De acordo com Cunha e Cintra (2008, p. 157), objeto indireto é o complemento de um verbo transitivo indireto, isto é, o complemento que se liga ao verbo por meio de preposição. Em outras palavras, esse objeto complementa o sentido expresso pela ação verbal, de maneira indireta. Cumpre-se destacar que o prefixo “in” indica “negação”, o que significa que a complementação não é feita de forma direta, pois exige a interposição de uma preposição. Vale enfatizar que o objeto indireto pode vir representado por:
a) "Precisamos de doadores de medula óssea."
Atente-se para o fato de que o verbo “precisamos” necessita do acompanhamento da preposição “de” para se unir ao seu complemento. Nesse contexto, tem-se o objeto indireto, que se constitui sobremaneira de substantivos, conforme destaque.
b) "Os alunos obedeceram aos regulamentos relativos à realização da gincana solidária."
Nesse exemplo, o objeto indireto também se compõe de substantivos, que complementam a ideia expressa pelo verbo “obedeceram”.
a) "O apartamento, localizado no centro da cidade, pertence aos três." b) "Eles compareceram às quinze horas ao cartório, conforme combinado."
Observe que os numerais, em evidência, integram o complemento dos verbos “pertence” e “compareceram”, respectivamente, sob o intermédio da preposição “a”.
"Pediram-me que organizasse os arquivos do escritório."
Quem pede, pede a alguém que faça alguma coisa. O pronome sublinhado remete-se “a mim” (a uma pessoa). Por isso, tem-se um pronome substantivo. A forma “Me pediram”, na qual o pronome antecede o verbo, se faz comumente presente nas falas cotidianas. Porém, deve ser evitada, quando se tratar de situações de uso formal da língua.
a) Desconfiavam-se do caminhar das negociações.
Veja que o objeto indireto compõe-se de uma expressão substantivada, formada pela aglutinação da preposição “de” com o artigo definido “o” e o verbo “caminhar”.
b) A solenidade encerrou-se com o agradecimento aos presentes.
Note que, aqui, ocorre o processo de substantivação do adjetivo “presentes”, por meio da junção da preposição “a” (exigida, nesse contexto, pelo verbo “agradecer”) com o artigo definido “os”.
"Você duvida de que sejamos capazes?"
Observe que o complemento do verbo “duvida”, em destaque, é o objeto indireto (regido da preposição “de”) em forma de oração (frase que se organiza em torno de um verbo). Cumpre-se elucidar que a oração em foco é substantiva, visto que se equivale ao substantivo “capacidade”. Assim, tem-se:
"Você duvida de nossa capacidade?"
É crucial enfatizar que o objeto indireto pode ser composto de mais de um substantivo ou de mais de uma palavra que ao objeto se equivale:
a) "Estamos convencidos de que o talento e a dedicação são imprescindíveis para o sucesso profissional."
Os substantivos destacados compõem o objeto indireto da ação expressa pelo verbo “convenceram”.
b) Naquele dia, eles assistiram a três filmes de comédia.
Nesse caso, integram o complemento do verbo “assistir”, um numeral e dois substantivos.
Para concluir: O objeto indireto é o complemento da ação verbal, que se realiza de modo indireto, ou seja, por intermédio de uma preposição.
Referência: CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Complementos Verbais – Objeto Indireto. In: ___ Nova gramática do português contemporâneo. 5.ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008, p. 157-159.
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