, e exclamava a rir: Ah! brejeiro! ah! brejeiro!”
Narra o que aconteceu com a comemoração promovida pela família em decorrência da queda de Napoleão Bonaparte.
Nesse jantar a atitude do Doutor Vilaça fez-lhe grande raiva dado que Brás (menino de 9 anos) ficou sem a sobremesa que tanto queria.
Assim, pretendendo se vingar, seguiu o Doutor e o apanhou a beijar Dona Eusébia e espalhou a notícia, o que causou grande indiscrição uma vez que o Doutor era casado com outra senhora.
Fala dos tempos de escola, do professor a quem detestava - Ludgero - e das travessuras de seu amigo de infância - Quincas Borba.
Conta o dia em que rouba um beijo do seu primeiro amor - a prostituta Marcela.
Relata o relacionamento com Marcela, do dinheiro gasto com ricos presentes, fato que quase empobrece a família.
Brás reflete sobre o relacionamento com Marcela que lhe tem custado caro, afinal Marcela "morria de amores por um certo Xavier".
O gasto desenfreado com Marcela levou o pai de Brás a mandá-lo estudar para Portugal.
De súbito, Brás decidi levá-la consigo e, para convencê-a, mais uma vez, compra-lhe “a melhor joia da cidade”.
Enamorado, Brás tem uma visão e a narra. Finaliza o capítulo dizendo que três dias depois seguia para Lisboa.
Conta sua viagem para Portugal. A bordo do navio, Brás vê a mulher do capitão - que estava bastante doente - morrer.
Expõe brevemente o que sente com relação à universidade, ao fato de deixar Marcela - que tinha ficado no Brasil - e que, apesar de ter estudado “muito mediocremente” teria conseguido se graduar.
Narra um episódio em que um almocreve lhe salva a vida, dominando o jumento em que Brás ia montado.
Brás recebe uma carta do pai que o entristece. Dizia: ““Vem, dizia ele na última carta; se não vieres depressa acharás tua mãe morta!””.
Brás regressa ao Brasil a tempo de encontrar a mãe, com cancro no estômago, ainda com vida. Morre. “Triste capítulo; passemos a outro mais alegre.”.
Fala de um alegre cabeleireiro e desabafa que o curso universitário não foi feito com dedicação “Não digo que a universidade me não tivesse ensinado alguma; mas eu decorei-lhe só as fórmulas, o vocabulário, o esqueleto.”.
Fala da vida que levava no regresso ao Brasil e da chegada de Dona Eusébia para viver numa casa vizinha a de sua família, de modo que pondera lhe fazer uma visita por ter sido ela a vestir a sua mãe depois de falecida.
O pai de Brás fala do seu desejo de tentar que ele entre na política ao passo que pretende casá-lo com a filha de um importante político - Conselheiro Dutra - que tinha enviado por carta as condolências ao pai de Brás pela morte de sua mãe. Seu nome é Virgília.
Depois de o pai ter lhe dito o nome da noiva, Brás recorda o leitor de que aquela foi a mulher que anos depois o foi visitar antes de morrer.
Quanto à proposta feita pelo pai, Brás coloca uma condição: “— Contanto que não fique obrigado aceitar as duas; creio que posso ser separadamente homem casado ou homem público…”.
Após aceitar a proposta do pai - a política, bem como o casamento - Brás vai visitar D. Eusébia.
Enquanto conversa com D. Eusébia, Brás conhece Eugênia - filha de D. Eusébia - e conta o nervosismo de ambas ao verem uma borboleta preta - fato que demonstra a sua forte superstição.
Uma borboleta negra entra no quarto de Brás, o que o faz lembrar do dia anterior.
Depois de muito insistir, D. Eusébia convence Brás a ir jantar em sua casa. Nesse dia Brás fica a saber que Eugênia é manca.
Eugênia pede que Brás não descesse da Tijuca e assim ele fez. Nesse dia, ele e Eugênia se beijam.
Brás revela ao leitor não ter boas intenções com Eugênia pelo fato de ela ser coxa.
Eugênia já tinha percebido que Brás não pretendia assumir qualquer compromisso com ela em decorrência do seu defeito “— Faz bem em fugir ao ridículo de casar comigo.”
Brás não admitia, mas sabia que era verdade. Assim, decide obedecer seu pai e ir conhecer o Conselheiro Dutra.
Brás regressa à casa e lhe alivia o fato de tirar as botas apertadas. Encontrando o pai, este fica feliz por pensar que o seu regresso significa que pode avançar com as pretensões que tinha para seu filho.
