O argumento cinematográfico é um dos ingredientes essenciais do projeto de um filme, o qual inclui também a colaboração de um time de técnicos e de intérpretes, o orçamento, e os planos de filmar, de veiculação na mídia, de despesas e de negociação do produto final. É fundamental, antes de tudo, que o realizador da obra tenha claro em sua mente qual o público-alvo, que pode estar inserido no circuito comercial ou alternativo.
O passo seguinte é selecionar uma ideia, a qual nutrirá o enredo da película. O argumento é elaborado justamente a partir deste primeiro conceito; é algo semelhante a um resumo, no qual estão inseridos os elementos mais significativos da história e os personagens que conduzirão a narrativa. Ele é normalmente realizado por aquele que concebeu a ideia básica, um argumentista ou roteirista, a quem cabe o papel de desenvolver este trabalho.
Os primeiros profissionais deste campo atuaram no cinema mudo, emigrados das esferas do jornalismo ou do teatro; esta característica foi impressa nas primeiras produções, que se assemelhavam a meras peças teatrais. Mas logo se percebeu que o cinema é um veículo totalmente distinto do teatro, pois se alimenta de sucessão de imagens, não de cenas estáticas.
Além disso, a técnica cinematográfica é bem dinâmica, uma vez que implica na velocidade imagética, na alternância veloz dos cenários que servem de palco para a ação. A tecnologia que permite as rupturas nos planos de imagens e as modificações espaciais deve permanecer nos bastidores; diante do público, tudo deve se desenrolar espontaneamente, como um fluxo natural e lógico, bem próximo da realidade.
O argumento bem construído é captado pelos sentidos das pessoas comuns enquanto valores fundamentais e universais e, ao mesmo tempo, traz em si algo que depois é decifrado por espectadores situados nos mais distintos patamares culturais. Ele não é, portanto, algo superficial, como a maior parte dos que originam filmes de ação e de entretenimento em geral, mas sim apresenta vários estratos de compreensão e vasta penetração de espírito.
Não é raro, nos bastidores da produção de um filme, vivenciar um choque conceitual entre o argumentista e o realizador, a não ser que a obra permita a um só profissional assumir as duas tarefas. Isto ocorre porque o argumento não dá conta de apresentar todos os elementos concernentes às etapas de direção, iluminação, ou seja, ele não traduz o todo.
Mas o argumento é essencial para a realização de uma película, a qual não poderia ser concebida sem este elemento. É normal encontrar a concentração de papéis em filmes autorais, como, por exemplo, os de Woody Allen, que é o criador de boa parte dos argumentos de suas produções, pois deste ingrediente depende o êxito ou o fracasso de uma obra.
Justamente por tudo depender de uma boa história, é comum a prática de se comprar os direitos autorais de obras já consagradas junto ao público; este procedimento também evita futuras complicações com seus autores. Grandes estúdios cultivavam até mesmo o hábito de formar grupos de leitores para obter realmente narrativas de excelente qualidade; eles as selecionavam e as convertiam em mínimas sinopses, formato no qual elas chegavam às mãos de produtores e argumentistas, com o objetivo de economizar o tempo de que eles dispunham para a leitura.
Fontes: http://www.milenio.com.br/ogersepol/principal/saiba/produ%C3%A7ao.htm http://www.infopedia.pt/$argumento-(cinema)
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