Em meio à busca por grandes riquezas por parte de colonizadores e aventureiros, o que que se tornou de grande valor econômico na região amazônica, já no século XVII, foi a exploração dos produtos regionais denominados de “drogas do sertão” (urucum, cravo, canela, salsaparrilha, pimenta, etc.), a caça e a escravização indígena.
Com a descoberta do cacau, a introdução da cana-de-açúcar, café e algodão, no século XVIII, iniciou-se um pequeno desenvolvimento agrícola. A partir de 1870, a borracha veio a ser o principal produto da região – por influência do desenvolvimento industrial europeu e norte-americano, com o uso ampliado de seus derivados –, bem como o fator determinante da ocupação da porção sul e sudoeste da Amazônia, nos vales dos Rios Juruá, Purus e Madeira.
Após estudos e pesquisas sobre o uso de uma goma elástica extraída da seringueira (Hevea brasiliensis), árvore endêmica da Amazônia, amostras foram levadas para a Europa. A impermeabilização e vulcanização desse látex ampliaram a produção de bens derivados da borracha, como molas para portas, espartilhos, cintos, bolas, botas, recipientes para transportes de líquidos, suspensórios, além de pneus para a indústria automobilística, atraindo para a Amazônia uma enorme migração de nordestinos, entre 1877 a 1879, fugindo da seca e buscando oportunidades.
Teriam migrado para a região, nesse período, cerca de 65.000 nordestinos, para trabalhar nos seringais como mão de obra nas regiões dos rios Juruá e Purus, com a ocupação de uma grande área da Bolívia. Isso influenciou a incorporação dessa área ao Brasil, criando o atual estado do Acre.
À medida que aumentava a riqueza da Amazônia, impulsionando o desenvolvimento das cidades de Manaus e Belém, aumentava o contrabando para a Europa das mudas de seringueira. Henry Wickham foi um desses contrabandistas de maior destaque, ao levar escondidas para Londres mais de 70.000 mudas. Desse total, menos de 5% teria germinado, por conta das diferenças ambientais, sobretudo clima e solo. Posteriormente, a seringueira foi introduzida no Sudeste Asiático, na Malásia, que, a partir da década de 1910, passa a dominar o comércio mundial da borracha. Isso provoca a estagnação econômica da Amazônia, obrigando o retorno às atividades tradicionais, como a coleta da castanha e do guaraná, a extração madeireira e a pesca.
Nos anos de 1930, imigrantes japoneses introduziram as primeiras mudas de juta e a produção de malva no estado do Amazonas, de onde são extraídas fibras vegetais para a confecção de sacos, roupas, esteiras e cordas para o mercado nacional e mundial. Deste modo, foi retomado o crescimento por um curto período, até a entrada no mercado das fibras sintéticas nas décadas de 1960 e 1970, produzidas em larga escala, iniciando nova estagnação no estado e impulsionando migrações do interior para Manaus.
A partir dos anos 1950, com a política de desenvolvimento e modernização da economia do país, e a política de integração e ocupação da Amazônia, por meio dos incentivos fiscais e de interesses políticos e econômicos, instalaram-se várias empresas com o apoio da Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia), criada no governo militar de Castelo Branco, em 1966.
Um desses projetos foi instalado em Manaus, em 1967, reformulando a Zona Franca de Manaus e criando a Suframa (Superintendência de Desenvolvimento da Zona Franca de Manaus), que recebeu uma área de abrangência de 11.000 km², nas margens dos rios Negro e Amazonas, favorecendo a industrialização.
Além desses investimentos para o desenvolvimento econômico, cabe destacar ainda os papéis importantes de atividades como o extrativismo vegetal, pesca, mineração.
Extrativismo: Atualmente essa atividade vem recebendo uma atenção menor do que outrora, em função da grande biodiversidade da região, bastante discutida na ECO-92, além da criação de Reservas Extrativistas.
Pesca: Concentrando a maior bacia hidrográfica do planeta e com o maior volume de água doce, a Amazônia apresenta a mais rica fauna aquática do mundo.
Mineração: Atividade desenvolvida sobretudo a partir da década de 1970, pelo projeto Radam-Brasil, quando se descobriu a maior concentração de minérios na Amazônia.
Outras atividades importantes no estado são: agricultura, pecuária, turismo e a indústria.
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Fontes:
MIGUEIS, Roberto. Geografia do Amazonas. Manaus: Editora Valer, 2011, 144p.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/economia-do-amazonas/
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