A luteína constitui um dos principais carotenóides naturais e, um potente antioxidante, com capacidade de prevenir danos aos tecidos causados pelos radicais livres. Confere diversos benefícios à saúde, tais como a prevenção da aterosclerose, câncer e atua como protetora dos olhos e da visão.
Os carotenóides são responsáveis por conferir aos alimentos a pigmentação amarela, laranja ou vermelha. A luteína é um carotenóide de pigmentação amarela, assim, alimentos que possuem esta coloração apresentam alta concentração deste carotenóide, bem como os verdes escuros, onde a coloração verde da clorofila oculta a sua pigmentação amarela. Também é utilizada em indústrias de alimentos como corante.
Como os carotenóides não podem ser sintetizados pelo organismo, é necessário o seu consumo regular, na forma de alimentos ou como suplemento alimentar, na forma sintética em cápsulas.
Os principais alimentos considerados como fontes de luteína são: couve, espinafre, agrião, rúcula, mostarda, salsa, abóbora e, em menores concentrações no milho, laranja e alface.
Conhecida popularmente como Luteína, possui o nome científico Tagetes erecta L., sendo pertencente à família Asteraceae.
Trata-se de um carotenóide diidroxilado que pertence à classe das xantofilas. Este composto natural possui duplas ligações conjugadas, que lhe conferem a atividade antioxidante. O elevado número de duplas ligações alternadas, presentes em sua estrutura química (figura 1), facilitam a absorção da energia presente nas espécies reativas de oxigênio, consideradas moléculas instáveis capazes de causar danos às células. Esta energia é canalizada por meio da longa cadeia de duplas ligações e então liberada como calor, havendo a regeneração da luteína.
Os danos oxidativos causados às células por ação dos radicais livres são responsáveis pelo surgimento e difusão de diversas doenças. A propriedade antioxidante da luteína confere a este pigmento a função protetora contra a ação nociva dos radicais livres, sendo capaz de inativá-los. Também, atua se complexando aos íons metálicos e na redução dos hidroperóxidos.
Desta forma, a luteína atua prevenindo o desenvolvimento de doenças crônico degenerativas, incluindo as doenças cardiovasculares e câncer, além das doenças oculares, como a catarata e a degeneração macular relacionada à idade (DMRI).
Ao entrar em contato com a retina dos olhos, a luz azul produz espécies reativas de oxigênio, que lhe causa danos. A luteína tem a capacidade de absorver a luz azul danosa aos olhos, reduzindo em torno de 40% a incidência de luz nociva à mácula, localizada ao centro da retina do olho humano e, responsável pela visão das cores e imagens com clareza e precisão. As células sensíveis à luz da mácula são conhecidas como fotorreceptores, que convertem a luz do campo visual em impulsos elétricos, que são transferidos ao cérebro pelo nervo óptico. Além da luteína, também se observa a presença de um outro carotenóide na região macular dos olhos, a zeaxantina, assim denominados pigmentos maculares.
Estudos mostram que indivíduos com idade superior aos 60 anos e com baixos níveis de carotenóides na região macular apresentam redução da acuidade visual. Em contrapartida, aqueles que possuem alta concentração de pigmentos maculares e igual idade, apresentam alta sensibilidade visual, proporcional a de um indivíduo jovem.
A redução da sensibilidade visual pode resultar em doenças dos olhos, como a degeneração macular relacionada à idade, que leva a perda progressiva da visão central, devido a degeneração das células fotorreceptoras da mácula. Trata-se da principal causa de perda da visão em indivíduos acima dos 50 anos.
Redução da oxidação das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e consequente proteção contra os danos ao endotélio vascular, lesões ateroscleróticas e desenvolvimento de doenças cardíacas.
Proteção do DNA, contra o envelhecimento precoce e manutenção da pele, ao evitar os danos decorrentes da exposição à luz solar e iluminação artificial.
Atua fortalecendo o sistema imunológico, prevenindo contra doenças virais e bacterianas. Também previne a replicação de células tumorais.
Na forma de extrato seco a 10%, o consumo diário recomendado é de 5 a 20mg, com um máximo de 30mg.
A perda progressiva da visão pode ser indício de desenvolvimento da degeneração macular, sendo importante a consulta com um oftalmologista.
Bibliografia:
Stringheta, Paulo Cesar et al. Luteína: propriedades antioxidantes e benefícios à saúde. Alim. Nutr., Araraquara v.17, n.2, p.229-238, abr./jun. 2006. Disponível em < http://200.145.71.150/seer/index.php/alimentos/article/view/268/261>.
Nachtigall, Aline Manke. Determinação do teor de luteína em hortaliças. B.CEPPA, Curitiba v. 25, n. 2, p. 181-192 jul./dez. 2007.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/bioquimica/luteina/
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