O narrador pergunta ao pai o que precisa fazer com relação ao desejo do pai de lhe tornar deputado. O pai responde que basta casar com a filha do Conselheiro Dutra.
Na casa do Conselheiro, o pai de Virgília gosta de Brás e após conversarem apresenta sua esposa e sua filha. Brás descreve o primeiro olhar de ambos como “pura e simplesmente conjugal”.
Brás estava a passear quando o vidro do relógio cai e ele entra na primeira loja que encontra a fim de o consertar.
Na loja vê uma senhora que não conhece, embora seu rosto lhe chame a atenção pela “velhice precoce”. A mulher, no entanto, logo o reconhece. Trata-se de Marcela que lhe conta a sua vida.
Enquanto Brás espera pelo conserto do seu relógio, entra um senhor com uma menina que mostra gostar muito de Marcela - um vizinho relojoeiro - como Marcela disse à Brás após ele questionar quem era.
Brás Cubas reflete sobre os acontecimentos do dia enquanto apanha uma sege e nem repara quando chega à casa do Conselheiro Dutra.
Virgília se mostra ansiosa com o atraso de Brás e, no momento que busca desculpas para o fato, tem uma alucinação: vê em Virgília o rosto doente e sofrido de Marcela.
Brás compara o encontro com Marcela com um movimento metafísico de uma bola que rola até uma e outra bola.
Narra a rapidez com que as pretensões de seu pai haviam sido desfeitas em virtude de Virgília escolher Lobo Neves como noivo.
O pai de Cubas sofre um grande desgosto ao não conseguir avançar com as pretensões que tinha para o filho. Brás acredita que esse terá sido o motivo da sua morte quatro meses depois.
Com tristeza, Brás faz referências ao funeral: “Soluços, lágrimas, casa armada, veludo preto nos portais, um homem que veio vestir o cadáver, outro que tomou a medida do caixão, caixão, essa, tocheiros, convites, convidados que entravam.”.
Oito dias após a morte do pai começam as discussões entre a irmã e o cunhado pela herança. Brás pensa como ele e a irmã, antes tão amigos, agora estavam brigados.
Depois da morte do pai Brás se sente um recluso, saindo de vez em quando apenas. Escreve, principalmente, artigos que enviava para publicação e, com isso, ganha certa reputação.
Brás dá o leitor a conhecer Luís Dutra - primo de Virgília com quem convive. Ele escreve melhor do que Brás, mas este tenta desanimá-lo para que ele duvide da sua capacidade de escrita.
Faz uma analogia entre o sucesso da escrita de Dutra e o seu com um caso de chapeleiros que, apesar de venderem os artigos pelo mesmo preço, há um que se destaca com relação ao outro.
Dutra informa Brás que Virgília chegou a São Paulo com seu marido Lobo Neves.
Brás narra a primeira vez que a encontra e das vezes seguintes: em bailes e depois na casa de Virgília em uma reunião íntima a convite de seu esposo. Esses encontros os vão aproximando.
Conta que encontra uma moeda de ouro, mas que a envia para a polícia a fim de que ela seja restituída ao dono.
O ímpeto da posse que toma conta dele ao encontrar a moeda de ouro é semelhante ao sentimento que tinha por Virgília - que já é sua companheira nas valsas.
Brás encontra um embrulho na praia e o leva para casa. Trata-se de um embrulho com cinco contos de réis bem dobrados. Estes, ao contrário da moeda de ouro, Brás não devolve.
Fala do amor que toma conta dele e de Virgília e do primeiro beijo que ela lhe dá.
Depois do beijo Brás regressa a sua casa mas não consegue deixar de pensar no acontecimento.
"Brás Cubas...? Virgília...... BrásCubas............................. . . . . . . . . . Virgília..................! BrásCubas............... Virgília.......................................................................................................... .................................................................. ? ................................................................... .................................................................................................................................... BrásCubas..................... Virgília....... BrásCubas .............................................................................................................................................. .........................................................................................!...........................!...........................................................! Virgília.......................................? Brás Cubas.....................! Virgília.....................!"
Brás relembra que já tinham sido noivos, se separam sem paixão e anos depois amam-se.
Conta que o destino os tinha aproximado e agora se amam. “ — Amo-te, é a vontade do céu”, disse-lhe Virgília.
Fala das confidências de Lobo Neves a Brás - a quem considera um amigo. Lobo Neves lamenta não alcançar a "glória pública".
