Esta expressão de procedência alemã é empregada por aqueles que desejam se referir a uma apreciação artística inferior ou a objetos notadamente abaixo da qualidade. Ela também se reporta ao hábito de reciclar um mobiliário, seja ele mais antigo ou moderno. A palavra deriva do termo alemão ‘kitschen’, que tem o sentido de estorvar, e de ‘verkitschen’, realizar um negócio fraudulento, ou seja, substituir a mercadoria adquirida por outro objeto não desejado, o que revela o significado vulgar que o vocábulo ‘Kitsch’ traz em si.
Sua utilização inicial se deu no campo da decoração, como uma recusa do utensílio verdadeiro; depois o kitsch acabou se transformando na nova cultura da corrupção das formas de expressão convencionais e cristalizadas pelo sistema cultural vigente. Tudo neste estilo lembra a intensidade das emoções que despontam das páginas dos livros produzidos durante o Romantismo, que redunda literariamente no melodrama e nas obras de cunho popular. Não é à toa que o Kitsch surge justamente neste contexto romântico, e se estende posteriormente pelas demais esferas artísticas.
As principais características deste estilo são a reprodução em larga escala, como, por exemplo, a dos santinhos distribuídos com a intenção de divulgar preces e novenas, e as réplicas dos quadros famosos; o caráter postiço das obras e uma natureza aleatória que mistura várias expressões ao mesmo tempo.
O kitsch é visto com frequência na arte imagética, na produção literária, na música, no campo do design, nos vários objetos do dia-a-dia, como as famosas lembrancinhas adquiridas nas viagens turísticas e os utensílios devocionais, nos túmulos localizados nas vizinhanças dos centros urbanos, nas faces externas dos templos evangélicos, em casas noturnas, motéis, casas de emergentes sociais, entre outros recintos.
Sendo assim, não é um estilo típico de um ou outro setor da sociedade, pois está presente tanto entre os pobres quanto entre os de maior status social. Ele está profundamente relacionado à produção em massa característica do mundo pós-moderno, movida por um consumismo desgovernado, o qual gerou uma arte reles.
Theodor Adorno, Hermann Broch e Clement Greenberg foram os teóricos que mais contribuíram para disseminar o conceito do Kitsch, contrapondo-o às obras moderna e de vanguarda. Adorno o relaciona à consciência artificial; Broch o insere no polo oposto da produção inventiva; enquanto isso, Greenberg o compreende como a arte das réplicas, dos sentimentos simulados e da dependência das normas acadêmicas.
O estilo Kitsch dilacera todas as linhas que separam o belo do feio, o bom do mau-gosto, e convence o indivíduo não iniciado nos meandros da arte que, ao encontrar esta forma de expressão, ele se deparou com a mais elevada produção cultural. Os elementos que o compõem são sempre teatrais, sensuais, emocionais e excessivos.
Fontes: http://www.pitoresco.com.br/arquitetura/kitsch.htm http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=3798
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