A controvertida artista plástica Frida Kahlo nasceu em 6 de julho de 1907, no interior de sua própria casa, a famosa Casa Azul, no pequeno município de Coyocán, localizada nas proximidades da Cidade do México. Sua trajetória artística não se iniciou logo cedo, apesar de seu pai ter a pintura como um hobbie. A garota não demonstrava preferência alguma pela arte como uma profissão.
Ela cursou, entre os anos de 1922 e 1925, a Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México, aí se dedicando ao aprendizado do desenho e da modelagem. Ao completar 18 anos a futura artista desenvolveu noções de gravura com o professor Fernando Fernandez.
A partir de um evento trágico, no qual o bonde em que se encontrava colidiu com um trem, ela fica imobilizada em uma cama, após diversas intervenções cirúrgicas, depois de ter a coluna fraturada e a parte genital seriamente atingida. Este acidente a marca definitivamente.
Além de ter que trajar inúmeros coletes ortopédicos, muitos deles retratados em sua obra, Frida passa a se dedicar à pintura no leito em que se recupera, talvez até mesmo para não enlouquecer e, ao mesmo tempo, para expressar sua dor. O pai lhe disponibiliza as tintas necessárias e um cavalete apropriado a sua cama.
Frida conhece seu futuro marido, Diego Rivera, um dos maiores pintores do México, ao ingressar no Partido Comunista, em 1928. Ele incentiva sua produção artística e suas próprias pinturas a inspiram, levando-a a adotar um espectro de cores mais extenso e singelo, considerado estritamente natural pelos críticos.
A obra de Frida, que basicamente reflete sua vivência individual, tem algo de quimérico e onírico, o que induz muitos estudiosos a enquadrarem sua produção artística no movimento surreal, o que se revela um equívoco. Os surrealistas se preocupavam em representar a esfera do inconsciente, das dimensões ocultas, da irrealidade, enquanto a artista se empenhava em retratar suas experiências concretas, principalmente as mais dolorosas.
Não é difícil encontrar em sua arte temas ligados ao sofrimento provocado pelo acidente, bem como os episódios em que ela abortou, o intenso desejo de ser mãe, que nunca se tornou realidade, as inúmeras estadias nos hospitais, entre outros eventos trágicos que marcaram sua existência. A visão fantástica, onipresente em sua pintura, está integralmente vinculada a sua consistente passagem pela vida.
Pode-se afirmar que sua arte é, de certa forma, uma biografia da artista. É quase impossível a quem contempla esta obra singular não ser capturado por ela, envolvido até a medula. Quem imaginar que sua fragilidade orgânica corresponde ao estado de sua alma, está profundamente enganado, pois ela clama com intensidade pela autonomia dos povos, pelo fim da tirania e da subjugação dos oprimidos.
Sua produção artística, atualmente, é tão valorizada que os quadros são negociados no patamar de milhões de dólares. Em 2002 sua vida foi transposta para as telas dos cinemas pela cineasta Julie Taymor, no filme Frida, que revela um roteiro vigoroso e uma trilha sonora fantástica; a artista foi interpretada pela atriz Salma Hayek.
Fontes: http://obviousmag.org/archives/2005/02/frida_kahlo.html#ixzz12vL1S2QT http://www.naturale.med.br/artes/9_frida_kahlo_e_rivera.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Diego_Rivera http://pt.wikipedia.org/wiki/Frida_Kahlo
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