O narrador encontra Quincas Borba - seu colega de escola - agora, mendigo. Brás lhe dá uma nota de cinco mil réis e o então colega se enche se alegria.
Quincas Borba abraça Brás agradecendo o dinheiro. Depois de o colega o abraçar, ao colocar as mãos no bolso, Brás repara que o mesmo tinha lhe roubado o relógio naquele momento.
Cubas tem um forte desejo de ajudar Quincas Borba e vai a sua procura, mas não o encontra. Promete para si mesmo que o vai regenerar.
Virgília fazia com que Brás esquecesse os seus problemas. Brás a compara a um “travesseiro divino”.
Relata um de seus encontros com Virgília e da ideia de fugir com ela. Lobo Neves chega à casa e o encontra, o convida para jantar, sem de nada desconfiar.
Brás sente pela primeira vez raiva de Virgília que se mostra bastante contente pelo fato de o esposo lhe levar ao teatro nessa noite.
No dia seguinte Brás vai ao encontro de Virgília e a encontra com os olhos vermelhos pelo desprezo de Brás na noite anterior ao jantar. Voltam a falar em fugir.
Narra sobre as pessoas que desconfiam ou que trazem alguma perturbação ao romance dele com Virgília. A Baronesa X, Viegas - um parente de Virgília -, bem como Luís Dutra.
As pernas de Brás o levam para fora da casa de Virgília. Em agradecimento, Brás escreve esse capítulo “E cumpristes à risca o vosso propósito, amáveis pernas, o que me obriga a imortalizar-vos nesta página.”.
Virgília envia um bilhete a Brás a dizer que desconfiam de ambos, bem como a relação deles era “objeto da suspeita pública”.
Decidem, assim, optar por uma casinha em que viveria alguém da confiança de Virgília.
Brás encontra Prudêncio - escravo de quem Brás judiava com as suas brincadeiras de criança - agora livre, tinha ele um escravo e lhe maltrata sem compaixão.
Recorda de Romualdo, como dizia, um doido que conhecera “— Eu sou o ilustre Tamerlão, dizia ele. Outrora fui Romualdo, mas adoeci, e tomei tanto tártaro, tanto tártaro, tanto tártaro, tanto tártaro, que fiquei Tártaro, e até rei dos Tártaros. O tártaro tem a virtude de fazer Tártaros”.
Dona Plácida é a senhora de confiança de Virgília que tinha ido viver para a “casinha” como chamavam o local dos encontros amorosos.
A senhora tem nojo da sua condição de cúmplice, mas cede.
Fala do livro que escreve - este: “o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica”.
Imagina um bibliômano muitos anos depois a encontrar o seu livro - exemplar único - aquisição que o enche de contentação.
Fala do lanche na "casinha" e o fato de convidarem Dona Plácida a se sentar com eles, mas dela sempre recusar.
Depois de muito tempo Brás conquista a confiança de Dona Plácida, que lhe conta a sua história.
Escuta a história de Dona Plácida sem lhe dar qualquer resposta. Quando ela sai, porém, exprime seu sentimento com relação ao que acabara de ouvir, que era uma reflexão sobre a vida triste que aquela mulher levava, cuja origem tinha sido a luxúria de seus pais.
Sente sua consciência pesar por ter colocado Dona Plácida naquela condição de cúmplice e entende a resistência inicial da senhora.
Virgília questiona por que Brás não tinha ido tomar chá como havia prometido. Brás não tinha ido por conta dos ciúmes ao vê-la dançar com outro homem na casa da baronesa.
Os encontros de Brás e Virgília estavam ameaçados a partir do anúncio de Lobo Neves de que seria presidente de uma província.
Brás pretendia que Virgília não aceitasse o projeto do marido e ameaçando-lhe disse: “— Repito, a minha felicidade está nas tuas mãos, disse eu.”.
Decide ir visitar Virgília apenas em sua casa com a intenção de convencê-la sobre a atitude a tomar.
A solução vem mesmo da parte de Lobo Neves que convida Brás para ser seu secretário “Na verdade, um presidente, uma presidenta, um secretário, era resolver as coisas de um modo administrativo.”
Sabina vai visitar Brás e eles se reconciliam.
Estava contente com os últimos acontecimentos e começa a espalhar pela cidade que seria secretário de província. Os boatos, entretanto, surgem.
