O Japão, nos anos anteriores à chegada do almirante Matthew Calbraith Perry, representante dos Estados Unidos, na Baía de Uraga, em 1853, viveu 700 anos mergulhado no Xogunato, regime feudal dominado pela presença dos militares no poder, exercido pelos samurais em nome do Imperador.
A partir deste ano, com os norte-americanos obrigando os japoneses a abrirem seus portos ao intercâmbio com outros países, o antigo regime entrou em convulsão e, depois de muita agitação, o Xogum da era Tokugawa, dinastia que governou por 260 anos, decidiu restituir o poder à corte do Imperador.
O monarca Mutsuhito estava então com 16 anos e, decretando o final do Feudalismo japonês, subiu ao trono como o 122º imperador, assumindo de fato a autoridade que, antes, era apenas virtual. Teve início, assim, o Período ou Era Meiji – Regime Iluminado -, que duraria quarenta e cinco anos, de 8 de setembro de 1868 a 30 de julho de 1912.
Esta etapa da história do Japão foi marcada por um veloz processo de modernização, que culminou na transformação deste país em potência planetária. Ao longo deste reinado a nação japonesa não esteve isenta de ser convertida em um mero fantoche do Ocidente, ou em uma colônia da Europa ou dos Estados Unidos.
Para evitar este destino, seu governante optou por fortalecer o Estado, constituindo-o na mesma medida em que eram estruturados os países mais desenvolvidos do Ocidente. Para alcançar este objetivo, o Imperador implementou diversos projetos políticos significativos, que decididamente converteram o Japão atrasado da Era Edo, completamente distante do resto do mundo, em um país adaptado aos tempos modernos.
O soberano concordou com o Ocidente em tomar como modelo os tratados internacionais contratados pelos xoguns das últimas eras, que compunham o que se denomina de bakufu. E também em atuar conforme os parâmetros estabelecidos pela Lei Internacional Mutsuhito.
Pouco a pouco o Japão foi sendo moldado de forma a conviver com o sistema capitalista. Sua gestão pública foi concentrada em um núcleo central; o Estado adotou a política de intervenção econômica, o que permitiu a extinção dos últimos vestígios do feudalismo, com a libertação da mão-de-obra e a absorção das inovações tecnológicas promovidas pelas grandes potências ocidentais.
Uma meticulosa reforma agrária e a renovação das leis referentes ao imposto territorial rural eliminaram os velhos feudos e as vantagens individuais. Foi criada, nesta mesma época, a moeda oficial do Japão, o iene, bem como foram instituídos o Banco do Japão, a educação primária compulsória, o fortalecimento do poder e do Estado, entre outras medidas fundamentais.
Ao mesmo tempo, o país ganhou suas primeiras universidades e um gabinete parlamentar, criado em 1885. Quatro anos depois a nação elaborou sua primeira constituição, assumindo-se, diante do mundo, como uma monarquia constitucional. O desenvolvimento da industrialização foi inevitável, e logo apareceram os impérios econômicos, baseados em grupos familiares conhecidos como zaibatsus, que estenderam seus tentáculos também ao mundo do comércio e das finanças.
Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Era_Meiji http://www.zashi.com.br/zashi_historiajapao/316.php http://pt.wikipedia.org/wiki/Bakufu http://w00.middlebury.edu/ID085A/film/gallery2.html
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