O Nordeste é uma região muito rica culturalmente falando, diversas manifestações artísticas compõem a história desses nove estados brasileiros. De Alagoas ao Sergipe, cada estado tem as suas tradições e particularidades, todavia, há nuances comuns entre eles. A esse todo cultural é o que se chama Arte Nordestina.
Há uma imensa gama de artistas nordestinos, alguns deles famosos nacionalmente falando, como Patativa do Assaré, e outros conhecidos apenas na regionalmente. A arte nem sempre é feita por apenas um artista, muitas obras são assinadas por um coletivo que juntos participam do processo de criação da obra.
A Arte Nordestina também impacta a economia da região. Ela contribui impulsionando o setor turístico do nordeste. Não são somente as belezas naturais que encantam os visitantes, as rendas, o artesanato, a literatura de cordel e a cerâmica também chamam atenção dos turistas por sua beleza e originalidade. Além disso, as festas juninas típicas, o frevo e a capoeira atraem os olhos do mundo todo para essa riqueza cultural repleta de alegria e exuberância.
Trazida pelos portugueses na época da colonização do Brasil, a renda é uma técnica muito comum na região nordestina. As rendeiras, mulheres artesãs que dedicam sua vida a essa arte, trabalham com uma almofada, um papelão cheio de furos, linha e bilros (pequenas peças de madeira semelhantes a fusos).
As peças criadas vão desde roupas e lenços a toalhas e tapetes. Os modelos dos desenhos da renda fazem parte da tradição e são passados de geração em geração. Dificilmente se encontra rendeiras que criam o padrão da renda sem o molde.
A literatura de cordel é um gênero literário popular que é escrito em versos. Normalmente a temática levanta problemáticas do sertão nordestino com humor e ironia, além de compartilhar a história local e o amor dos moradores pela região.
Por utilizar a rima e uma linguagem informal com traços de oralidade, o cordel é uma obra muito acessível. A poesia é impressa em um folheto colorido com capa feita em xilogravura representando o conteúdo dos versos. O nome cordel se dá pelo fato de que esses folhetos eram expostos em feiras presos em cordas.
A madeira é a matéria-prima de muitos artesãos dessa região. O tema de suas peças vão desde bonecos ligados à religião católica e afro-brasileira como santos, orixás, presépios e anjos até objetos utilizados no dia a dia como tábuas, bandejas, móveis e peças de decoração.
Além disso, as paineiras nordestina também dão origem às fibras naturais, outra fonte de trabalho de muitos artesãos do interior e do litoral. Com a fibra da carnaúba e a palha do Ouricuri é possível fabricar desde cestas e enfeites a tapetes, bolsas e chapéus. O trançado revela a criatividade e a diversidade técnica dos artesãos locais.
A cerâmica se desenvolveu no nordeste pois a região é rica em barro, a matéria-prima das peças. Ela é resultado do encontro das culturas indígena, africana e europeia, o que caracteriza sua autenticidade e originalidade.
As peças criadas pelos artesãos tem sua função decorativa como os bonecos de barro representando as figuras do nordeste como cangaceiros, retirantes, músicos e rendeiras, ou pode ter caráter utilitário como os copos, jarras, vasilhas e vasos.
A técnica das garrafas de areia colorida é conhecida como Ciclogravura e teve sua origem no nordeste. A partir do preenchimento de um recipiente transparente com areia colorida e com a ajuda de um arame de cobre pontiagudo, o artesão pode criar o desenho que desejar.
A areia colorida é natural, com exceção das cores verde e azul que é utilizado um corante na areia branca. Apesar do nome popular envolver garrafas, diversos materiais transparentes como cálices, podem ser utilizados.
Referência Bibliográfica:
Sem Autor: Arte Popular do Nordeste. Guia de Turismo e Viagem de Salvador, Bahia e Nordeste, sem ano. Disponível em:
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/artes/arte-nordestina/
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