Seu cunhado Cotrim aconselha que Brás não aceite o convite de secretário alegando que essa decisão era insensata. Brás fica pensativo e triste ao ver a publicação da nomeação de Lobo Neves e a sua.
Virgília, porém, anuncia que não vão para a província em decorrência de o decreto da nomeação ter o número 13, número que era fatídico para Lobo Neves.
Fala da superstição e do conflito de Lobo Neves que por superstição não tinha aceitado a nomeação e que se amargurava, e até se arrependia, por ter tomado essa decisão.
Depois do medo de perderem um ao outro, Brás e Virgília vivem com mais intensidade o seu amor.
Relata a atitude de Virgília “um gesto maternal” com Brás, o que para ele foi algo misterioso.
Compara a ciência da geologia com o caráter de Lobo Neves: "havia no Lobo Neves certa dignidade fundamental, uma camada de rocha, que resistia ao comércio dos homens. As outras, as camadas de cima, terra solta e areia, levou-lhes a vida, que é um enxurro perpétuo.".
Fala da doença de Viegas - que o levou à morte - e dos cuidados de Virgília.
Viegas morre na presença de Virgília, de Brás e de mais um “sujeito magro” com quem discutia o valor da compra da casa do enfermo.
Virgília fica com raiva ao saber que Viegas não lhe deixava nada de herança, mas Virgília tinha uma preocupação maior, o mistério do capítulo 86: o filho que Virgília esperava.
Recebe uma carta de Quincas Borba e, junto com ela, um relógio. Quincas, na verdade, Joaquim Borba dos Santos fala de “um novo sistema de filosofia”, resultado de seus estudos, ao qual dá o nome de Humanitismo.
Conhece Damasceno - cunhado de Cotrim, esposo de sua irmã. Ele traz para Brás um bilhete do cunhado, um convite para jantar. Em poucos minutos conta a Brás sua vida e sai.
O jantar tinha o propósito de apresentar a filha de Damasceno a Brás. Chama-se Dona Eulália, afetivamente chamada Nhã-loló.
Virgília amua-se sempre que Brás fala no filho de ambos e Brás não percebe o motivo, aparentemente se trata de “medo do parto” e da “privação de certos hábitos da vida elegante”.
Virgília perde o bebê.
Na presença de Brás, Lobo Neves recebe uma carta anônima a denunciar a intimidade dele com sua esposa.
Depois de Virgília se restabelecer da perda do bebê, o marido lhe mostra a carta e ela nega tudo o que estava escrito.
Descreve a recusa de Virgília perante o seu beijo na testa.
Vai ao teatro e lá encontra Damasceno e a família. Nessa noite, Nhã-loló lhe parece mais bonita do que da primeira vez que a vira.
Ainda no teatro, Brás encontra Lobo Neves com quem conversa bastante sobre “assuntos gerais”. Iniciado o ato seguinte Brás, absorto nos seus pensamentos, não presta atenção a nada.
Brás informa o leitor que quatro meses depois desse encontro no teatro Lobo Neves faz as pazes com o ministério, depois de ter se afastado em decorrência do decreto 13.
Virgília conta a Brás os acontecimentos políticos na vida de Lobo Neves.
“Mas este mesmo homem, que se alegrou com a partida do outro, praticou daí a tempos... Não, não hei de contá-lo nesta página; fique esse capítulo para repouso do meu vexame. Uma ação grosseira, baixa, sem explicação possível... Repito, não contarei o caso nesta página.”
Distrai-se e quando chega à “casinha” Virgília já tinha ido embora depois de muito chorar.
Dona Plácida conta a Brás, em meio a soluções, a indignação de Virgília. Três dias depois se encontram no local de costume.
Quando Virgília saía, Dona Plácida vê Lobo Neves, Virgília regressa e Brás se esconde enquanto Dona Plácida vai para a janela convidar o marido de Virgília para entrar, ele que disse estar a passar quando viu a senhora e parou para lhe cumprimentar. Virgília se despede de Dona Plácida e sai com o marido.
A vontade de Brás era arrancar Virgília ao marido, mas Dona Plácida o detém segurando pelo braço.
Brás e Dona Plácida estavam receosos do que aconteceria à Virgília em casa. Assim, Dona Plácida decide ir até lá.
“Não houve nada, mas ele suspeita alguma coisa; está muito sério e não fala; agora saiu. Sorriu uma vez somente, para nhonhô, depois de o fitar muito tempo, carrancudo. Não me tratou mal nem bem. Não sei o que vai acontecer; Deus queira que isto passe. Muita cautela, por ora, muita cautela.”.
