Quanto à caracterização da disciplina Geografia dentro do Brasil, ela iniciou com a vertente ligada à Geografia Tradicional, isto é, buscava-se estudar o homem, mas sem correlacioná-lo com a sociedade em que está inserido, visando homem-natureza.
Foi a partir do pós-guerra que essa realidade modificou-se e a Geografia Tradicional não deu mais conta de analisar e agregar as realidades, sendo que estas estavam articuladas com várias partes do mundo, dificuldade o estudo de cada unidade territorial por si só.
Em meados dos anos 60, com o marxismo, surgiram críticas à Geografia Tradicional, que defendiam a insuficiência de estudos por base desta linha, que não estudava o contexto social. Com a nova preocupação em pesquisar acerca das relações entre a sociedade, iniciou-se um movimento chamado Geografia Marxista.
Na década de 80, essa nova maneira de estudar geografia foi difundida dentro das escolas a partir de parâmetros voltados de quinta a oitava séries. Porém criou-se um empecilho a introdução da Geografia Marxista dentro das salas de aula, visto que o material didático ainda era composto pela Geografia Tradicional, além dos que defendiam que o conteúdo da geografia proveniente de Marx era muito complexo para ser estudado pelas séries em questão.
Ambas as linhas defendidas até aqui, a Geografia Marxista e a Geografia Tradicional, não relacionaram seus principais pontos – da primeira; a sociedade, e da segunda; o homem – à natureza. De acordo com o próprio PCN:
“o cientificismo positivista da Geografia Tradicional por negar ao homem a possibilidade de um conhecimento que passasse pela subjetividade do imaginário; o marxismo ortodoxo por tachar de idealismo alienante qualquer explicação subjetiva e afetiva da relação da sociedade com a natureza.” (p. 4).
No ambiente acadêmico, surgiram outros temas a serem abordados, dentro de sala de aula, no ensino fundamental, envoltos à Geografia, como por exemplo: Antropologia, Ciências Políticas e Sociologia. Diante disto, as repercussões entre os professores de ensino fundamental oscilaram entre positiva e negativa, isto é, respectivamente, novos modelos de material didático, e com a rápida mudança destes e a sua inclusão dentro da classe de aula, o educador se apoiava demais nos livros.
Em decorrência dessa confusão, os conteúdos abordados entre os estudantes sofreram alguns desgastes, entre eles: abandono de temas fundamentais dentro da Geografia; a Geografia humana e a Geografia física foram separadas pelas propostas pedagógicas; ênfase à memorização.
Fonte: PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais – Geografia
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