Arginina

A arginina é um aminoácido tido como semi-essencial ou precursor, sendo sintetizada a partir de outros precursores que podem ser encontrados em alimentos. É considerada essencial para os indivíduos jovens e em crescimento, mas não para os adultos. Desempenha várias funções no organismo, auxiliando na cicatrização, estímulo do sistema imune e desenvolvimento muscular.

Propriedades químicas

Apresenta o nome oficial ácido (S)-2-amino-5-guanidinopentanóico e abreviatura “Arg”. Sua fórmula química é C6H14N4O2, com massa molecular igual a 174.20, ponto de fusão a 238 °C e densidade de 1.40 g/cm3.

Apresenta-se como um pó cristalino branco e quase inodoro. É um aminoácido polar, interagindo com a água e, básico, pois o grupo R apresenta carga positiva em soluções neutras.

Classificação e Fontes

A arginina é classificada como um aminoácido essencial ou condicionalmente essencial, já que pode ser sintetizada em quantidades suficientes pelo organismo, em situações fisiológicas. Porém, em determinadas situações, como em patologias ou desgaste físico, se faz necessária sua suplementação. Também é dependente do estágio de desenvolvimento, pois os indivíduos adultos não necessitam de sua ingestão através da dieta, mas é considerada como essencial para os indivíduos que se encontram em fase de crescimento.

As principais fontes de arginina são: chocolate, carne, ovos, coco, laticínios (leite e queijo), gelatina, aveia, amendoim, soja, nozes, farinha de trigo e germe de trigo.

Propriedades fisiológicas e aplicações

Sistema nervoso central (SNC)

A arginina atua estimulando a hipófise, que passa a aumentar a secreção do hormônio do crescimento (GH).

Sistema muscular

O hormônio do crescimento promove a queima de gorduras e crescimento muscular.

Além disso, a arginina atua como precursora para a síntese de creatina, que tem ação no metabolismo energético muscular esquelético, além de outros sistemas.

Manutenção dos níveis da amônia e fadiga muscular

Durante o exercício físico, a desaminação das proteínas leva a formação de amônia, que em grande quantidade leva ao aumento de lactato sanguíneo e, à fadiga muscular. A arginina participa da conversão da amônia em uréia, que é posteriormente excretada através da urina.

Precursora do óxido nítrico (NO)

O NO é um radical livre gasoso, fundamental na sinalização de moléculas intracelulares, que atuam na regulação do fluxo sanguíneo, pressão arterial e função de células do sistema imunológico. Estudos mostram que a suplementação da arginina e, consequente formação do NO, atuam tanto na prevenção primária, quanto na secundária de doenças cardiovasculares e endócrino-metabólicas. Na prevenção primária, melhora o comprometimento vascular, comum do processo de envelhecimento. Já na prevenção secundária, promove benefícios a indivíduos com insuficiência cardíaca e renal, diabetes mellitus tipo 2, com angina, hipercolesteronemia, hipertensos e com doença arterial.

Sistema endócrino

Atua nas células beta pancreáticas, estimulando a secreção de insulina e aumentando a sensibilidade à insulina pelos tecidos.

Sistema imune

Estimula o timo a produzir os linfócitos T, melhorando a resposta imune e, consequentemente, promovendo o aumento da atividade antitumoral.

Cicatrização

O hormônio do crescimento, cuja secreção é estimulada pela arginina, acelera o processo de cicatrização de ferimentos e reduz a perda de massa muscular por imobilização após cirurgias.

Hepatoprotetora

Protege o fígado e auxilia na desintoxicação do organismo. Usada em casos de cirrose e hiperamonemia, onde há o excesso de amônia no organismo, auxiliando na eliminação do excesso de nitrogênio.

Aumento da fertilidade masculina e tratamento da impotência

A arginina estimula a produção de esperma. Também, o NO por ela formado é essencial para a ereção e sua manutenção.

Desordens do tecido conjuntivo

Útil no tratamento da artrite reumatoide, por seu um dos componentes do colágeno, também auxiliando na proliferação celular dos ossos e tendões.

Indicação diagnóstica

A arginina é utilizada como meio de diagnóstico da avaliação da função hipofisária. A administração intravenosa da arginina promove o aumento dos níveis plasmáticos do hormônio de crescimento em indivíduos com função hipofisária normal. Mas naqueles que possuem alterações da função hipofisária, esta resposta se mostra diminuída ou ausente.

Bibliografia:

Infinity Pharma. L-arginina, aminoácido. Disponível em .

Lage, Danielle Giovanini; Brito, Gleisson A. Pereira. Editorial diabetes tipo 2 e aminoácidos. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício.

PUGA, Guilherme Morais; NOVAIS, Iane de Paiva; ZANESCO, Angelina. Efeitos Terapêuticos da Suplementação de L-Arginina nas Doenças Cardiovasculares e Endócrino-Metabólicas. Arq Med, Porto, v. 25, n. 3, p. 107-114, jun. 2011.   Disponível em . acessos em  20  jan.  2020.

P.R Vade-Mécum. Arginina. Disponível em .

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