Leu o bilhete de Virgília diversas vezes e não consegue entender se sentia medo, dó, vaidade ou amor.
Recebe a visita de Quincas Borba que lhe quer explicar sua filosofia. Brás, preocupado com o bilhete de Virgília, pede que ele volte outro dia.
O decreto 31 nomeia Lobo Neves novamente presidente da província. Ele aceita.
Quando chegou à “casinha”, Brás encontrou um bilhete. Pensava que se tratava de uma mensagem deixada por Virgília, mas na verdade era um bilhete antigo que Dona Plácida tinha encontrado.
Fala sobre Lobo Neves e sobre o que pensava dele. Brás considerava que ele não toma certas atitudes com receio da opinião pública.
Brás conclui: “a opinião é uma boa solda das instituições domésticas.”.
Nele consta o diálogo de despedida entre Brás e Virgília. Virgília pede que Brás não se esqueça de Dona Plácida.
Após a despedida Brás almoça, sem saber explicar as sensações com a partida de Virgília.
É realista, não romântico: “Eu bem sei que, para titilar-lhe os nervos da fantasia, devia padecer um grande desespero, derramar algumas lágrimas, e não almoçar.”.
Sente-se viúvo após a partida de Virgília. Nessa altura, morre seu tio cônego e nasce Venância - filha de Cotrim.
Quincas Borba explica sua filosofia e Brás escuta admirado a sua lógica, bem como a clareza da exposição de Borba. “Conta três fases Humanitas: a estática, anterior a toda a criação; a expansiva, começo das coisas; a dispersiva, aparecimento do homem; e contará mais uma, a contrativa, absorção do homem e das coisas. A expansão, iniciando o universo, sugeriu a Humanitas o desejo de o gozar, e daí a dispersão, que não é mais do que a multiplicação personificada da substância original.”.
Brás não conseguia viver só; ele queria “luzir” e para isso precisava de algo.
Deixa máximas que escreveu, tal como: “Crê em ti; mas nem sempre duvides dos outros.”.
Sabina quer casar o irmão e consegue perturbar Brás com a ideia de ele ainda ser solteiro e não ter filhos, de modo que vai conversar com o seu amigo filósofo.
Já se tinham passado meses da partida de Virgília e com Brás ficava a lembrança, um “diabo negro”, ao passo que Nhã-loló “um diabo cor-de-rosa” ia conquistando o seu espaço.
Brás narra que ao regressar da missa com Damasceno e a filha, algo que fazia muitas vezes, deparam-se com uma briga de galos e que a moça tinha ficava envergonhada pelo fato de o pai se juntar aos espectadores.
Nhã-loló era diferente da família, tinha tendência para ser elegante e polida - e Brás sentia que havia uma afinidade entre ambos, de modo que queria ajudá-la: “— Não há remédio, disse eu comigo, vou arrancar esta flor a este pântano.”.
Vai pedir conselho ao cunhado, mas ele não se quer opinar sobre o casamento de ambos uma vez que se trata de sua sobrinha.
Brás entende e admite ter sido injusto durante anos com o cunhado - que agora admira os escrúpulos - por causa da herança.
Este capítulo serve de ponte entre o anterior e o próximo, tal como a ponte entre a vida e a morte.
"AQUI JAZ DONA EULÁLIA DAMASCENA DE BRITO MORTA AOS DEZENOVE ANOS DE IDADE ORAI POR ELA!"
Brás se entristece com a morte de Nhã-loló em decorrência da febre amarela. O pai é o mais inconsolável.
Brás fala sobre a importância da formalidade na sequência do formalismo que Damasceno esperava no enterro da filha, que contará com a presença de pouquíssimas pessoas.
Brás é deputado, o que muito o satisfaz. Almeja, todavia, o cargo de ministro.
Na Câmara, Brás ouve o discurso de Lobo Neves e não tem remorsos.
Anos depois Brás encontra Virgília em um baile. Falam muito.
Brás fala da diferença entre a discrição do homem e da mulher no que respeita aos casos amorosos.
“Citando o dito da rainha de Navarra, ocorre-me que entre o nosso povo, quando uma pessoa vê outra pessoa arrufada, costuma perguntar-lhe: “Gentes, quem matou seus cachorrinhos?” como se dissesse: — “quem lhe levou os amores, as aventuras secretas etc.” Mas este capítulo não é sério.”
Revela que um companheiro da marinha - que encontrara no baile - consegue lhe arrancar a relação com Virgília.
