O fado é um gênero musical muito conhecido em Portugal; normalmente somente um fadista o canta, ao som da guitarra clássica, mais conhecida neste ambiente como viola, e da guitarra portuguesa. Esta expressão que lhe dá nome provém do latim ‘fatum’, que pode ser traduzido como ‘destino’.
Há várias teorias sobre a procedência do fado típico de Lisboa; algumas encontram suas raízes nos cantos dos Mouros que, mesmo depois da retomada dos cristãos, continuaram a residir no bairro da Mouraria, na capital de Portugal. Suas características principais, como o sofrimento e a tristeza profunda e duradoura, seriam uma herança desta cultura. Não há, porém, evidências históricas de que os árabes do Algarve, por exemplo, última fortaleza de resistência deste povo, sequer tivessem notícias deste estilo musical; além do mais, só há conhecimento sobre o fado a partir do século XIX.
Outros afirmam que ele pode ter se originado das cantigas dos trovadores, da saudade inerente aos marinheiros ou do cântico Lundu exercitado pelos escravos levados da África ao Brasil. Em seu início o fado era composto por letras e melodias bem populares, em regiões como o Porto e Lisboa. Aos poucos este gênero se desenvolveu, adquiriu maior consistência e se adaptou aos novos tempos, até conquistar a universalidade.
Há uma terceira hipótese segundo a qual o fado teria nascido da famosa Modinha em seu período de maior crédito popular, nos séculos XVIII e XIX, e de sua combinação com outras modalidades semelhantes, como o Lundu, graças à efervescência cultural presente então na capital portuguesa.
É comprovado, porém, que o fado só passou a se tornar popular após 1840, em Lisboa, quando apenas o fado do marinheiro era famoso, sempre entoado por estes personagens na proa do navio. Este ritmo ancestral servirá como paradigma para seus sucessores, tais como o fado corrido e o fado da cotovia.
Este gênero musical traz consigo os fadistas, suas vestes típicas, o comportamento fora de qualquer padrão, às vezes até mesmo rebelde e subversivo, e as disputas com grupos adversários. Esta figura era sempre identificada por seu figurino inusitado. Em meados do século XX o fado português conquistou maior densidade melodiosa e um ritmo mais intrincado.
Neste momento ele se transforma em uma musicalidade de teor literário, dotado de uma riqueza até então inexistente. No lugar de poemas simples são criados versos mais apurados; o público ouve agora décimas, quintilhas, sextilhas, alexandrinos e decassílabos, o que reveste o fado de uma sonoridade enriquecida.
A célebre fadista Amália Rodrigues conferiu ao fado um status internacional ao conceder a este gênero a essência dos poemas clássicos de Portugal. Mariza, um exemplo mais moderno de cantoras de fado, dá sequência a este estilo e, simultaneamente, subverte a forma de cantá-lo.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fado http://www.visitportugal.com/NR/exeres/15AD15A2-44C6-4141-A08D-EC0608DBEAB3,frameless.htm?order=1&parentGuid={93FB2570-9748-4680-966F-B2459A1DECFA}
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