Chuva orográfica

Chuva orográfica, também conhecida como chuva de relevo, é a designação dada pela climatologia a um tipo de precipitação que ocorre a massa de ar úmida entra encontra com um obstáculo do relevo – uma montanha, por exemplo – condensa e precipita.

Orografia – é a parte da geografia física ou geomorfologia que se ocupa da descrição do relevo, das montanhas.

Como ocorre a chuva orográfica?

  • As massas de ar úmidas, em geral, formadas no oceano, seguem seu trajeto, a partir da circulação atmosférica, em direção aos continentes.
  • Quando encontra uma barreira natural com uma elevada altitude, ocorre o choque entre esta massa de ar úmida e o relevo. No contato, a massa de ar é empurrada para cima, ganhando altitude.
  • Esta massa de ar que subiu, encontra nas camadas superiores da atmosfera, com o ar mais frio e nessa troca de calor ocorre a condensação.
  • A massa de ar condensada, precipita, ou seja, chove em um dos lados do obstáculo. No caso de uma montanha, chove do lado da montanha em que a massa de ar se chocou.
  • Este tipo de precipitação é a chuva orográfica. Depois que ocorre a chuva, a massa de ar perde umidade e ganha temperatura. E continua seu “caminho” em direção ao continente. Passa por cima da barreira e segue seu trajeto, agora como uma massa de ar seco.

De forma simples podemos entender então que a chuva orográfica é aquela que acontece em um dos lados da montanha, quando a massa de ar se choca com sua superfície.

Chuva orográfica

A barreira orográfica condiciona o clima e a vegetação

Em regiões situadas antes da montanha, da serra, ou outro tipo de elevação, que se configure como barreira para a circulação de massas de ar, teremos áreas com climas úmidos e com índices pluviométricos regulares ao longo do ano. Consequentemente, a vegetação será mais densa e desenvolvida.

Em áreas situadas depois da barreira orográfica com elevada altitude, o clima terá será mais seco. Caracterizado por baixos índices pluviométricos e altas temperaturas, apresentando longos períodos de estiagem. Desse modo, a vegetação característica dessa região será mais rasteira e menos densa.

Nas áreas situadas no lado oposto da montanha em que ocorrem as chuvas orográficas, é comum encontrar extensas áreas com baixos índices de precipitação e que são características de climas desérticos ou semiáridos, como por exemplo, em algumas áreas da China, que se encontra climas desérticos, por conta das chuvas orográficas que ocorrem nas áreas montanhosas no Sul da Ásia. O deserto de Gobi está imediatamente após a Cordilheira do Himalaia. O deserto existe e sofre com a aridez em função do efeito orográfico.

Poucas nuvens conseguem ultrapassar a Cordilheira do Himalaia, ocasionando a aridez do Deserto de Gobi, localizado atrás da cordilheira. Assim, as chuvas orográficas se concentram antes da cordilheira, no Nepal, Índia, Bangladesh e outros países da região. Foto: Daniel Prudek / Shutterstock.com

Chuvas orográficas no Brasil

No Brasil, o exemplo mais significativo de chuva orográfica, ocorre na Região Nordeste, em decorrência da barreira orográfica do Planalto da Borborema.

O Planalto da Borborema abrange os estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, que nesta localidade apresenta os picos mais altos da região, podendo chegar até a 1200 metros de altitude. Em virtude de sua elevação, o Planalto constitui-se como uma barreira natural que impede ou dificulta a passagem das massas úmidas que se formam no Oceano Atlântico – e é responsável pela maior parte das chuvas das sub-regiões Zona da Mata e Agreste, ou seja, nas regiões que estão antes do planalto.

Quando essa massa de ar encontra com o planalto ou Serra da Borborema, ocorrem ali as chuvas orográficas, que se precipitam no lado do planalto que está voltado para o oceano. Deste modo, a massa de ar ao adentrar o sertão nordestino, já se encontra seca e contribui para os baixos índices pluviométricos da área quando comparados ao restante da Região Nordeste. Esse fenômeno resulta em longos períodos de estiagem que podem durar de seis a oito meses, contribuindo para agravar os inúmeros problemas sociais de parte da população que ali reside.

Fontes:

MENDONÇA, Franscisco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007.

MORAES, Paulo Roberto. Geografia geral e do Brasil. São Paulo, Editora Harbra, 2ed. 2003.

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