Essa era a idade de Brás quando reencontra Virgília no baile. Brás medita sobre o tempo e, ao mesmo tempo que vê Virgília descer as escadas, pensa também na sua vida.
Reflete: “Cinqüenta anos! Não é ainda a invalidez, mas já não é a frescura.”.
"Mas, ou muito me engano, ou acabo de escrever um capítulo inútil."
Narra como iniciou os discursos na vida de deputado. Quis questionar o tamanho da barretina usada pelos militares, o que resultou num “desaste parlamentar”.
Explica aos críticos que não se sente velho, mas que sente os anos passarem.
".............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................."
Está desiludido. Não consegue alcançar o posto de ministro pois perde a cadeira de deputado.
Não sabia o que fazer depois de perder o posto de deputado. Conversa com Quincas Borba, seu companheiro de desabafos, e num passeio para o animar, o incentiva a fundar um jornal.
Recebe uma carta de Virgília onde diz: “Meu bom amigo, Dona Plácida está muito mal. Peço-lhe o favor de fazer alguma coisa por ela; mora no Beco das Escadinhas; veja se alcança metê-la na Misericórdia. Sua amiga sincera,".
O pedido de Virgília incomoda Brás que pensa em não o atender. Pensava, afinal, o que Dona Plácida teria feito aos cinco contos de réis que ele lhe tinha dado.
Por fim, decide ajudar Dona Plácida, pois não fosse ela não tinha tido os amores de Virgília. Morre uma semana depois de chegar à Misericórdia.
O dinheiro que tinha dado à Dona Plácida tinha fugido tal como o carteiro com quem ela tinha se casado, fingindo estar enamorado por ela.
Brás se entusiasma com a fundação do jornal e compartilha com Borba o seu desenvolvimento, que trata do Humanitismo de Quincas.
Depois de ver a notícia da publicação do jornal de oposição de Brás Cubas, Cotrim aconselha o cunhado para não avançar com a ideia.
Publica o jornal e no dia seguinte, Cotrim publica uma declaração em outros jornais informando que não partilhava das ideias de seu cunhado.
Apesar das críticas, Borba tenta encontra o benefício trazido pela publicação de Cotrim.
Ficou invejoso com a notícia de que Lobo Neves seria ministro e não nega ficar aliviado com a sua morte pouco depois.
Sai do enterro de Lobo Neves a fingir que lia os epitáfios que, para ele, dissimulavam a verdade sobre as pessoas.
Brás se questiona como poderia Virgília chorar tão sinceramente a morte de seu marido se durante anos o havia traído também com tanta sinceridade.
Considerando que o amigo pode estar louco, Quincas Borba manda um alienista ao encontro de Brás. O alienista, porém, conclui que Brás está bem, mas receia que Quincas, porém, não esteja.
O alienista fala a Brás sobre um maníaco ateniense, de forma a concluir que todos temos um pouco de loucura.
Conclui que é preciso tratar do amigo Quincas Borba.
Continua a conversar com o alienista e diverge de algumas de suas opiniões, especialmente no que respeita ao orgulho de servir outras pessoas.
Brás fala para o amigo sobre a desconfiança do alienista que pensa que Quincas está enlouquecendo.
Pensando que perderia o amigo, Brás se reconcilia com Cotrim com medo de ficar sozinho. Cotrim o convida para se filiar à Ordem Terceira e ele aceita. Essa teria sido “a fase mais brilhante da minha vida”.
Enquanto filiado à Ordem, Brás encontra Marcela e a vê morrer no Hospital da Ordem. No mesmo dia encontra Eugênia quando distribue esmolas em um cortiço.
Borba tinha partido para Minas Gerais e quando regressa estava com a aparência descuidada tal como da primeira vez que Brás o reencontrara. Estava demente. Morre na casa do amigo.
Recorda tudo o que queria ter feito mas não fez, por isso dá esse nome ao último capítulo da sua biografia e termina: "— Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria."
Confira a obra na íntegra, fazendo o download do PDF aqui: Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Em 2001 estreou o filme de comédia dramática "Memórias Póstumas" baseado na obra de Machado de Assis.
O personagem Brás Cubas foi interpretado pelo ator Reginaldo Faria, enquanto Virgília, por Viétia Zangrandi.
Esse longa-metragem foi considerado o melhor filme, bem como recebeu prêmios pela direção, roteiro, atriz coadjuvante e crítica, no Festival de Gramado.
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