A Amazônia, geologicamente falando, pode ser considerada uma depressão preenchida por uma cobertura sedimentar de caráter fluvial (rios) e lacustre (lagos). Esta depressão fica situada entre dois escudos arqueanos (da era geológica mais antiga): o escudo das Guianas ao Norte e o escudo brasileiro, ao Sul. Na borda oeste, a região faz divisa com a jovem formação da Cordilheira dos Andes. No Paleozoico, essa depressão esteve coberta pelo mar, sendo ela um golfo aberto para o Pacífico.
O estado do Acre está inserido na bacia sedimentar do Acre, à qual juntamente às bacias do Solimões e Amazonas, formam uma grande área sedimentar, a chamada Província Amazonas-Solimões, que é compartimentada pelos seguintes altos estruturais:
A bacia sedimentar do Acre é intracratônica (está entre crátons/escudos cristalinos). Por isso, permaneceu aberta e marginal até o final do Cretáceo Superior, quando se iniciou a Orogenia Andina, que atingiu seu clímax no Mioceno Superior, bloqueando-a. Durante o mioceno, a região foi palco de intensa sedimentação marinha e, com o bloqueio, seu ambiente restringiu-se a lagos e pântanos, com alternâncias climáticas semiáridas e úmidas até o Holoceno.
A Bacia do Acre possui aproximadamente 230.000 km², limitando-se a leste e sudeste pelo Arco de Iquito; a sul, pelo escudo brasileiro; e a oeste e noroeste, pela cordilheira Oriental Andina, pois se estende pelo território peruano, onde recebe o nome de bacia Pastaza.
A altimetria da região varia de 600 metros até 200 e 300 metros no baixo platô da formação Solimões. Portanto, pode-se dizer que o estado do Acre possui três regiões geologicamente distintas. São elas:
Quanto à Geomorfologia, o Acre se insere nas unidades geomorfológicas: Depressão Rio Acre-Javari e Planalto rebaixado da Amazônia Ocidental, recortados pela planície fluvial. Assim sendo, podemos então dizer que no estado há três feições distintas:
Caracteriza-se por uma ativa dissecação, apresentando predomínio de feições de relevo do tipo colinas, e em áreas restritas relevos com cristas e interflúvios tabulares, que alcançam altitudes de, no máximo, 300 metros, e relevos montanhosos na parte Ocidental do estado (Serra do Divisor).
Esta unidade é caracterizada por relevos planos com altitudes com cerca de 250 metros (baixos platôs).
Constitui a área de superfície mais baixa do relevo, com altitudes aproximadas de 200 metros, comportando extensas áreas alagadas e de inundações, assim como formas de acumulações (planícies e terraços fluviais).
A forma de relevo mais generalizada do Acre é colinosa, com topos pouco convexos. Esses tipos de relevos, com sedimentos pouco consolidados, acabam sendo ocupados nas cidades, geralmente de forma inadequada, com loteamentos precários (autoconstrução e favelização). A ocupação das encostas é muito comum, ocasionando erosão e deslizamentos de terra que, além de colocarem em risco a população, contribuem para enchentes dos rios e igarapés ao assorearem seus leitos. A retirada das matas ciliares também tem causado sérios problemas de assoreamento dos rios, comprometendo o próprio abastecimento das cidades nos períodos de estiagem.
Percebe-se, diante do exposto, a relação do relevo com o processo de ocupação do espaço. Toda ação humana no ambiente, seja ele natural ou alterado, causa algum impacto à terra, podendo levá-la a condições ambientais irreversíveis.
Bibliografia:
MAIA, Maria do Socorro Oliveira. O Acre no Planeta em Movimento: a tectônica de placas e a dança dos nossos continentes. In: SILVA, Silvio Simione da (coord.). Acre: Uma visão temática de sua Geografia. Rio Branco: EDUFAC, 2008.
MIGUEIS, Roberto. Geografia do Amazonas. Manaus: Editora Valer, 2011, 144p.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/relevo-do-acre/
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