Em 1570 um acordo selou uma suspensão de hostilidades entre católicos e protestantes na França; ele se tornou conhecido como Tratado de Paz de Saint Germain, conduzido por Catarina de Médici. Dois anos depois, porém, depois da realização do matrimônio entre Marguerite de Valois, irmã do monarca francês, e Henrique de Navarra, o líder dos huguenotes, como os católicos denominavam seus adversários calvinistas na França, o cenário se transformou radicalmente.
Nesta ocasião ocorreram quatro eventos imprevistos, mas conectados entre si. O casamento real tinha como objetivo abrandar as rivalidades religiosas e, ao mesmo tempo, ampliar as chances de Henrique na conquista do trono. O povo, contudo, de maioria católica, estava descontente com esta aliança.
Mas, no dia 22 de agosto deste ano, um devoto do catolicismo francês, Mauveret, representante de Catarina de Médici, cometeu um ato violento contra o almirante Gaspard de Coligny, um dos chefes dos protestantes parisienses, que quase culminou com sua morte. Este atentado da Coroa Francesa contra Coligny causou revolta entre seus seguidores, e a partir de então as hostilidades foram retomadas.
Catarina detinha então imenso poder em suas mãos, pois o soberano, Carlos IX, era ainda muito jovem para assumir a autoridade máxima de sua nação. Ambiciosa e cruel, a mãe do futuro rei francês convenceu o filho a mandar eliminar o almirante e seus asseclas, a pretexto de deter um possível ataque dos protestantes.
Na cidade de Paris, em 24 de agosto de 1572, a Casa Real perdeu as rédeas da situação e deu-se início ao terrível extermínio de protestantes franceses. Esta data foi escolhida por nela ser comemorado o dia de São Bartolomeu, uma das festividades mais significativas do catolicismo na França. Assim, nesta madrugada, o evento intitulado a Noite de São Bartolomeu foi desencadeado e se prolongou por vários meses, resultando na eliminação de pelo menos trinta mil franceses. Alguns historiadores falam da morte de cerca de cem mil pessoas.
Os assassinatos partiram da capital francesa na direção de outras cidades deste país, tais como Toulouse, Bordéus, Lyon, Bourges, Rouen, e Orléans. A morte dos líderes dos calvinistas foi apenas uma primeira investida dos católicos, culminando logo depois em um genocídio de maiores proporções.
Este episódio sangrento foi imortalizado na produção cinematográfica francesa A Rainha Margot, de 1993, protagonizada por Isabelle Adjani e vencedora do Prêmio do Júri no Festival de Cannes. O filme é baseado na obra de Alexandre Dumas, La Reine Margot, lançada em 1845. É possível ver nas telas uma versão bem crua e sanguinária do que ocorreu na Noite de São Bartolomeu.
Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Huguenotes http://super.abril.com.br/cultura/fantasmas-sao-bartolomeu-filme-rainha-margot-441082.shtml http://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_da_noite_de_S%C3%A3o_Bartolomeu http://www.adorocinema.com/filmes/filme-10054/creditos/
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